segunda-feira, fevereiro 28

outro aniversário. Também o vocalista dos GNR, Rui Reininho faz hoje anos, 50, meio século, e afirma que pensava chegar a esta ideia mais atinado, mais ajuizado.
Eu, agnóstico confesso, tenho de agradecer a Deus pela não concretização dessa expectativa.
Parabéns Rui, dá-nos mais música.

aniversário. Mais um que o velho Manuel Cabeça consegue passar por cá, fazer-nos companhia, congratularmo-nos por o termos cá. São 70 anos, muitos e bem vividos. Agora com tempo suficiente para disfrutar dos netos e eu poder disfrutar da sua pessoa.
O mais velho da família, o meu pai, faz 70 anos. Parabéns pai.

domingo, fevereiro 27

cenas do meu quotidiano. Em dias em que não apetece ou não somos convidados a sair, acendo logo pela manhã a lareira, aqueço o espaço por onde circulo, subo ao meu deserto, escrevo umas quantas patacodas, leio outras e assim, como agora e como hoje, chego ao fim de mais um dos meus dias de um quotidiano simples, pacato e sereno.
Não fui passear a centros comerciais, nem circular por estradas fora a consumir combustível ou euros que não tenho.
Não fui passear o cão, nem com os filhos ao parque por que está tudo humido e impróprio para criancices.
Não li nenhum livro por que não tenho livros que me convidem a ler. Não vi nenhum filme por que não me apeteceu ficar de frente à tv feito idiota.
Naveguei pela net, à procura de coisas parvas, palavras, textos.
Passou-se mais um dia.

chuva. É verdade que hoje choveu. É verdade que nem sequer chegou a molhar o chão. Não resistiu uma pinga, não ficaram provas vivas e molhadas daquilo que é chuva.
Terá de chover mais.

sexta-feira, fevereiro 25

Complicar é preciso. Um belo texto, entre um cépticismo esclarecido e um péssimismo político algo consciencioso e, essencialmente, expectante quanto, não ao futuro, mas ás capacidades que uma eventual equipa pode e deverá perspectivar, induzir, possibilitar.
As raízes deste desenho, entre o esboço de um esquiço e o traço neo-realista, assenta na formação que não temos dito, nas lideranças sempre muito fulanizadas, na ausência de uma consciência política que provoca em nós não a crítica (boa ou má, fundamentada ou não) mas o carácter marcadamente opinativo, vazio, sem sentido, pontual e conjuntural.
Vale a pena ler, devagar.

Afinal?. Passou quase uma semana após as eleições, estamos no final da semana e ainda não temos nem notícias nem novidades, nem elenco. Nem para o Terreiro do Paço, nem para a praça do Giraldo (há falta de melhor).
Não há meio? Alguém precisa de ajuda para decidir?
Despachem-se pôrra!!

quinta-feira, fevereiro 24

mudanças. Afinal não há mudanças apenas no país, também o História(s) e Políticas fez um lifting e, diga-se, interessante, ainda que as tabelas sejam largas de mais, mesmo para uma visualização de 1024*768.
Parabéns.

nevoeiro. O dia amanheceu envolvido em manto de denso nevoeiro. Não sei se teima em recuperar D. Sebastião ou se apenas se sente envergonhado de não nos mandar chuva.
No meio do nevoeiro consigo apreciar pequenas silhuetas, vultos de árvores que se destacam da névoa, o perfil de um telhado, a sombra da chaminé do vizinho.

despachem-se. Ontem, enquanto cirandeava pelas ruas da cidade ouvi um comentário deveras interessante.
Afinal, as eleições foram domingo, hoje já estamos em 4ª feira e aida não mudou nada.
Entre o brincar com coisas sérias e desabafar um sentimento a diferença deve ser muito imperceptível tal os dislates cometidos, tal a confusão arranjada.
As pessoas sentem pressa na definição de outro rumo, na alteração da realidade que lhes colocaram pela frente e não apenas em Lisboa, no Terreiro do Paço. As pessoas querem mudanças e com a mesma lógica junto de si, perante o seu quotidiano, marcadas pela qualidade que um nome pode induzir ou sugerir, pela confiança que pode despertar, pelo rigor que pode exigir.
Há pressa.
Despachem-se, pôrra.

