sexta-feira, setembro 30

Hoje é a minha vez de surripiar uma citação de uma colega de lides;

É mais importante fazer as coisas que devem ser feitas do que fazer as coisas como devem ser feitas. P. Drucker.

esta citação leva-me a pensar em duas situações.
Por um lado na afirmação de Sócrates, ontem no comício de M. M. Carrilho, que os portugueses não não deram a maioria ao PS para que tudo continuasse na mesma. Há alguém que discorde?
Por outro lado, estou certo que P. Drucker concordaria com a afirmação que há muito de arte e de muita capacidade em transformar os problemas e as dificuldades em oportunidades. E esta é uma execelente oportunidade para mudar, não direi tudo, nem direi muitas coisas, mas algumas. Readequando objectivos, redefinindo estruturas, redesenhando modelos, recriando outras naturalizações.
Está-se à espera de quê???

cenário

sei que o combate eleitoral quer na cidade de Évora, quer de um modo geral no distrito e na região, não é nem será fácil. Vão-se disputar votos, um a um, num combate por vezes desequilibrado.
mas, para além dos resultados, para além das expectativas, vou para além deste modo e deste tempo e pergunto se estamos preparados para o dia 10 de Outubro, para o day after.
que cenários terão sido pensados, que equações terão sido desenhadas, que protagonistas terão sido ensaiados, que ideias estarão preparadas?
estou certo que se irão dar outros arranjos, se irão definir outros equilíbrios. Como, em que moldes?
há apenas que aguardar?!

soluções

não gosto de escrever, por estas bandas, aos soluços.
fico sempre com a sensação, com a impressão que fica sempre algo por dizer, que há mais coisas para escrever, que há outros pontos de vista.
os soluços encolhem-me as oportunidades e desviam atenções.

sábado, setembro 24

da política

No entretém das leituras, passa-me pelas mãos, A transformação da política de Daniel Innerarity, (2005), duas afirmações que se adequam ao contexto português, não só, é certo, mas com clara pertinência no panorama nacional;

"em tempos de incerteza, é compreensível que a possibilidade de não fazer nada se apresente como a melhor solução" (p. 42) e

"a política é a arte de fazer o melhor possível nas condições dadas" (p. 48).

tiros

A confirmar-se a notícia que Manuel Alegre pode ser candidato presidencial (o que não me desgostaria) leva-me a pensar que história se escreve sempre sem que as pessoas a levem em consideração. Isto é, não será que se correrá o sério risco de se repetir em Portugal, no contexto das eleições presidenciais, aquilo que já antes aconteceu em França, quer também em contexto presidencial em que L. Jospin se viu relegado para o limbo político e as opções foram entre a direita e a extrema direita ou, mais recentemente e também em França, com o referendo ao tratado constitucional europeu?
Perante a pluralidade de candidatos e perante o forte carácter ideológico que as eleições presidenciais estão a adquirir, será que Cavaco não sorri perante todo o cenário que se desenrola à sua frente?
E se Cavaco, agora, dissesse que não, que não era candidato?

sexta-feira, setembro 23

olhares

O público de hoje traz dois olhares que chocam comigo e que, em vez de destroços, configuram concordâncias.
Um de Vasco Pulido Valente, com o fim do estado providência, que permitiu na Europa a riqueza e o bem estar social, mas à custa da pobreza e do miserabilismo quer africano, quer asiático que, quase garantidamente, não se repetirá mas perante o qual aida não conhecemos as alternativas, quer sociais, quer políticas - em face de novos re-ajustamentos, novos re-equilíbrios, de novos sentidos;
Outro de Eduardo Prado Coelho que descreve alguns dos meus sentimentos quando percorro as ruas ou entro nos cafés ou no supermercado da aldeia onde agora moro, e os caracteriza como "um espaço parado na solidão dos seres".
Entre um e outro dos artigos, um traço de união, entre o local, e a estranheza do olhar e das perspectivas marcadamente sociais, assentes em relações de vizinhança, e outro marcadamente global, assente em lógicas que fogem à singeleza do olhar individual e se relaciona com o político e o económico.
Entre um e outro o nosso entalanço, em que persistimos no desejo de mudança, com a ideia de estabilidade.

soltas

2
há tanta e tanta coisa para opinar, escrever, dizer, pensar, partilhar, comungar que não sei, nunca, por onde comece.
Apenas uma ou duas, soltas, a despropósito.

será que as manifestações que ocorrem, de militares, polícias e outros sectores (alguém já lhe chamou franjas) da administração pública, não serão o repicar dos sinos por uma missa de 7º dia do coorporativismo de Salazar?

será que o festival de Fátima Felgueiras (e não há que esquecer os de Isaltino, Valentim e outros, muitos outros, das quais temos também exemplos regionais, Alfredo Barroso, por exemplo) conduzirão a democracia a populismos saloios, despropositados e defraudados?

