sexta-feira, julho 23

Pausa

Andava a fazer um certo esforço para chegar a este fim-de-semana. Estava prefeitamente convencido que faria, no próximo dia 25, um ano de bloguices. Afinal, ao voltar atrás neste blogue, descobri que fiz um ano no passado dia 8.
Um ano a contar ideias, a trocar opiniões, a embalar posições, a ganhar amizades, a construir cumoplicidades.
São mais de 500 postas, estas que aqui deixei.
Desde o princípio, nunca me importei de saber se era lido, visitado, comentado ou criticado, daí nunca ter colocado um contador, mas, ao fim deste tempo, reconheço-me em muitas das amizades que fiz, em muitas palavras que leio, em muitos dos sentimentos que aqui se trocam.
Já o disse, já o escrevei, a blogosfera trouxe coisas difíceis de conceber à dois/três anos atrás, coisas difíceis de derrubar, de ultrapassar, de negligenciar (como alguns gostam de fazer), de fingir que não acontece ou que não existe.
Foi uma experiência de participação, esta que assumi, de ter um espaço onde se pode deixar uma ideia, e aquilo que defendo hoje está mais concretizado, a de assumir a clareza e a transparência de posições e de ideias, a de uma democracia participativa, debatida e discutida, certos que todos (todos) temos um pouco da verdade, mas não a verdade toda.
Passado este tempo, faço uma pausa, regresso a meio de Agosto.
Fiquem bem.

quarta-feira, julho 21

cidades

Esta entrada do Mário faz-me recordar um gosto que tenho e que há dias me deu algumas dores de cabeça.
Gosto de apreciar as cidades como se de uma mulher se tratasse. Gosto de lhe observar o perfil, o balancear das ancas, apreciar os cheiros e os odores, sentir os dedos e os cabelos ao vento. Gosto de sentir passar por mim uma cidade como se de uma mulher se tratasse. Gosto de me envolver com uma cidade como se de uma amante se tratasse.
Olho para os telhados, para os beirais, prescruto estados de espírito, sensações, pequenos arrepíos. Revejo-me nos cheiros, nos ruídos do dia e da noite, do fluir do trânsito como se de sangue se tratasse.
Duas cidades pelas quais me apaixonei há muito e da qual ainda não desvaneci do romance, Évora, esta mesma onde nasci, e o Porto. 
Semelhanças entre uma e outra? tantas que são difíceis de explicar, uma prosaica, ambas são de granito.
Como sempre me aconteceu a tudo aquilo que amei, nunca deixei nenhuma, fui deixado. Também não quero deixar Évora.

civilização

Como já repararam ontem foi um dia de ausência, aproveitei para, de fugida, ir à cidade.
Fui conhecer o IKEA e reconheço que fiquei espantado. Estamos cá no fim do mundo, Évora e Portugal.
De passagem, pelas ruas de Lisboa, algumas obras monumentais, quase que me apeteceu comparar Évora e Lisboa. Conseguem perceber as semelhanças?

coragem

Ontem tive conhecimento que Pacheco Pereira recusou o cargo de embaixador na UNESCO, já com bilhete de avião e tudo, como ao mesmo tempo fiquei a saber que regressa à sua escola, palavras suas.
Numa entrevista à sic notícias mostra a sua capacidade e o seu estatuto de rebelde. Para alguém da área do poder neste momento é necessário coragem, isso mesmo, coragem, princípios e valores para adoptar esta posição. Faço votos para que ela seja compreendida pelas pessoas, interpretada em face do momento político actual, analisada nas suas implicações presentes e futuras.
Portugal precisa de pessoas assim.

avarias

Parece que a plataforma bloguista do sapo tem andado enbaixo, situação que tem feito com que não possa consultar alguns dos comentadores cá do burgo.
Espero que não percam oportunidades.

onde estão

Dá-me a ligeira sensação que o PSD cá do burgo anda ausente por parte incerta.
Reajanjos familiares ou apenas procura de acamar situações?
Que se passará?

crítica

Parece, pelo menos a algumas pessoas desta praça, que quando pensamento diferente, quando comentamos política estamos a dizer mal de alguém, estamos a atacar alguém.
Será que não conseguem (ou será que não querem) ver que jogamos na mesma equipa?.