quarta-feira, fevereiro 23

decisões. É tempo de decisões. Depois do povo, o comum dos homens, o político, tem de decidir. Estou curioso com um possível elenco governativo, o ontem apresentado no jornal nacional da TVI é um claro governo de salvação nacional [apesar de não simpatizar com o titular da pasta da educação] pela qualidade que cada elemento referenciado pode perspectivar. Mas...
Mas curioso estou por cá, pela terrinha.
Como se irão articular três ganhadores - Beja, Évora e Portalegre - na definição dos cargos regionais? como se articularão cargos políticos e perspectivas autárquicas? Como se definirá a decisão em função de interesses, interessados, capacidades e objectivos? Será que há hipóteses de local e regionalmente se apostar num amplo consenso em função do nome, da capacidade e das pontes que possa perspectivar?
Este é um corredor pelo qual sinto curiosidade, isto é, como se decide por cá? como se chega a algum lugar pelos corredores desta terra? quais os elementos que interferem, condicionam, delimitam a decisão política?
Coisas que um outro Homem comum, eu mesmo, tenho curiosidade.

dos dias. Ele há dias em que é melhor ficarmos na caminha, sossegadinhos, entre uma piscdela de olho ao sono e outra ao som de um televisor ao fundo nada melhor que uns dias de descanso, para retemperar forças e animos. Era o que me apetecia, reconheço.
Mas hoje apenas para dizer que tem dias é um novo blogue cá do burgo, cá da terra. Para apresentação considero, se é que tenho de considerar o que quer que seja, que começa bem. Questões pertinentes que certamente já andarão na cabeça de muitos.
Bem vindo, quem vem por bem.

terça-feira, fevereiro 22

da vida real. Na semana passada entre postas sobre propostas distritais e considerações de política nacional ia pensando para com os meus botões que quando passassem as eleições, voltaria a escrever sobre a banalidade do meu quotidiano, a desenhar mais crónicas sobre o meu deserto. Ficaria, ao fim e ao cabo, livre de preocupações políticas.
As eleições já passaram e agora sinto que não tenho nada para escrever. Será que a vida real se esgotou? As conversas persistem, quase no mesmo timbre, todos querem opinar, todos querem governar, todos querem substituir Sócrates. Pelo menos aparentemente. E eu sem assunto de conversa.
Constrange-me a minha banalidade, a vulgaridade do meu dia-a-dia. Sem eleições fico sem assunto, quase de certeza que não reaparecerão, pelo menos tão depressa, aqueles longos textos que tive oportunidade de escrever apenas e somente porque era tempo de eleições. Agora volto àquelas pequenas postas, pequenos adizeres, pequenos pensamentos.

segunda-feira, fevereiro 21

Chuva. Para que se inicie a clara e efectiva sensação de mudança, apenas falta chover. E já não falta muito, felizmente.

ME-MO-RÁ-VEL. Só agora, quase no fim do dia, consigo encontrar um computador com acesso à net.
Não estou a par do que se disse e se escreveu nesta blogosfera, nem aqui nem na generalidade da imprensa diária.
Mas certamente muito já terá sido dito e escrito, pensado a rezado, definido e perspectivado. Entre tudo o que se disse e apenas com a vontade de expressar o meu contentamento, tenho que dizer que o dia de ontem a noite de ontem foi simplesmente ME-MO-RÁ-VEL, assim mesmo, silaba a silaba, de modo a sentir o gosto e o prazer de cada letra numa vitória que ficará para a História.
Haja agora capacidade de ousar e ousadia de arriscar e bom senso e teremos um outro país, um outro futuro.

domingo, fevereiro 20

Mudança. Não sei se terá sido coincidência ou não, não sei se houve um qualquer propósito que um qualquer psi possa explicar, sei é que este fim-de-semana dei início à mudança de casa.
Processo longo, lento, saturado, onde se revêm ideias, se recordam momentos, se redescobrem lembranças, se reencontram imagens, formas e feitios de tempos que já passaram.
E comecei por este meu espaço, que, por ter sido no Verão, deu origen a estas crónicas e chamei de deserto. Agora sim, parece um deserto. Estantes vazias, apenas marcas do que lá esteve, pontos de ideias, apenas impressões disto ou daquilo. Espaço de sobra agora, quando antes me faltava.
Não sei, não faço a menor ideia quando irá terminar esta fase de mudança, em que estou apenas em trânsito, entre um ponto e outro e não estou em lugar nenhum. Agora preciso de um livro, lembro-me de algo que me apetece folhear e que já não está ao alcance, não está, de momento, disponível.
Como todos e como sempre, esperamos que a mudança seja para melhor. Ou, pelo menos, que valha a pena. Por mim seu e reconheço antecipadamente que vale a pena.

