terça-feira, julho 13

trotinete

Depois, quando cansados das voltas da bola ou lesionados pelo encarniçado da disputa, procuravamos as oficinas para arranjar rolamentos.
Entre uns e outros com ajudas dos mais velhos ou de um pai mais disponível, lá construíamos a nossa trotinete. Uma melhor que a outra, pois também aí havia diferenças, não apenas de construção, também de acabamentos, que não somos todos iguais. Umas com um bocado de alcatifa, para amortecer a tábua, um punho de bicicleta para que a curva custasse menos, uma lata para que quando raspasse no alcatrão se pudesse ver.
E aí iamos nós à aventura, ladeira dos leões abaixo, adrenalina cá em cima à espera que a cancela do combóio estivesse levantada. Descida frenética, cabelos ao vento. Muitas das vezes com a policia à espera, sabedora das nossas aventuras, para nos ficarem com as trotinetes que tanto trabalho nos tinham dado.
Já mais crescidos, quando o corpo começava a sobrar da ripa da trotinete, passamos para as biclas, as nossas bicicletas, que nos permitia ir mais longe, que levava menos tempo. Partiamos à aventura para a distante barragem da Cartuxa, ou íamos até aos ambientes mais frescos do jardim público.
Outros tempos, outras estórias.