quinta-feira, abril 28

arrastar

sente-se um certo arrastar das escritas, entre aqueles que soluçam, oscilam, intermedeia a sua actualização e aqueles que, pura e simplesmente, se desvanecem nos parágrafos simples de um Adeus.
Por vezes sinto-me arrastar até Julho, altura em que farei, se lá chegar, dois anos de barbaridades, de escrita para mim e para mais alguns amigos, um ou outro curioso. Sinto-me arrastar e a pensar o que farei. Talvez pare, talvez faça um balanço, uma desintoxicação desta escrita, de deixar ideias, de partilhar opiniões, de me abrir ao comentário (são tão poucachinhos que ... enfim..).
Logo se verá.

validade

Insurgem-se os presidentes de câmara pela limitação de mandatos. Apenas eles se isurgem, quase que sem argumentos como atesta a vontade de Isaltino Morais se candidatar contra tudo e contra todos, entenda-se, contra aquela que foi a sua vice-presidente e aquele que é o seu partido.
Ou será que o senhor tem uma vontade férrea de prestar serviço público abnegado e desinteressado?

causas

duas ideias que partilho comigo mesmo.
Como é que nos Açôres um processo em tudo idêntico ao da Casa Pia, pelo menos é o que entendo daquilo que me é fornecido pela comunicação social, se resolve em seis (6) sessões e por cá se arrasta até à previsível prescrição ou anulação de provas?
Como é que não hei-de acreditar que existem vários pesos e diferentes medidas quando me confronto com o regresso, por ultrapassagem de prazos de acusação, do Major Valentim Loureiro? Das duas uma, ou não havia razões para as medidas aplicadas e há que responsabilizar o Estado e o Ministério Público, ou há a incompetência de deixar passar prazos.
Em que ficamos?

quarta-feira, abril 27

simples

Tão simples quanto bonito este romance de Francisco José Viegas. Feito, como o próprio diz, afirma e reafirma de coisas simples, de gente sem importância.
Não é um triângulo amoroso. É, antes, um triângulo da vida de sermos portugueses, de nos descobrirmos no outro, seja pessoa, seja continente, seja cultura.
Gostei. Mesmo.

dos blogues

Atravessa-se um tempo em que alguns blogues interrompem a sua escrita, quebram a cadeia de ideias que por aqui se partilham.
Na sequência dessa interrupção um colega perguntava sobre o que são os blogues. Entre diferentes consideações deixei uma ideia, que aqui replico.
Os blogues procuram ir ao encontro do que que considero, e não só eu, ser a democracia participativa. Procuram quebrar barreiras, ultrapassar situações, des-escrever opiniões e ideias. Vão para além dos graffitis em casas de banho, dos circunstancialismo momentâneos ou poéticos (tão típicos do português) e procuram uma inscrição que não era hábito na nossa tradição, a da opinião pública e aberta, debatida e rebatida.
Ao contrário de um artigo de jornal, que se fica pelos comentários de café e pela delimitação de um círculo, sempre restrito, de amigos ou conhecidos, os blogues alargam, ou procuram alargar o seu espaço de debate e abrem-se ao contraditório, à particiação, à construção de ideias e opiniões. É, clara e assumidamente, a melhor forma de democracia e de consolidação de ideias. Digo eu, pois claro.

segunda-feira, abril 25

ainda sobre

Sobre esta coisa de sentir o peso dos anos, de procurar disfarçar que passam. É falso, nunca procurei disfarçar coisa nenhuma.
Ainda sobre a idade, sobre o envelhecer, as vantagens: tenho mais tempo para coisas que não tinha tempo. Tenho mais prazer em pequenas coisas, pormenores da vida e do meu quotidiano, de sorrisos e dos olhares. Tenho mais sentimentos, acumulam-se com o passar dos anos, tenho mais experiência que fica de tudo aquilo por que se passa. Disfruto de uma maneira que sinto, vejo e descrevo como diferente de coisas que sempre fiz ou gostei. De passear, de comer, de conversar e de estar com os amigos. Da silhueta da minha cidade, das papoilas que povoam os campos nesta altura. De ler. Cada vez mais, em cada palavra, em cada frase, em cada pormenor que conta uma página.
Mas as desvantagens. Ai, essas, que direi eu, que destacarei eu sobre os problemas de envelhecer. Talvez não seja da velhice mas sinto-me mais pesado, mais cheinho, mais rabugento, será da velhice, será dos anos, ou apenas de uma casmurrice que se acentuou, vá-se lá saber porquê, nestes últimos tempos.
Sinto que ainda me faltam algumas condições para poder disfrutar deste estado, de sentir o passar desta brisa.