sexta-feira, fevereiro 18

a minha campanha. Quase que terminada a campanha eleitoral, pelo menos a oficial, um ponto de situação antes de Domingo, esse mítico dia transformado antecipadamente em momento charneira, de reviravolta, de mudança, de transmutação.
Não sabemos, eu pelo menos, para onde se irá, qual o rumo a tomar, qual o(s) possívei(s) sentidos. Sei que quase que garantidamente muito irá mudar, espero, enquanto socialista, que para melhor. Se o será apenas o futuro o dirá.
Mas este ponto de situação reflecte essencialmente duas circunstâncias.
Uma de clara e manifesta surpresa. Ainda me cruzei com pessoas que olha a esquerda como se esta fosse um papão, depois dela nada mais houvesse ou fosse possível. Ainda há pessoas para as quais a democracia tem apenas um e único sentido, um e quase que exclusivo conjunto de protagonistas. Ainda há pessoas que acreditam solenemente que este país tem um donos e que todos os restantes apenas servem para obedecer. Estão erradas. Estão enganadas. Mas, mais do que o dizer ou afirmar, há que o demonstrar. Por um lado que alternativas e sentidos há muitos, olhares e vontades ainda mais. Por outro, que ninguém é dono de ninguém e que a vontade de muitos se deve sobrepor aos interesses de poucos. Isto é a democracia e, neste nosso país tem trinta anos, idade suficiente para casar, ganhar independência, pensar em deixar rasto, criar História, com H grande.
Segundo elemento de referência. Tudo o que se decidir Domingo irá ter, para o bom e para o mau, no melhor e no pior, consequências directas nas autárquicas, nos confrontos eleitorais e políticos que se seguirão. Este é apenas um momento. Estou certo que determinante. Mas não mais que um momento. Apreciemo-lo, saibamo-lo disfrutar.

terça-feira, fevereiro 15

Comícios do deserto. Concorrência feroz a este espaço de crónicas aconteceu hoje, mediante o comício conjunto que os lideres partidários com assento parlamentar estavam a dar em plena RTP1.
Comecei a ver o debate. Não o consegui ver todo, nem metade, sequer. Reconheço que fiquei algo surpreso com a postura de José Sócrates, com o nervosismo que emudeceu Jerónimo de Sousa, ou ainda pelo descarado populismo de Paulo Portas ou pela atitude de guerreiro solitário de Santana Lopes ou por aquela atitude que o próprio designou [durante a tarde] de esquerda popular de Francisco Louçã.
Eu sei que já não devia ficar surpreendido com estas coisas. Sabia e sei que devia estar imune. Mas explicaram-me que pode acontecer o mesmo com a vacina da gripe. Tomamos, no início do Inverno, a dita cuja vacina, mas podemos, por razões várias, contrair gripe.
Que há indecisos? É verdade, no decorrer desta campanha já encontrei uns dois ou três. Assumidos e declarados indecisos. Daqueles que votam de acordo com as propostas apresentadas, com as ideias que se discutem, com o perfil dos candidatos, com os possíveis candidatos. Esperam até ao apito final e depois votam. Dizem eles, claro.
Não fossem esses e perguntava para que serve este comício televisivo.
Os comícios festivos ainda têm algum cabimento. Servirão, pelo menos, para consolidar um espírito de grupo e de corpo, confirmar as nossas convicções e assegurar e garantir as nossas próprias certezas.
Pelo que me toca, sempre que vou a um comício sinto-me mais preenchido, mais reconfortado, mais convencido do meu próprio convencimento. Fico com a quase certeza que estou certo. Por outro lado, revejo amigos e camaradas [não se esqueçam que sou de esquerda e socialista], umas quantas caras bonitas e troco mais ideias e oiço outras opiniões sobre aquilo com a qual concordamos, a maior parte das vezes, também é verdade.
Mas aqui, em plena televisão, qual o objectivo disto? No meio de tanta conversa corro o sério risco de perder outras coisas não menos importantes, como ler mais um bocado, ouvir música, trocar ideias sobre o dia com a esposa ou com os filhos.
No meio da vozearia contradigo o que os outros, que não o do meu partido, afirmam e defendem. Discuto palavras com a esposa, imagino um pequeno comício [temos a sorte e o privilégio de torcer pelo mesmo, mas nem sempre assim foi].
Quem ganha e quem perde é quase sempre o nosso [hoje não sei, não vi, como disse, até ao fim].
E amanhã é outro dia e há mais do mesmo.