segunda-feira, julho 19

diferenças

Há quem destaque as semelhanças e as conivências dos protagonismos mediáticos entre José Socrates e Pedro Santana Lopes.
Há quem assinale, de forma claramente destacável, o percurso político e histórico deste pretendente à liderença do PS.
Há quem defenda a renovação do partido e quem, em oposição, sublinhe as continuidades aparelhisticas.
Como há aqueles que o distanciam de Ferro Rodrigues, como os outros que o colam a Guterres.
Essencialmente e em meu entender fazem-se notar duas posições, uma interna, do partido socialista, e uma outra externa, eventualmente da comunicação social.
A interna diz respeito à tradição republica e dialéctica do partido socialista. Mesmo aqueles que trabalham a área do pensamento político, social e partidário têm, nestas alturas, hábito de se acantonarem em redutos onde possamos perceber alinhamentos ideológicos, amizades políticas, camaradagens e cumplicidades pessoais. O PS é, em meu entender, um partido que ainda não se desligou da tradição francófona e libertária herdada do ideário da revolução francesa. Se se deve libertar é uma outra questão, qual o sentido que deverá adquirir outra mais.
A questão externa e mediática que se vislumbra diz respeito a algum receio, algum mau estar que a direita sente deste candidato, da sua capacidade de aproximação a sectores sociais, políticos e religiosos que podem fazer a diferença e, mais importante trazer o poder.
Contudo, em meu entender há uma questão fundamental, fulcral na definição dos próximos tempos do que poderá ser o PS, diz respeito à capacidade de compatibilizar tradição e ousadia de inovação, manutenção ideológica e irreverência, tolerância e rebeldia política. Como fazar esta eventual quadratura? com as pessoas, ouvindo e integrando ideias, definindo ideias mobilizadoras, integradoas, realçando as diferenças entre o PS e a restante equerda como aquelas que se vêm e aquelas que se sentem com esta coligação liberal.
Estes são alguns dos desafios.  

tonterias

Esta é a sealy season e, agora que o governo tomou posse e terminou o totoloto dos ministeriáveis, ainda é mais tonta e mais tonterias se notam.
É passar, entre a brisa marítima e a frescura de uma qualquer esplanada, o mais despercebido possível.
Novidades, por agora, nem no continente.

domingo, julho 18

atraso

Só espero que nestas trocas e baldrocas o concurso de professores dos ensinos básico e secundário não fique esquecido e expliquem, rápida e eficazmente à senhora ministra, a importância deste processo para a vida de milhares de docentes, para a estabilidade de muitas famílias, para a possibilidade de o ano começar menos mal, para a necessária, mas parece que atrasada, credibilização tanto apregoada.

trocas

Reconheço que o tempo quente me tem trazido algumas surpresas, umas boas outras nem por isso.
Há pouco, por indicação e opção da esposa, ouvi o Prof. Martelo (este sim é claramente uma picareta falante, pica, pica e parece não se cansar) discursar sobre os elementos deste novo governo.
Fiquei sem perceber várias coisas, das quais destaco duas:
  • será que o senhor está ressabiado com algo ou alguém, por não ter ido para o governo, por em tempos o terem boicotado, por ver o seu partido claramente secundarizado?
  • quais os objectivos deste senhor professor dar o corpo ao manifesto semanalmente nesta estação, apenas vocação mediática tardiamente descoberta?, carência económica ou financeira, a crise, afinal, bate a quase todos?, deixar rasto para uma eventual, academicamente escrutinada hipótese de uma talvez candidatura a Belém?
Do pouco que percebi, ficou mais claro na minha cabecinha que o problema de não perceber o que é que grande parte destes novos ministros ali estão a fazer não é só meu nem, provavelmente, de casting, é do primeiro ministro que ainda não se terá apercebido do menino que lhe puseram no colo.
Quem se lixa, quem é?

funcionalidades

o blogger está mais bonito, mais prático e mais funcional.
Tem cores sortidas, a possibilidade de alterar o tipo de fonte ou a sua dimensão. Tem também acesso facilitado a um conjunto de ferramentas, seja o bold ou o itálico.
ou a de inserir, com maior facilidade, imagens.
Nota-se que a sondagem de opinião aos seus utilizadores é tida em consideração. Assim hajam ideias para aqui escrever.
As ferramentas são meios úteis e indispensáveis, mas sem veia capaz de gerar ideias e pensamentos pouco adianta.