sobre

Uma coisa a brincar, pois casos sérios não são para aqui chamados. Uma coisa sobre a velhice. esta coisa que quase não tem espaço nem lugar disponível na cultura rápida, instântanea do mundo ocidental.
Cá em casa o tom tem sido o meu sentir dos anos, de algum peso que se tem manifestado com alguma intensidade, com alguma presença. Eles são os cabelos brancos que se espalham com alguma pressa, os movimentos que não saiem como pensamos ou como estavamos habituados. As memórias que temos e onde procuramos abrigo, descanso, justificação para tanta e tanta coisa. Os filhos, os nossos e os dos outros, a crescerem desenfreadamente, sem qualquer autorização, sem permissão dos pais nem de amigos e que, de repente, estão na universidade, a terminar a universidade. Ele é a morte daquele conhecido, do amigo que sempre assim conhecemos, que julgavamos quasi eterno. É sentirmo-nos deslocados num concerto, numa manifestação onde, todos os que conhecemos, estão velhos.
Podemos esconder, remediar, justificar esta coisa sobre a velhice, dizendo que é um estado de espírito, que o que conta é o interior, o que vale é a idade com que nos reconhecemos.
O tanas. A idade, sorrateiramente, delicadamente e com toda a força da natureza deixa as suas marcas, marca-nos o espírito e o sentir. Passamos a fazer parte de um outro intervalo etário. Como disse e escreveu uma vez Miguel Esteves Cardoso deixamos os inhos e passamos aos ões, trintões, quarentões...
Caramba, também eu sinto o peso de todos os anos por que já passei, onde estive e que senti. Também já sinto estórias a mais onde encontrar abrigo e justificação.
Afinal é sobre a velhice...

25 de Abril

Ontem, entre cantos, sorrisos e alguns copos de cerveja, pois o tinto é mais caro e difícil de servir numa esplanada cheia de gente, depois das 11h da noite, ouvi uma frase que considerei deveras interessante.
Entre os cumprimentos e o viva Abril, alguém disse aquela frase feita mas bonita de ouvir, 25 de Abril sempre. Ao que alguém retorquiu particularmente quando é preciso.
Eu, agora, acrescento, Abril é preciso sempre.
Deixo também, para aqueles que por uma ou outra razão ainda não viram, um sítio onde, gente como eu, que em Abril de 74 terminava a escola primária, pode recordar imagens e tons.
Sem nostalgias, apenas saudades do futuro em Abril.

vá, digam lá

Vá digam lá que não sabe melhor assim, suada, transpiradinha, tirada, tirada não, arrancada a ferros qual parto teimoso de filho querido, esta vitória sobre o Estorial, sucursal da linha deste nosso, pois é isso mesmo, é assim mesmo, nosso glorioso.
Assim sabe melhor este campeonato.
Como dissem ultrapassado, e não se afigurava nada fácil, o sol algarvio vamos embora a ele que está quase, quase, quase...
Só falta o quase.

domingo, abril 24

possível

Bem, convenhamos, atenção, sem arremeços de auto-convencimento, sem embandeirar em arco, sem ter o rei na barriga, mas é mesmo possível que o benfica seja campeão ainda este ano.
Na próxima semana temos um Sp. BragaxSporting, pelo menos empatam, já que perderem os dois será difícil.
Será que hoje conseguimos superar o sol algarvio? Se a resposta for afirmativa, temos código postal para o título...
a ver vamos.

sexta-feira, abril 22

dúvidas

entre dúvidas e, há que reconhecer, algumas angústias deixem-me perguntar:
será que o glorioso não se passeia nos Algarves e que efectivamente trabalha para o título?
Será que o Nelson não se resolve e a sua académica bate o pé ao seu sporting?
Dúvidas que esclarecemos lá mais para o fim-de-semana.

disfrute

Vou por aí, como o outro, mas, diferente dele, vou por aí para disfrutar este fim-de-semana de liberdade, de garantia de direitos, de vontades, de possibilidades, de construir outros possíveis.
O 25 de Abril é uma data que mexe comigo, que sinto fervilhar cá dentro. Não me perguntem um porquê entre o racional e o objectivo. Não quero nem conseguiria dar uma resposta razoável. O 25 de Abril é, para mim e em mim, emoção, pura e dura.