segunda-feira, fevereiro 14

Almoço. Será que este pessoal irá ao almoço de bloguistas que apregoa.
Infelizmente e uma vez mais, não irei. Refugio-me na minha distanciação, é uma outra forma de anonimato. Pelo menos não ficam a saber que sou feio, pessenhudo e teimoso, muito teimoso.
Há é verdade, dizem-me ao ouvido que isso já está no my profil. Ora esta.

do sentido. Tenho que reconhecer que, na ausência de melhor cartada, me sinto sentido com com esta prosápia.
Tenho que reconhecer que me atribuem um relevo que, primeiro e antes de mais nada, considero não merecer, digo eu pois claro, segundo, nada justifica, a não ser a ausência de melhor e mais adequado interlocutor.
Ainda dizem que me estou a fazer ao tacho, e lá terei que os corrigir que não é ao tacho é à panela, que é maior e mais maneirinha, quer no modo, quer na utilização e funcionalidade, mas essas são outras loiças.
Mas pronto, táben. Também reconheço e assumo que gosto e [aqui para nós] já sinto saudades de uma boa discussão, de um bom bate papo. Sabe-se de antemão que ninguém convence ninguém, mas há ideias a circular, há opiniões, há conversa e [não menos importante] é a conversar ca'gente se entende, ou não é?!.
Começando as simpatias e os mimos.
Se brinco ao toca e foge, este maravilhoso jogo de ignorâncias, de escapadelas, como afirma o pretenso conterrâneo, faço-o apenas por três singelas e práticas razões.
Em primeiro lugar por, penso que se saberá, não é o meu terreno, não é o meu negócio. Ainda que possa não ficar a dever à retórica e à argumentação, muito devo ao conhecimento concreto de uma realidade que, como tive oportunidade de reconhecer e assumir, apenas me é familiar. Opinião todos temos e todos temos o direito a ter e a assumir. Fundamentação, rigor e consistência são já apanágio de quem domina os assuntos, os vive e neles trabalha ou estuda. Não é, no que à saúde se refere, o meu caso. Ponto final.
Segundo, no rebate que me foi feito, nenhum ponto em contrário foi apontado, nenhuma ideia apresentada foi debatida, apenas ligeirezas, apenas aspectos que considero marginais (como seja o ignorar as propostas do PSD, mas há ainda alguém que os leve a sério?, a valorização que faz das conversas, umas em detrimento de outras por manifesto interesse pessoal e o arregimentar de notícias). Neste sentido, houve a preocupação de destacar aspectos claramente condicionados pelo olhar que se faz, legitimo por parte de quem olha, incorrecto para a discussão - pelo menos salva-se o link directo, o mínimo para um conhecimento das ideias de uma e de outra parte. Mas nada foi dito ou defendido quanto à valorização dos centros de saúde, dos cuidados primários de saúde, da prevenção em vez do curativo, do papel dos cuidados de rectaguarda, entre outros. Obviamente que foi também omitido, por certamente desvaloriz
Finalmente, como terceiro factor para este toca e foge, eu, pelo menos, ainda assumo o toque, ainda me deixo tocar [assumo que quem anda à chuva se pode molhar] mas discutir com quem nem nome sequer tem, leva-me a perguntar o porquê de se lembrar Humberto Delgado. Afinal esta luta não serviu para nada? afinal há ainda medos, receios, fantasmas que nos levam a esconder atrás de um anonimato? Delgado no contexto e no período assumiu a luta, a frontalidade, o confronto aberto. Hoje em plena democracia pelo qual muitos lutaram e muitos morreram, alguém prefere ser atirador furtivo. Por respeito a esses, prefiro brincar ao toca e foge, é mais correcto, no meu entender.
Tenho que reconhecer que já me senti prejudicado, em inúmeras situações, umas profissionais outras pessoais, decorrente das minhas opções políticas e partidárias. Mas são ossos da democracia, são ofícios da liberdade, são contigências do favor que me fizeram, este de viver em democracia - e ninguém o negue sem provas vivas do contrário.
Posto isto e por mais esta vez, assumo que o silêncio é demasiadamente ruidoso quando se apregoa a demagogia, a promessa fácil, se persiste na consideração que o povo português é parvo e os alentejos esses, coitados são alentejanos.
No meio dos sacríficios que nos impuseram, no meio dos cortes e da crise onde nos obrigam a subsistir prometerem-nos um hospital é oferecerem-nos o céu e a terra, o paraíso e as virgens. O povo alentejano sabe, de antemão, que ser necessário é, que é imprescindível para uma qualidade de vida que tantos apregoam e outros tantos defendem. Mas será que existem condições efectivas para que a promessa se concretize? Será que se o PCP ou o PSD ganhassem teriamos efectiva e realmente um Hospital no final da legislatura [pronto, táben, no final da outra legislatura, pois não é obra para começar e acabar em apenas 4 anos]? Tenho sérias dúvidas e, assim sendo, opto pela realidade, pela verdade. Ser necessário é, ser para já e para agora, não sei se é possível.

