quinta-feira, novembro 24

elites

Um amigo comentava, em regime off line, o meu texto anterior, referente à entrevista do prof. Jorge Araújo, com uma referência que considero de todo em todo pertinente, adequada e controversa.
Diz ele que a falta de elites nacionais, que, digo eu, por um lado ofuscada pelo brilhantismo verborativo de alguns fazedores de opinião, e pela clara incapacidade de alguns sectores político sociais penetrarem as retóricas mediáticas, tem sido um dos obstáculos ao desenvolvimento do país em geral, e da universidade portuguesa em particular.
Também eu digo que, por um lado terá razão. Há estudos suficentes sobre o papel das elites (sociais, intelectuais, culturais) no desenvolvimento do país e neste contexto não se justifica o carácter marcadamente opinativo deste meu apontamento;
Por outro os seus próprios argumentos enfermam de uma visão ainda restritiva da participação, da cidadania, da capacidade de alguns, poucos mas bons, puxarem pela nação, serem o farol os restantes.
Ora o que se assistiu recentemente em França é exactamente a afirmação que a defesa das ideias é de todos e todos procuram o seu espaço de afirmação, seja de ideias, seja político, seja pessoal.

2 Comments:

At 5:23 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Dirijo-me ao seu blogue porque o seu comentário me levou a isso e também porque é professor.
È frequente perguntarmo-nos o que falha no sistema de ensino, diversas vezes o fiz, como mãe, embora a minha filha sempre tenha correspondido às minhas e às expectativas dela própria.
Uma estudante empenhada e trabalhadora sem que com isso deixa-se que a vida lhe passasse ao lado.
Mas hoje, depois de ter entrado em Medicina em Espanha, sei o que falha no ensino português principalmente para os jovens que se sentem desenraizados dos seus cursos universitários, (como tantos colegas dela), animo, disciplina e relações humanas.
No país vizinho as aulas começam às 8h (as teóricas) e terminam às 13 ou 14h, tudo de seguida sem intervalos, os professores, vários para cada cadeira para que possam escutar opiniões diferentes e métodos de ensino diversificados, é que vão rodando, não existe esta coisa de perda de tempo depois dos alunos entrarem na aula o colocar as cabeças no lugar, o retomar da concentração, esse tempo só se perde no inicio da manhã.
De tarde é hora de estudar, de assistir a seminários ou de se preparem para as aulas teorias que vão ter no final do dia, é necessário realçar que depois dos seminários tem de entregar na aula da tarde relatórios sobre o que escutaram ou então antes da aula teoria explicarem os métodos que vão utilizar e que materiais.
A tarde não é para ir ter com os amigos ou para gastar dinheiro nas lojas é realmente para trabalhar.
E nos fins-de-semana (1 por mês) um seminário de dois dias para se prepararem para as matérias do mês seguinte.
A par de todas as disciplinas tem de participar em aulas de artes e desporto, que lhe dão pequenos créditos no curso mas que lhes ensinam muitas outras coisas e que lhes dão sensibilidade para tratar com os outros ao mesmo tempo que os disciplina para a vida social.
Com este tipo de ensino não é possível ver a minha filha entediada por só ter teoria, ou por só aprender com os professores dela, ou por a matéria ser sempre a mesma. Está sempre tudo a mudar e a requerer a sua ânsia de saber mais, ao mesmo tempo que estimula a sua energia para se dedicar ás matérias.
Coisas simples que sem grandes custos poderiam fazer com que os estudantes universitários corressem menos riscos e tivessem uma aprendizagem muito melhor!

 
At 11:57 da manhã, Blogger t. said...

A educação não deverá ser espaço de elites!
A evolução e desenvolvimento cultural dá-se com uma crescente sustentação de politicas que permitam diferenciar as práticas de forma a que todos os alunos tenham acesso a um ensino de qualidade e sucesso.
Alunos de elite e bons todos querem, o desafio dos profissionais de educação e permitir o sucesso a todos os alunos. Não há ritmos iguais, todos aprendem de forma diferente e como o Prof. Sergio Niza (MEM) defende, o porquê da escola, não é outra coisa senão os alunos. Apenas se somente pelos alunos...

 

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