quinta-feira, abril 21

eu desistia

É sabido que a blogosfera tem sido um veículo de afirmação de opinion makers (fica mais giro no inglês do que escrever este português de fazedores de opinião) como tem sido um antro de descoberta de outros que aspiram a essa nesga de céu estrelado (eu pois claro, que gostaria de ser pago para escrever disparates nas revistas ou jornais de grande circulação).
mas, reconheça-se, que apenas queremos ou ambicionamos um dos lados deste céu estrelado, é que também há a lua, o obscuro e tenebroso lado do trabalho que isso (evidência pública de opinion maker) pode acarretar.
Ora reparem no que acontece ao coitado (?) do murcon. Repararam na quantidade de comentários que algumas postas têm? Se reparei bem apenas um (agora pelas 20h31) tem menos de 50 comentários. Imaginam o que é ler isto tudo? imaginam a trabalheira de apenas ler isto tudo? Já nem sequer penso em replicar, em comentar os comentários.
Agora, vista esta situação, dou razão ao iniciático Pacheco Pereira. Se ele tivesse aberto um espaço de comentários, era o bom e o bonito. Não faria mais nada.

apetites

Cá de cima, deste meu deserto que começa a aquecer, grito lá para baixo, du vai uma lourinha?. Bora, tou nessa, foi a resposta.
Resultado, vou-me baldar a esta tentantiva de queimar neurónios, de criar as mesmas perguntas para os mesmos temas, deixar descansar a escassa massa cinzenta ainda existente e vou-me atirar a umas lourinhas.
apetites.

terça-feira, abril 19

Pois?!?!

Habemos papum, pois e agora?
Sempre (sempre é como quem diz) considerei a religião um fenómeno eminentemente político, mesmo a bíblia, mesmo os evangelhos. Daí não ter ficado por aí e além surpreendido com a leitura e a interpretação que é feita no Código Da Vince.
Mas tenho que assumir e ficar surpreendido como a igreja, nesta eleição papal, soube utilizar, em seu proveito, na captação de fiéis, na divulgação da sua ideia e da sua imagem, qual produto de supermercado, as tecnologias da informação, nomeadamente a televisão, o show mediático na afirmação de um produto global tanto (ou mais) conhecido que a coca-cola.
Isto traduzir-se-á em quê, é o que iremos saber nos próximos episódios.

apresentações

Também devagar e devagarinho se vão dando a conhecer os nomes do confronto autárquico.
Falta a confirmação do actual presidente, cobras e lagartos para uns, de viragem para outros, incontornável ainda para outros tantos. Ainda bem.
O PCP apresenta um nome de recurso com gato escondido com rabo de fora, isto é, uma marca assumida do saudosismo, do passado, do ultrapassado com a presença de Abílio Fernandes para a Assembleia.
Sabe-se que são tentativas entre o desespero e a aflição.
Desespero pelos resultados. O certo certinho é que, em valores percentuais, Abílio Fernandes não conseguiu segurar o seu tradicional eleitoral nas legislativas, nem em Évora concelho, nem no distrito.
Aflição pela possibilidade de o PCP, lenta mas enexoravelmente, perder o protagonismo e a preponderância que teve nesta região.
E, para além das inevitáveis contabilidades de merceeria que todos faremos no final, a grande disputa será saber se o PCP sustem a sua queda e assegura, ainda que periclitantemente, a sua maioria distrital ou se o PS consegue afirmar as suas propostas, vingar as suas ideias.
No distrito de Beja a viravolta deu-se há 4 anos. Será a vez do distrito de Évora?

devagarinho

Devagar, devagarinho, não se vá acordar o menino, distrair dos reais problemas, o governo implementa pedidas, pressupõe um trabalho de casa que, estou certo, a seu tempo dará frutos e aparecerão resultados.
Há um vasto conjunto de situações e sectores alvo de uma profunda e necessária discussão, do inevitável equacionar de opções. Para além das opções partidárias (porque políticas são incontornavelmente) são de opções perante a sociedade que se discute ou se iludem, ou porcuram iludir, as pessoas.
É engraçado ouvir as pessoas na rua, no café, na merceeria da esquina, no talho a comentar a limitação dos cargos políticos, os referendos, os "furos" na escola dos miúdos, as faltas dos professores, a contratação de médicos estrangeiros, as nomeações para este ou para aquele cargo, os comentários dos comentadores. A analisarem o seu impacto na vida comum, no quotidiano da gente.
Portugal está diferente, mais crescido, mais maduro com uma outra consciência política e social que, dificilmente, digo eu, se apagará.
Num período em que se comemora Abril gosto de sentir este meu país, esta gente com quem me dou e na qual me reconheço.