Morte. Morreu a irmâ Lucia, a última vidente, aquela que será, mais tarde ou mais cedo, e acredito que mais cedo, beatificada.
Foi uma santa oportunidade para PP e PSD.
Já cá andava o futebol, com a questão do totonegócio todos os dias a marcar presença no braço de ferro entre ministro e clubes.
Já cá estava o fado, na figura de algumas figuras da campanha.
Faltava Fátima. Está cumprida a trilogia.

do contraditório. Em vez de responder a alguns desafios, opto por dizer que eles falam, falam mas...

sexta-feira, fevereiro 11

das eleições - nota 2 - dos protagonistas. O muito que se joga nestas eleições, e é consensual que muito do nosso futuro colectivo está em jogo, quer pela capacidade de sairmos do buraco e definirmos um rumo, quer pela assunção de novos protagonistas e de uma outra geração chegar ao poder, não passa nem pelo interior, nem pelo homem comum, ao contrário do que disse ontem Augustina.
Com muita pena minha e por responsabilidade quase que exclusiva de um pequeno país, reduzido à tabloidização televisiva, as pessoas, a pessoa comum apenas se interessa pelos cabeças de lista nacionais, seja ele qual for. Procura-se a companhia e a presença dos lideres partidários, é este que se procurar ouvir, é este que serve de mote ao debate, na taberna, na mercearia, no banco do jardim ou enquanto se espera. É sobre o líder partidário que se jogam comentários, apostas e se desenham futuros.
Em termos distritais apesar de uma ou outra referência nacional, o interesse é reduzido, a assunção de que pouco podem ou pouco farão é assumida pela generalidade das pessoas.
Seja pela incapacidade de penetração no mercado de tablóides, seja por falta de claros e assumidos protagonistas, as regiões ficam para trás nesta discussão e sinto que uma vez mais, o futuro se discutirá e definirá no Terreiro do Paço.
Junta-se a isto a clara desvalorização do PSD e do CDS/PP, o primeiro pela paraquedista, pelo medo em assumir protagonistas locais, novos actores políticos, esfrangalhdo que está mesmo no distrito, o segundo apresenta uma candidata apenas para não perder por falta de comparência e não magoar muito o seu parceiro de coligação, colaborando com ele na tentativa de segurar o seu deputado (o que tenho dúvidas). Não chega o PS, com Carlos Zorrinho, nem o PC com Abílio Fernandes. São dois elementos fundamentais, duas mais valias próprias mas que carecem de apoio, de outros elementos de suporte e de destaque.
Apesar de 4 estabelecimentos universitários, apesar de todo um conjunto de organismo com quadros técnicos superiores, a região Alentejo, pelo menos esta que conheço, passa ao lado de questões de afirmação, faltam protagonistas, faltam actores que assumam o seu papel, perante o qual nos possamos reconhecer e referenciar. Para o bom e para o mau.