Por que será que os mesmos que apupam os políticos, menorizam a democracia e achincalham a participação, noutro tempo aplaudem e gritam por políticos despudorados, aclamam faltosos e foragidos, votam em prevaricadores?

soltas

1
quero continuar a escrever. Tenho ideias, vontade e argumentos bastos para dizer de minha justiça, deixar a minha opinião.
Não tenho, infelizmente, um acesso à net que me facilite as coisas. Não é, declaramente, por falta de tempo, antes e apenas de oportunidade de ter um raio de um acesso que me permita trocar ideias, partilhar estados de espírito.

segunda-feira, setembro 12

exemplos

tenho saudades de trocar ideias com o Miguel, algo que fazia tendo como pano de fundo a escola. Como tenho saudades, reconheço, da escola.
Gosto do faço, mas gosto da escola, gosto de ser professor, gosto de pensar a minha profissão como gosto de pensar a minha acção.
Nesse sentido, não perco a oportunidade e recolho este texto do Miguel para dizer que se enleou no seu próprio discurso. É um exemplo do labirinto de ideias que uns promovem e no qual, por discurso, por atitude, por competência ou opinião nos gostamos de enredar.
Este texto vai ao encontro de um princípio pelo qual eu próprio me enleio, a criação de mecanismos que permitam a definição de ajustamentos, ainda que instáveis, mas que possibilitem o equilíbrio (momentaneo, instável, provisório, transitável, mas em equilíbrio) e, por seu intermédio, a criação de um sentido colectivo ao trabalho (diferenciado) que se desenvolve.
Na escola como, de um modo mais geral, na administração pública portuguesa, necessitamos destes ajustamentos, destes equilíbriso, de modo a percebermos o que fazemos, para que fazemos, com que sentido fazemos.
A ausência ou a indefinição destes equilíbrios permite a criação de zonas de transição onde todos opinam, todos colaboram, todos participam mas que não permite o avanço, a construção colectiva e partilhada.
Talvez faça falta a contrução de um mapa de possibilidades, de modo a percebermos por onde vamos, como vamos, com quem vamos, que alternativas e que possibilidades temos. Daí para a avaliação é um passo. Daí para a construção de um sentido colectivo do trabalho público é uma oportunidade.

novidades

finalmente aparece mais gente, mais ideias a circular nesta rede.
com nome e rosto, José Palma Rita, no largo das alterações.
bem vindo.

8 pontos

No passado sábado tive um pequeno (grande) precalço. Tão grande ou tão pequeno que fiquei com 8 pontos.
A minha dúvida é como isto irá sarar. Será que deixa marcas indeléveis e inultrapassáveis?

sexta-feira, setembro 9

namoro

no namoro profissional, naquela circunstância em que se negoceiam possibilidades e se desenham oportunidades, gosto de descobrir e sentir aqueles que se enredam e enleiam nos seus próprios argumentos.
Afinal, o peixe também morre pela boca.

dificuldades

Tem sido difícil manter a presença, ora por apetos profissionais, ora por ausência de acesso à net.
Lá por casa já se fazem sentir os comentários saudosos da net.

quinta-feira, setembro 1

arranque

este início de mês será o tempo de arranque da campanha eleitoral autárquica?
para além dos outdoors e de acções mais ou menos pontuais, o que nos reserva este mês?
será que (re)aparecerão blogues cá do burgo ou a campanha passará ao lado desta realidade?

será fixe

Assumo, reconheço perante os meus botões que a re-candidatura de Mário Soares, no que à minha pessoa diz respeito, não mexe, não incentiva, não é fixe.
Reconheço a Soares todo o trabalho em prol da democracia e da afirmação do país, quer numa dimensão política e cultural, como em dimensões sociais e ideológicas.
mas tenho pena que esta atitude contribua para aquilo que pretende enfentar, o péssimismo nacional, o nacional derrotismo.

...

mais do mesmo.
um outro mês, os mesmos desafios em dias diferentes.
será?