estórias

Eram dias algo ingratos, estes de fim de semana quando, há qualquer coisa como trinta anos atrás, procurava, entre a folhagem do jardim da rua de Aviz e a fonte, companhia para as brincadeiras, para o entretém da miudagem.
Ao fim de semana uns saíam de casa, iam à aldeia dos avós, a casa dos tios, visitar primos afastados. Outros, com um esquema de segurança mais apertado, por estar em casa toda a família, não podiam nem arranjavam maneira de fugir aos olhos implacáveis que faziam cumprir as obrigações da sesta.
Ontem como hoje, limito-me a esperar o esvair do dia, a chegada da tarde mais fresca, um filme que entretenha, uma companhia que me procure.
 

silêncio

e calma, é quse tudo o que resta nesta cidade de Évora.
Ouvem-se os passáros qual cidade campestre, enquanto o sol aperta e aquece.
Pela janela, percebo a brisa que se faz sentir na copa das árvores do jardim em frente.
Passos, algo entre o arrastado e o cansaço sobem ao meu espaço de escrita.
Afinal é mais um fim de semana de férias e de sossego.

controlo

Parece que voltaram os tempos em que todos suspeitamos de todos, todos procuram controlar todos.
Ora é o presidente da república a olhar pelo governo, mas a dizer que nada tem com ele, ora é o governo a dizer das suas e a estudar como as fazer.
Entretanto olhamos uns pelos outros, desconfiádos do que poderão ser os nossos próximos tempos.

sexta-feira, julho 16

que pensar?

Deste país que arde impunemente?
Dos ministros que são eternos (ir)responsáveis de atitudes e conseuqências?
Que pensar deste governo que nomeia um indíviduo ao arrepio de bombeiros e da protecção civil?
Que pensar deste país que abandona a sua floresta à sua sorte e aos interesses, particulares, de alguns?

que pensar?

Que se pode pensar deste governo?
Que se pode perspectivar desde novel governo em que até o primeiro ministro foi remodelado?
Que se pode pensar deste país em que há ministros que só agora descobriram que há ambiente, cidades, justiça, um ministério da educação?
Que se pode pensar deste país que é governado por gestores onde o lucro está na diferença entre o deve e o haver e a pessoa conta apenas como factor de produção, na melhor das hipóteses, ou custo de produção, em qualquer hipótese?

abano

Por causa do calor, por causa da bonomia que ele provoca esta terra necessita de um abanão, de aragem, de ares frescos.
Será que esta terra não consegue gerar ar fresco?

do aniversário

Não foi nem esquecimento nem falta de decoro, apenas de vontade de vir a este meu deserto deixar os  parabéns ao Luís. Foi ontem, mas mais vale tarde que nunca, e que me seja permitida esta destemperança.
Muita escrita depois, alguns encontros somados, ideias trocadas e muitas vontades de fazer mais.
Chega-te a eles Luís, a blogosfera precisa.
Quero mais, muito mais.

terça-feira, julho 13

trotinete

Depois, quando cansados das voltas da bola ou lesionados pelo encarniçado da disputa, procuravamos as oficinas para arranjar rolamentos.
Entre uns e outros com ajudas dos mais velhos ou de um pai mais disponível, lá construíamos a nossa trotinete. Uma melhor que a outra, pois também aí havia diferenças, não apenas de construção, também de acabamentos, que não somos todos iguais. Umas com um bocado de alcatifa, para amortecer a tábua, um punho de bicicleta para que a curva custasse menos, uma lata para que quando raspasse no alcatrão se pudesse ver.
E aí iamos nós à aventura, ladeira dos leões abaixo, adrenalina cá em cima à espera que a cancela do combóio estivesse levantada. Descida frenética, cabelos ao vento. Muitas das vezes com a policia à espera, sabedora das nossas aventuras, para nos ficarem com as trotinetes que tanto trabalho nos tinham dado.
Já mais crescidos, quando o corpo começava a sobrar da ripa da trotinete, passamos para as biclas, as nossas bicicletas, que nos permitia ir mais longe, que levava menos tempo. Partiamos à aventura para a distante barragem da Cartuxa, ou íamos até aos ambientes mais frescos do jardim público.
Outros tempos, outras estórias.