das eleições - nota 1 - do hospital. Até ao momento presente não consegui ainda encontrar uma explicação plausível para a importância de uma coisa ou pessoa.
Não consigo perceber, certamente por incapacidade pessoal, limitação intelectual, se a importância ou o relevo de algo ou alguém decorre do valor próprio e intríseco atribuído, considerado pelo próprio, isto é, decorrente de uma auto-valorização, e aí há quem se julgue o maior, ou se, pelo contrário, a importância e o relevo de algo ou alguém decorre do valor que outros lhe atribuem, e neste caso há, no que há minha pessoa se refere, uma clara e excessiva valorização (eventualmente também por me encontrar algo isolado e o que está mais à mão ser mais directo, mais fácil de procurar atingir).
Isto por que, apesar de não pretender estabelecer diálogo com quem não assume a defesa das suas ideias ou posições não concebo que se cai-a no descaramento da promessa fácil e vã, na demagogia.
Tudo a propósito de um hospital central para o distrito. E a questão não é nem simplista nem redutível a mera campanha eleitoral.
Antes de mais uma clara referência pessoal, o que conheço da temática decorre não apenas de conversas políticas e partidárias, de um eventual debate de ideias, como decorre de conversas domésticas, pelo olhar da esposa, ligada que está às questões da saúde. Como decorre de um simples bom senso. Por outro lado, destacar que as minhas referências apenas a mim me comprometem.
Neste sentido, um hospital central terá de estar relacionado com outros três elementos determinantes e que escapam a análises mais ligeiras. Por um lado, o objectivo. Apenas curativo e paleativo, ou de estudo e investigação? De reforço e apoio aos hospitais centrais (estamos a pouco mais de uma hora de Lisboa) e assim virado a norte, ou virado a sul, para uma população de características diferentes? Qual a articulação com centros de saúde, cuidados "primários de Saúde"? E com outras entidades na prestação de cuidados de saúde?
Como segunda características, em função do papel pensado e definido não apenas para o distrito com também e particularmente para a região. Isto é, dificilmente e por muito que alguns assim o pretendam destacar, apenas pela demagogia e pela promessa fácil, um novo hospital ficaria reduzido a uma pequena população de pouco mais de 100 mil almas e com clara tendência de redução. Ou se aposta para a região e aí a centralidade de Évora tem todo o cabimento, ou se aposta a Sul, criando alternativas no interior Norte, Castelo Branco-Portalegre e aqui dificilmente seria Évora a ter um novo Hospital.
Por último e não menos determinante, qual o papel da região num contexto nacional, de atravessamentos, quer Norte-Sul quer Leste-Oeste, com que dinâmicas, com que funcionalidades, com que protagonistas? Aqui e é aqui que penso que os actores regionais devem ter e assumir papel preponderante, é que se joga um futuro e, consequentemente, uma eventual localização de uma infra-estrutura hospitalar.
Atirar para o ar, como o faz PC, um hospital é tapar o sol com a peneira e assumir, de antemão, que apenas pela impossibilidade assumirão o poder. Porque se houvesse consciência de poder, não se apresentaria uma ideia destas, pelo menos da maneira como o fazem.

Propostas e nomes. O jogo está quase no auge. Os apontamentos finais podem determinar desenvolvimento inesperados? Não sei a resposta mas estou certo qe se tentarão todas as hipóteses, se jogarão todos os trunfos, se atirarão todas as oportunidades.
Esta (atenção, abre em pdf) é uma delas.
Com este conjunto de nomes espera-se uma de duas coisas: descredibilizar situações, ideias e pessoas e com elas assustar o menino, dizer que vem aí o papão. Ou, em alternativa, provocar um arrufo de comadres, um levantar de dedos inquiridores seja por sentirem o lugar ameaçado, seja por despeito de não serem consultados na configuração.
Um ou outro dos objectivos mais não criam que factos políticos que pouco interessam à vida real, ao quotidiano pré-eleitoral, não acrescentam nada de significativo a uma eventual decisão ou definição de voto.
E ainda falta uma semana.

quinta-feira, fevereiro 10

crónica de surpresa. Tenho que reconhecer e assumir alguma surpresa. Apesar de ainda cedo, de ainda faltarem 10 dias para as eleições, esperava mais participação da blogosfera nestas eleições. Tenho que reconhecer que esperava mais animação, mais debate, maior troca de ideias, um outro palco de confronto de ideias. Não falo nem me refiro ao contexto nacional, pois a esse nível há profissionais e máquinas que fazem quase tudo. Refiro-me ao contexto distrital, da blogosfera eborense, ou mesmo regional.
Espero que seja a eu que esteja a falhar por não encontrar primeiro e antes de mais nada espaços político-partidários, depois outros espaços, de independentes com dependência política, autores ou pretensos fazedores de opinião local ou regional a discutir esta ideias, as propostas que se apresentam.
À parte um ou outro ponto de encontro, como este do
PS, assumidamente distrital, este do CDS/PP, mais regionalista [mas não foram contra as regiões?], não se vislumbra uma discussão merecedora de referência [repito, espero que o erro seja meu, por ainda não ter referenciado esses espaços].
Obviamente que há contributos, uns mais habituais como é caso do
Sexo dos Anjos, apesar das minhas discordâncias, mais ideológicas que formais, outros mais pontuais, como o História e Política(s), ou ainda um que descola-não-descola mas que teve a ousadia de afirmar a sua posição, caso do VivaZ, outros que sem se assumirem discutem tudo e não fazem nada, típico de uma República das Bananas, e... e pronto.
Mantém-se a discussão em torno do pequeno problema, do problemazinho, circunscrito ao umbigo, bonito, redondinho como se estas eleições não fossem determinantes para tudo o que se segue, nomeadamente autárquicas, políticas locais, desenvolvimento local e regional, protagonistas e actores, papeis principais e figurantes. Lógicas estruturantes ou de consolidação, de permanência ou de afirmação.
Posso estar enganado, espero estar enganado e esta blogosfera não retracte a massa crítica alentejana, não seja um reflexo daquilo que somos, que haja mais gente, mais ideias, que a discussão se passe noutros locais, mas aconteça.
Faço votos para que esta região, com quatro estabelecimentos de ensino superior, mais de 100 escolas secundárias, quadros políticos e administrativos, uma forte tradição de cultura e uma idiossincrasia local tenha, de forma efectiva, capacidade para fazer ouvir a sua voz.