segunda-feira, abril 18

propostas

deixaram um conjunto de ideias deveras interessante nos comentários à minha posta anterior, sobre a apropriação da ecopista.
Propostas sérias, que fazem entender e perceber que terra é a nossa.
Estou certo que muitos partidos as irão apresentar no decurso da campanha autárquica.

quinta-feira, abril 14

apropriação

Tenho gostado de ver a apropriação que os eborenses têm feito do antigo caminho de ferro que cirundava a cidade.
Após a retirada das vigas e o seu aproveitamento como ecopista é ver o pessoal a caminhar, passear, pedalar ou patinar, a qualquer hora do dia.
Assim se vê que, por vezes, não há necessidade de grandes invenções, apenas e simplesmente de ir ao encontro dos interesses e da necessidade das populações.
Aquele espaço foi mais rapidamente apropriado que a reconversão junto às muralhas. e ainda bem.

segunda-feira, abril 11

fuga

Começo a estar farto de estar entre coisa nenhuma, desde lado que não tem fronteiras, que é lado nenhum, nenhures.
Estou cansado de não assumir a mudança de casa de uma vez por todas.
Sinto-me esmagado pela prepotência da EDP, há mais de um ano que tenho um pedido de luz que ainda não tem resposta. Talvez lá mais para a frente, situação que provoca incómodo, aperto, escuridão.
Não tenho livros, não tenho já muitos dos acessórios. Começa-me a esgotar a paciência, a desgastar os neurónios.

domingo, abril 10

do tempo

Há exactamente 11 anos atrás também era Domingo.
Estave um dia entre o soalheiro e o ligeiramente nublado. Durante a tarde chegou a chuviscar mas nada de significativo que pudesse ter alterado o nascimento do meu primeiro filho, um rapaz com 3250kg, 51cm de comprimento e um feitio adorável de aturar, sobre este signo Carneiro.
Passei o dia entre o corredor da maternidade e o quarto onde a mãe esteve durante mais de 24h. Tinha dado entrada pela 1h30 da manhã, nasceu eram 21h30.

sábado, abril 9

A Terra

Um sítio para ver o nosso planeta como se estivessemos na Lua.
http://www.fourmilab.ch/cgi-bin/uncgi/Earth?imgsize=1024&opt
Vale a pena.

sexta-feira, abril 8

Um bom governo

Começa hoje o congresso do PSD de onde irá sair uma nova liderança e, em princípio, uma nova linha de orientação - espero que respeitadora da sua génese, da sua história, daquilo que, para o bom e para o mau, o PSD trouxe e legou ao país.
Talvez não se registem surpresas, daquele tipo de existirem pessoas a passear pelo país profundo e que, fazendo uma pausa nessa deambulação, pare em Pombal, entre como militante no congresso e saia como lider. A não existirem surpresas Marques Mendes será o novo lider. A ver vamos.
Independentemente da liderança, faço votos para que a oposição, esta oposição corporizada no PSD, tenha efectiva e objectivamente capacidade de apresentar propostas, discutir alternativas, trocar opiniões, desmontar discursos. Só assim, por intermédio de uma forte, coerente e consistente oposição pode haver um bom governo. Um bom governo que espicaçado pela oposição, pelas propostas alternativas faça valer a opinião do povo, tenha bom senso e capacidade de ousar na construção do futuro.
Dou um exemplo. O último governo de Cavaco Silva, 1991/95 foi péssimo, mas todos se lembram dele, não apenas pelos deméritos e pela inconsequente gestão do país, mas porque teve uma oposição que mostrou aquilo que tinhamos e que soube realçar aspectos e pormenores. Uma oposição liderada por António Guterres.
Fundamental para um bom governo a existência de uma boa oposição. Realce aos méritos de uns e às capacidades de outros.