tempos

Enquanto os filhos se distraem nos tempos livres da junta de freguesia, sozinho em casa recordo tempos e peripécias das minhas férias grandes.
Como o tempo era curto para tanta coisa que havia que fazer em férias. Como eram curtos os dias para os torneios de futebol em pleno jardim da rua de Aviz. De banco a banco, equipas de 2 ao bota fora, eram torneios mais encarniçados e mais disputados que qualquer euro2004. Quando aparecia mais gente fugiamos às mães e a quem nos controlava e íamos para a variante das Portas de Aviz, belo campo ervado onde se disputavam eternos derbis.
Mais pela fresca fugiamos aos pais, outra vez, e procuravamos o vento mais fresco da noite, espiávamos os namorados e contavamos aventuras que tinhamos imaginado.
As férias eram grandes, os tempos eram pequenos para tanta coisa que havia para fazer.

segunda-feira, julho 12

das dúvidas

Para que não fiquem grandes dúvidas quanto ao meu lado socialista nesta disputa de liderança digo que, desde já, apoiarei António Vitorino, pelo seu perfil institucional, pela sua argúcia política, pela sua capacidade de liderança e gestão pública, pelos princípios e atitudes que já demonstrou possuir (caso da sisa), pela capacidade que tem demonstrado de criar pontes, em particular no seio da própria família socialista, pelo equilibrio que evidencia na defesa do interesse e dos valores públicos.
Se não se chegar à frente tomo a posição de José Socrates, entre aqueles que já se apresentaram como candidatos.
O certo e mais objectivo terá que passar por, independentemente da pessoa que venha a ser lider do PS, se definir como prioritário retirar o neoliberalismo do poder, se ultrapassar a arrogância e a prepotência daqueles que pensam que Portugal é só deles, que a administração pública é coutada privativa e vedada, que só têm direitos aqueles que os podem pagar.
O próximo lider socialista deverá ter como máxima a prioridade a conciência social, o destaque às pessoas e a valorização da democracia participativa.
Sem medos nem rodeios.

repartição

A partir da posta anterior, provavelmente acontecerá ao país o mesmo que ao distrito de Viseu que, apesar da unanimidade política, se divide por 4 zonas administrativas.
Era isto que eu gostava que não acontecesse. É por estas que defendo a regionalização, mediante 5 regiões plano (Norte, centro, Alentejo, Algarve Estremadura) e duas áreas metropolitanas, Lisboa e Porto.
O resto é brincar às regiões, é ser populista. Como irá Santana proceder neste aspecto?

desconcentração

Certamente que será desconcentração em face da falta de atenção e não de uma vontade clara e expressa de descentralização.
Agora a ideia de colocar os ministérios espalhados pelo país só da cabecinha do senhor Santana.

domingo, julho 11

comum

Estamos, quem alimenta esta blogosfera, e na generalidade dos casos, a fazer anos. anos de presença nesta blogosfera.
Uns já fizeram outros irão fazer nos próximos dias.
Aparecemos quase todos ao mesmo tempo ou, pelo menos, dentro de um curto intervalo de tempo, entre Março/Abril e Julho/Agosto.
Pelo que leio, apesar das divergências políticas e ideológicas presentes em muitos, notam-se gostos que se tocam, entrecruzam, prazeres que se interpenetram, seja na música, na literatura ou, mesmo, nos blogues que lemos e comentamos e com quem partilhamos ideias, opiniões e outras coisas que tais.
Uns mais temáticos, outros mais intimistas, outros mais localistas outros mais sectoriais, o certo é que a blogosfera trouxe novos elementos de participação, envolvimento e partilha.
Participação reiterada em diferentes momentos e perante diferentes circunstâncias.
Envolvimento em causas que já eram nossas mas que, quase que de repente, envolvemos novos parceiros.
E partilha nos almoços (a que ainda não tive o prazer e o privilégio de poder participar) que se têm realizado um pouco por todo o lado.
Iremos, pelo que já se perspectiva, atravessar um período com algumas dores de crescimento, de indecisão quanto aos caminhos, de abertura de possibilidades.
Uns já avisaram que não regressariam depois das férias, outros alimentam esta ideia aos soluços, entre um fica ou sai.
Será importante termos consciência, como na generalidade dos casos existe, da importância e do que esta atmosfera permitiu. Ainda que uns quantos, apenas por distracção, não liguem ou procurem evitar o acompanhamento das ideias e das opiniões que por aqui circulam, é determinante não acabar. Certamente que outros aparecerão, mas, como uma equipa, há que juntar alguma veterania à rebeldia e e há vontade de fazer.
Por mim cá continuo, até que os dedos e doam e a imaginação se suspenda.