Caso contrário estamos tramados.

Depois do Carnaval + Sol. É verdade, acreditem que não é obsessão minha, mas depois de algumas ameaças de chuva, algumas concretizadas, reaparecem os dias de sol. Reparem como se apresentava a Península pelas 12h00 do dia de hoje.
Dias agradáveis que fazem com que as pessoas se esqueçam da política, da campanha eleitoral e sorriam como se de nada se tratasse.
É pena, pois os campos estão sequiosos, as frutas não despontam, as favas não crescem.
E assim se passam os dias.

quarta-feira, fevereiro 9

alterações. Apesar de não ser recomendável, pelos estragos já causados, procuro introduzir algumas alterações neste meu espaço, mais numa perspectiva de personalização do que de primores técnicos.
Espero que vá ao encontro das expectativas.

asneira. Na tentativa de melhorar um pouco este meu trabalho certamente se terão apercebido que estraguei o boneco. Ainda pensei que pudesse ter sido do próprio blogger, alguma dificuldade de amostragem das alterações. Não foi, foi mesmo asneira minha, agora remediada.
Ainda sem qualquer tipo de personalização ou de individualização, não vá o dedo do manel estragar aquilo que os criativos do blogger tanto estimam.

segunda-feira, fevereiro 7

Água. Finalmente, ao fim de praticamente 3 meses cairam gotas de chuva, ânimo para estas terras, para as gentes que disfruta dos campos e rouba à terra aquilo que come.
Desde Outubro que do céu apenas e somente sol e frio, muito frio. Hoje algumas gotas para enganar a fome da terra.
Mas o frio continua.

das ligações. O conjunto de ligações laterais, entre favoritos, entreténs e algumas paixões, sofreu alterações.
Alguns por manifesta justiça, retribuir o link.
Outros o assinalar o prazer e o gosto de olhar as imagens, as escritas, as ideias. Outros ainda por manifesta cumplicidade, quer profissional quer regional.
Uns quantos desapareceram. Por estarem inoperacionais há demasiado tempo. Outros por me desconhecerem e não existir reciprocidade de ligação, outros por despeito da minha parte.
A actualização segue dentro de momentos.
Bom carnaval.

sábado, fevereiro 5

da política. Nunca votei e, politicamente, nunca simpatizei com o eucalipto cá do sítio, Abílio Fernandes. Para além de ter secado elementos de outros partidos secou os do seu próprio partido. Sempre simpático e cordeal q.b. de modo a permitir o ganho de simpatias e sorrisos traduzidos em votos. Évora pouco ganhou com ele apesar de ser um elemento que marcou, ideológica e socialmente, a cidade.
Mas há que reconhecer que é um político brilhante. Neste momento estou a ouvi-lo numa rádio cá da terra - a dar um valente bailinho ao entrevistador. Não é o entrevistador que pergunta, está claramente condicionado pelas respostas, pela orientação da conversa de Abílio Fernandes.
Da conversa que oiço permitam-me destacar dois aspectos.
Um sobre a visão de Évora e do Alentejo. Visão que permanece inalterada, como se a culpa de o terem retirado dos paços do concelho não tivesse sido dele, mas culpa dos outros, de antigos amigos. Uma visão fixista, estática, agradável para quem nos visita, desprezável para quem cá vive e quer investir. Apresenta uma ideia agregadora de soluções (projecto integrado de desenvolvimento, articulação entre o litoral e o interior, a complementaridade entre eixos rodoviário e ferroviário) que o PCP nunca soube nem quiz apoiar, com medo do desenvolvimento com medo do que acabou por acontecer e se afirma cada vez mais, o do seu próprio esvaziamento, o do seu esgotamento político e social. Foi assim que se deu o salto em concelhos como Portel, Borba, Alandroal que, depois de retirado o poder ao PCP local, evoluiram qual bip bip.
Segunda ideia, brilhante nesta altura, atinge não apenas o PSD mas essencialmente elementos do PS, quando pergunta onde está o Alentejo Digital. Faz afirmações que sabe que são falsas (as câmaras não contrataram elementos, nem dispenderam um chavo com esses elementos), mas atira barro à parede como se fosse para além de ingénuo, virgem. É verdade que foi uma aposta demasiadamente arrojada que se esboroou na inépcia de mandantes e cabecinhas pensantes.
Não é ainda tempo nem hora, nem serei o elemento mais adequado para falar deste projecto, na qual estive envolvido até ao tutano. Mas, para já e por ora, deixe-me dizer que mentir é feio senhor dr. Abílio Fernandes e, apesar de carnaval, alguns levam a mal.

