segunda-feira, julho 19

diferenças

Há quem destaque as semelhanças e as conivências dos protagonismos mediáticos entre José Socrates e Pedro Santana Lopes.
Há quem assinale, de forma claramente destacável, o percurso político e histórico deste pretendente à liderença do PS.
Há quem defenda a renovação do partido e quem, em oposição, sublinhe as continuidades aparelhisticas.
Como há aqueles que o distanciam de Ferro Rodrigues, como os outros que o colam a Guterres.
Essencialmente e em meu entender fazem-se notar duas posições, uma interna, do partido socialista, e uma outra externa, eventualmente da comunicação social.
A interna diz respeito à tradição republica e dialéctica do partido socialista. Mesmo aqueles que trabalham a área do pensamento político, social e partidário têm, nestas alturas, hábito de se acantonarem em redutos onde possamos perceber alinhamentos ideológicos, amizades políticas, camaradagens e cumplicidades pessoais. O PS é, em meu entender, um partido que ainda não se desligou da tradição francófona e libertária herdada do ideário da revolução francesa. Se se deve libertar é uma outra questão, qual o sentido que deverá adquirir outra mais.
A questão externa e mediática que se vislumbra diz respeito a algum receio, algum mau estar que a direita sente deste candidato, da sua capacidade de aproximação a sectores sociais, políticos e religiosos que podem fazer a diferença e, mais importante trazer o poder.
Contudo, em meu entender há uma questão fundamental, fulcral na definição dos próximos tempos do que poderá ser o PS, diz respeito à capacidade de compatibilizar tradição e ousadia de inovação, manutenção ideológica e irreverência, tolerância e rebeldia política. Como fazar esta eventual quadratura? com as pessoas, ouvindo e integrando ideias, definindo ideias mobilizadoras, integradoas, realçando as diferenças entre o PS e a restante equerda como aquelas que se vêm e aquelas que se sentem com esta coligação liberal.
Estes são alguns dos desafios.