sexta-feira, julho 9

E agora?

qual o filme que se segue?
Quais os desenlaces, novos ou velhos, de uma telenovela que teve um triste fim?
E agora como vai ser a história de um velho país governado por santonetes, paulinhos da feira e liberalismo desenfreado?
que vai ser de nós, povinho, esmagados pela recuperação e pela retoma económica, pelo acelerar de novas reformas e pelos novos protagonismos políticos e mediáticos?

da História

Temia esta decisão, escrevi-o aqui, há tempos, quando a situação se despoletou. Queria eleições antecipadas, para legitimar um governo, para evitar a fulanização da política.
Sempre temi que o presidente optasse pelo mais fácil e directo, pela continuidade.
Fico surpreendido pelo papel de Ferro Rodrigues.
Nesta última hora fiquei com a firme convicção que Sampaio passa à História sem história e que Ferro ganhou, no momento em que abdica, o estatuto de lider da oposição.
Agora é o contar espingardas, arregimentar apoios, sondar vontades, aferir das sensibilidades e chegar depressinha ao congresso.
Lider precisa-se.

e pronto

A decisão está tomada, para agrado de alguns e triste descontentamento de muitos.

quinta-feira, julho 8

francesinhas

Passou à pouco na televisão um apontamento de reportagem sobre o festival de francesinhas que decorre no Porto.
Senti saudades de uma.
As melhores, desculpem-me lá os tripeiros, devorei-as, com duas ou três canegas, em Gaia, quer no antigamente, quer em tempos mais recentes.
Petisco maravilhosamente simples, regado de segredo picante, devorado em amenas cavaqueiras.
Fiquei com vontade de ir ao Porto este fim-de-semana.

mais um

O Mário faz um aninho por estas bandas.
Dedica-nos, na sua escrita elegante e directa, um conjunto de pensamentos que, noutro lado e noutras temáticas, já rabisquei.
Passado quase um ano a escrever coisas minhas, a debitar ideias e pensamentos, a opinar sobre tudo e sobre nada é posível concluir que muito se escreveu, se foi útil? outros que o digam.
Mas é importante redefinir caminhos, criar novos sentidos para esta e nesta esfera de participação que é a blogosfera.
Apesar de quando em quando me enredar em discussões locais reconheço a minha falta de informação (e por vezes de argumentos) perante outros, como o mais évora ou mesmo o sexo dos anjos. A minha área é outra, a minha paixão, há muito, que é a escola.
Como me falta o fluir da escrita do Luís ou da Patrícia e a irreverência de outros.
Quase um ano depois, um dos meus objectivos está quase cumprido, aferir da minha própria capacidade de partilhar ideias, de escrever de forma rotineira, alimentar um espaço opinativo.
Há que definir outros, há que criar outros. É importante assegurar este mecanismo de participação e de troca de ideias e opioniões, como é importante serem aproveitadas. Como é o desafio.

quarta-feira, julho 7

discursos

Será impressão minha ou há por aí gente que gosta de se copiar mutuamente?
Então não é que encontro gente que utiliza os meus argumentos para me contradizer. Até parecem o Paulinho das feiras.
Certamente que será por mera coincidência e nunca por falta de argumentos ou de argumentação.

vontade

Olho em meu redor, sinto e tenho tantas coisas para fazer, arrumar papeis, desarrumar livros, encanfuar coisas. Mas nada me apetece fazer.
Sempre assim fui, quanto menos tenho para fazer menos faço, menos me apetece fazer.
Feitios.