quinta-feira, abril 7

vontade

Por vezes, em dias ou momentos, percorro blogues, passeio pelos jornais do mundo, procuro um tema ou assunto e fico na mesma, entre o indiferente a a manifesta falta de vontade para escrever.
Para escrever de modo mais ou menos coerente, sustentado ainda que opinativo, coerente ainda que pessoal e imaginativo.
Talvez por isso o esbatimento, o aparente esmorecimento que caracteriza alguns blogues, algumas escritas.
Entre o escrever banalidades, lugares comuns e ideias feitas, prefiro não escrever, deixar passar os dias. Talvez mais logo encontre uma razão de escrita, um pretexto para o fluir de uma ou outra ideia.

quarta-feira, abril 6

dúvidas e certezas

Provavelmente decorrente dos acontecimentos do princípio do ano - eleições legislativas, tomada de posse de um novo governo, morte do papa, realização do congresso do PSD - as eleições autárquicas têm estado algo afastadas do comentário, da análise e do balanço que se requer, se exige e se determina em face do tempo que falta para a sua realização - provavelmente Outubro, isto é, pouco mais que 6 meses.
Uns dirão que ainda muita água há-de correr debaixo da ponte. Outros que o tempo se escoa que nem areia fina no meio dos dedos. Outros ainda que as preocupações, os balanços e a contabilidade já está a ser feita, por uns e por outros.
Afinal, é um arregimentar de armas, de exércitos, fruto de novas lideranças, de outros protagonistas, de novos actores. Afinal, o que se prepara mais não é que um balanço entre uma expectativa nacional e anseios locais ou regionais.
Muito ainda está por definir. Muito estará já, estou certo, definido.
Entre o pó que se levanta, entre as dúvidas que se insinuam, uma certeza o tempo tudo esclarecerá, tudo desvelará.

terça-feira, abril 5

big brother

Deixem-se ser senso comum e utilizar frases feitas e ideias já bastas vezes repetidas. Mas o fecho ou melhor, o acesso condicionado ao jornal público, de resto à semelhança do que já acontece há uns bons anos por esse mundo fora, faz relembrar a clara e directa associação entre a Internet e o Big Brother.
Para podermos navegar e consultar a informação, responder aos nossos interesses e a uma necessidade contemporânea, somos devassados por todos os lados, deixamos informação pessoal em inúmeros sítios.
Enfim...

Posse

Tomaram hoje posse os novos governadores civis.
Mais um passo na afirmação de novas formas de política, ainda que algumas repescadas, e na afirmação de uma vontade popular. Não há que esquecer esta parte, a da vontade popular, por muito que possa não agradar a alguns quantos.

acrescentos

Po lapso da minha parte, no período em que adicionei novos links ficaram em falta duas referências, uma de Vila Viçosa, o Alentejo s.a., e uma outra do burgo, Sons e muito mais.
A rectificação está feita e os links no sítio - espero.

segunda-feira, abril 4

visita

O primeiro-ministro esteve no Alentejo no fim-de-semana.
Certamente que por falha minha não reparei que a pequena comunidade blogosférica tivesse destacado o facto.
Talvez não o considerem por aí além importante ou relevante.
O certo é que pessoalmente considero relevante, de importância fundamental.
É certo que sou socialista e que, como tal, posso e certamente serei suspeito na análise.
Mas não posso deixar passar em branco o facto de em tempo de crise, em tempo que as vacas andam magras pela sede e pela seca, o primeiro-ministro diz presente numa região em que os interesses do esquecimento têm sido mais que evidentes.
Houve anuncio de medidas, houve conversa e promessas. Nada de anormal em qualquer governo face à gestão da coisa pública. De anormal, pelo menos para a minha pessoa enquanto alentejano, é ter um primeiro-ministro a mostrar a preocupação pelo estado da situação, a procurar marcar presença, a acalmar preocupações, a procurar co-responder às expectativas.
Revela uma atitude diferente, não apenas perante o Alentejo, mas perante as pessoas. Revela uma preocupação clara e directa, que as pessoas e os seu problemas, estão primeiro, são prioridade de agenda, independentemente da agenda política.
Ainda bem. Será sempre bem vindo.

domingo, abril 3

Porquê?