do céu. Numa época em que pouco se acredita no céu, hoje, pelo menos, talvez tenha aparecido um pouco daquela esperança que nos vem do céu.
Amanheceu entre o cinzento pastel e o azul empobrecido. O cheiro teimava entre o carnaval e o húmido, na dúvida de uma qualquer possibilidade.
Será chuva que se aproxima, ou apenas a esperança?

sexta-feira, fevereiro 4

do debate. Peço desculpa de procurar acrescentar algo ao muito que já foi dito, escrito e pensado sobe a conversa dos dois principais candidatos a primeiro-ministro.
Considero eu que é um claro exemplo do que Portugal é hoje, uma dúvida. Dúvida persistente, entre o inquieto e o irritante.
Não foi um frente-a-frente, como no passado [lembram-se daquele entre Álvaro Cunhal e Mário Soares?], os interlocutores estavam de frente para quem colocava as questões, não um para o outro.
Não foi um debate, a réplica, o repique, o contestar esteve condicionado, cerceado pelo tempo, pelas regras. Não houve, real e efectivamente, uma troca de ideias, uma tentativa de sobrepor opiniões. Foi tudo politicamente correcto.
Foi algo amorfo, entre o que alguns gostariam que Portugal fosse [cópia infiél de estereótipos americanos, pelo menos na mediatização do carnaval político] e o que efectivamente somos, uma tentativa de construir algo entre o racional e o emotivo, um equilíbrio instável, pereclitante e indefinido entre emoção e razão.
Quem ganhou? Dia 20 se verá.

terça-feira, fevereiro 1

D. Sebastião. Não quero crer em profetas da desgraça, mas ao ler este tipo de artigo, que não é peça única no panorama nacional, fico com a firme convicção que estamos mais que condenados.
O que me restabelece ânimos é que estes senhores também são portugueses, como eu, mas têm ou tiveram muito mais responsabilidades que eu. É fácil apontar, não é? construir é que é mais difícil, opta-se por gritar aqui d'el rei. Já não vou nessas, a idade tem-me tirado juizo.

futebol. Desde que descobri que um dos meus lados está aqui referenciado, que perco a vergonha para dizer algumas barbaridades naquilo que é o desporto rei.
Desculpem lá a ignorância da afirmação, mas se o glorioso a meio de um qualquer campeonato tivesse o 3º treinador de uma epóca, estou certo que para além do Carmo e da Trindade se teria dado um novo 25 de Abril, como alguns ambicionam.
No entanto, o FCP vai no seu terceiro treinador este ano e nada demais. Normal. Ou sou eu que sou anormal? [caso sério a equacionar]

do receio. Engraçado aqueles que, atrás do anonimato, afirmam recear ataques, represálias ou outras que tais e apelam aos outros para não terem receio. É engraçado. É sinal que o receio não é para todos, apenas para alguns. Ou será apenas a capacidade de de assumir ideias, posturas, debates, críticas e opiniões que não é para todos?

secundário. O tempo não permite muita disponibilidade e este meu deserto fica sem as gotas de palavras que o alimentam, qual tempo de Inverno sem chuva.
Torna-se um espaço quase que secundário. Não me é permitido, por questões profissionais, acompanhar a realidade eborense como gostaria [e deveria] e fico sem assunto para esta conversa.
Lá vou colocando uma ou outra posta, apenas para marcar um ponto imprevisto, imprevisível, fátuo na sua arritmia.
Falta-me o assunto para as palavras que possuo. Ou serão as palavras escassas para o assunto?