terça-feira, julho 6

arbitrariedades

Lido e ligo pouco à legislação que rege este país. A não ser que disso tenha realmente necessidade passo ao lado das leis e das suas múltiplas interpretações.
Mas agora preciso e não gosto de segunda mão, fui directamente à fonte.
A propósito dos concursos para cargos de direcção no âmbito da administração pública, fui confrontado com uma clara arbitrariedade, como é a Lei 2/2004.
Quando foi a lei 49/99 que então procurava regular as nomeações dos boys para os jobs, caiu o carmo e a trindade com um rol sem fim de comentários, de santos e santas ofendidos e injuriados. Mas existia um juri, a obrigação de publicitar os critérios e as condições de selecção, os requisitos necessários.
Agora, para além das banalidades e generalidades próprias de uma administração pública anquilozada, estagnada e petrificada, deixa-se tudo ao critério do diregente máximo do organismo. Agora um concurso é regido pela clara arbitrariedade do chefe.
Estou certo que se, na altura Jorge Coelho, tivesse apresentado uma proposta como esta está em forma de Lei, não restaria hoje nada do que era então ministro.
Enfim.

Sais tu ou sais tu

Independentemente do que pode acontecer, mais do mesmo e da pior maneira ou eleições antecipadas, joga-se o tudo por tudo nas direcções regionais, é um vê se sais da frente porque eu tenho cartão há mais tempo, é um contar de espingardas, de amigos e amigalhaços para que alguém se aguente no puleiro.
Afinal, sabem que, independentemente da decisão do Presidente da República, ou sai um ou sai um.
Eu, obviamente, é que não saio daqui.

fim de festa

Soube hoje que algumas direcções regionais, vulgo serviços desconcentrados, é uma roda-viva para fechar processos, concluir dossiês, despachar ofícios, encomendar as alminhas ao diabo e ao santo.
É um vez se te despachas para apresentar trabalho, ter resultados, números que apresentar a quem de direito e despachar as coisas antes que alguém os despache a eles (e elas).
Então não é que há gente a trabalhar ao fim-de-semana só para despachar processos?. Como diria o outro senhor, e esta hen?

segunda-feira, julho 5

organização

Ontem comemorámos o nosso próprio reconhecimento, a nossa capacidade de organizar, a surpresa de tudo ter corrido bem, o orgulho de sermos reconhecidos pelos outros, a vontade com que ficámos de fazer mais e melhor.
Ontem celebrámos o nosso orgulho nacional de sermos portugueses.
Perdemos um campeonato, ganhamos sentido de organização, percepção das nossas capacidades, uma equipa perante a qual todos nos identificamos.

atraso

Já não chegava tudo o mais, agora até no futebol estamos atrás da Grécia.

sexta-feira, julho 2

do princípio

A melhor frase sobre o euro2004,
A malta está a gostar tanto do Euro 2004 que no domingo vai começar tudo de novo.

Espero que com melhor sorte.

argumentos

Esgrimam-se argumentos, abanem-se ideias, apresentem-se opiniões, bradem-se vontades, cuspam-se inconfidências.
Não se esqueçam é dos factos, das evidências, das más, obviamente, das boas também e daquelas que o povo aponta, dos olhares e dos sentimentos das gentes simples, do anónimo, do indiferente. Daquele que tem opinião, mas que não é publicada.
Não pensem pela cabeça dos outros, não se deixem iludir em cantos de sereia, em frases feitas, em populismos baratos.
O povo vencerá, sempre, independente da vontade que alguns manifestam.

efevercência

Nota-se, em grande parte da blogosfera eborígene, uma certa efevercência, algum desconforto, algum incomódo.
A que se deverá tanto incómodo? Porque se manifestará tanta turbulência? Porque será que se nota alguma incontinência verbal? Porque será que se roça o incorrecto e indelicado?
Será por falta de argumentos? Será por falta de razões?

quinta-feira, julho 1

euforia

É a euforia generalizada.
O país desfraldou bandeiras, grita de euforia.
Também eu, ontem, alinhei na gritaria, no passeio, nas buzinadelas.
Afinal somos portugueses, não há coração que resista, não há cara de pau que permaneça.
Como diz o povo português, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Depois da euforia logo veremos como estamos, como ficamos.