O Mário, na sua crónica do passado dia 21 de Março, do mês passado, portanto, afirmava, entre o curioso e o afirmativo, que Em Évora o porquê, parece não fazer parte do vocabulário, porquê?
Realmente e num outro contexto tenho que perguntar por que não vingam os blogues em Évora?
Aparecer, aparecem. Desde os idos de 2003, nos princípios da blogosfera nacional, que Évora marcou presença. Foram discutidas ideias, trocados pontos de vistas, atiradas opiniões, feitas críticas e construídas outras mais. Foi e é, de certo modo, salutar esta dinâmica, esta democraticidade participativa e opinativa.
Mas, o certo é que rapidamente se desvaneceram. Rapidamente se esfumaram na espuma dos dias, se ficaram por um ou outro lampejo. Os que ainda por aqui andam contam-se pelos dedos de uma mão. Uns ou se refugiam no anonimato fácil e prático do brinca ao toca e foge, saudosos (?) de outros tempos e de outras vontades ou se dedicam a outras escritas a outros temas e pouco se perdem por estas bandas.
Consequência, coerência, sustentabilidade e longevidade é coisa que falyta, que falha.
Por quê?

dos Anjos

O último título do autor do Código Da Vinci, este Anjos e Demónios, já vendia quase que nem pão quente.
Depois da morte do papa e quando descobrirem que este livro roda em torno da morte do papa e da eleição de um novo, que tem todas aquelas figuras que agora ouvimos falar - o camarlengo, entre outros - estou certo certinho que irá vender mesmo que nem pão quente com chouriço fumegante.

sábado, abril 2

afinal?

O Fórum Évora anunciou, em bom estilo e com som audível, a sua presença na blogosfera e os objectivos que movem o grupo de individualidades.
Anunciou e foi-se embora? entrou em pausa? será que os seus contribuíntes estão a articular ideias e estratégias?
Vá lá, é tempo de discorrer ideias, partilhar opiniões, trocar vontades.
Ou será que estarão a preparar espaço e tempo para as autárquicas?
De certeza que é apenas e somente impressão minha.

sexta-feira, abril 1

não levar a sério

Já hoje li que este é um dia para não levar a sério. Seria óptimo que existissem mais dias como o de hoje. Pelo menos, digo eu, poucos se chateariam e poucos teriam razões para se chatearem.
Por isto mesmo, aproveito o dia para alterar algumas coisas.
Os tons deserteficantes estavam, para mim, algo gastos, ainda que contextualizados à situação agreste que se vive e se sente.
Vai daí e para trocar as voltas aos tons deserteficantes passei para os cinzentos. Não estou lá muito cinzento, ainda que por vezes seja a minha cor predominante.
Mas pronto, mudar é preciso, mesmo para que tudo fique na mesma.

martírio

costumo dizer, entre o brincar e o caso sério, que graças a Deus sou agnóstico.
Digo-o por ter tido uma educação católica apostólica romana, ser filho de uma praticante e de um crente e temente a Deus ainda que nunca praticante e algo descontente com algumas atitudes da igreja.
Mas a minha educação é incontornável em qualquer análise eclesiática.
Mas fica um esclarecimento quanto a possíveis interpretações que possam extrapolar este sentimento.
Tudo isto para referir que sinto pena do martírio do papa. Ainda que procure compreender a gestão mediática que dele é feito, uma vez que a igreja vive muito desta imagem, da dor, do sofrimento, da necessidade do martírio para que que se possa alcançar a beatificação, o céu.
Mas é um papa que me marcou essencialmente por duas razões, três, desculpem lá. Primeiro porque foi claramente um evengelizador. Num tempo em que a igreja apresentou factores de desagregação e de desmultiplicação em seitas e capelas (não consigo chamar de igreja aos cultos que por aí pululam, nomeadamente de origem brasileira) este papa procurou cativar almas, pelas viagens, pela sua imagem, pela sua presença.
Segundo, pelo claro ecumenismo que marcou a sua pessoa e a redenção para com os pecados que a igreja, ao longo dos séculos, cometeu. Hoje a igreja e em particular este papa, marcam a sua postura pela respeito e pela tolerância para com outros povos, culturas e religiões.
Por último, tenho 41 anos este papa governa a igreja há 25, inevitavelmente teria de marcar qualquer um, mesmo ateu.
Agora, em face do que é conhecido e da forma como está montado todo este cenário, fico com a sensação que, há semelhança da irmã Lúcia, o Vaticano gere o tempo e o modo de dar a conhecer a morte do papa.
Um martírio.