terça-feira, junho 21

equilíbrio

esta entrada de um conterrâneo desperta na minha pessoa diferentes interrogações que, de quando em quando, se pavoneiam no meu espírito e me inquietam o espírito:
como equilibrar tradição e inovação? com compatibilizar manutenção e progresso?
A feira de S. João e S. Pedro é, provavelmente, uma das feiras regionais que mais recua no tempo, lá bem para trás, século XV/XVI.
entre o respeito que uma memória nos impõe e o desejo de modernidade, que equilíbrios estabelecer, que ligações definir, que laços criar?
Que equilíbrios definir entre aqueles que defendem novos espaços, novos temas, outros desenvolvimentos, outras dinâmicas, com aqueles que defenderão a tradição, a memória, a História?

mais do mesmo

Parece que o aperto ainda não é suficiente.
Para além disso, será a prova provada que um qualquer governo nacional pouco manda e pouco voto tem nesta matéria.
O que nos resta depois de nada (ou pouco mais que nada) termos?

segunda-feira, junho 20

deserto

Escrevo as últimas linhas de um espaço habitual que está que não se pode. Parece um forno este meu deserto.

fui e apetece-me mais

já fui feirar e já vim e, sou sincero, apetece-me mais.
Claro que sou suspeito, claro que sou faccioso, como outros o serão cada qual a seu modo e à sua maneira, mas gosto do espaço, gosto da feira.
Está espaçosa, tem um fluxo quase natural de circulação, está organizada, está enfeitada.
Hoje vou lá ver a filha, madrinha da sua marcha popular.

sexta-feira, junho 17

feirar

hoje irei à feira, irei feirar. Preciso de descontrair, preciso do som dos carrinhos de choque, do cheiro a porra frita, de comer polvo assado salpicado com pó, de me zangar com os filhos, com as birrar de quero isto, quero aquilo, deixa-me ir aqui ou ali.
hoje vou feirar.

a primeira vez

foi a primeira noite do que serão todas as outras, todas as que se lhe seguirão até ao fim dos (meus) tempos.
foi a primeira noite passada em casa (e quarto) do meu (e nosso, familiar) futuro.
espaço novo onde, espero e faço votos, possa receber amigos - até e particularmente, os virtuais perceste?:)).

terça-feira, junho 14

feira

Aproxima-se a passos largos mais uma feira de s. joão, onde se acrescentou, de há uns anos a esta parte, a expressão festas populares da cidade.
este ano, provavelmente pelo cansaço e pelo stresse de uma mudança, apetece-me feirar.
Apetecia-me ir à feira.

segunda-feira, junho 13

século XX

Faleceram Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade, dois versos de um mesmo poema, Portugal no século XX.
Estamos mais pobres.

sábado, junho 11

normalidade

a minha transfega, deste meu cantinho para um outro, novinho em folha, no meio do campo e dos passáros, lá continua na perfeita normalidade do caos.

quarta-feira, junho 8

atraso

No meio das "atarefações" e do stresse que é uma mudança de casa descobri que volto ao passado. Eu explico.
Entre o desligar da netcabo e tvcabo descobri que, aparentemente, o único acesso que tenho à net na aldeia para onde vou é via "dial up" a 56kbps ou, sendo rdis, a 64 kbps (apesar de estar apenas a 15km de Évora).
Nunca imaginei que, optando por uma dada imagem de qualidade de vida, afinal é uma aldeia com pouco mais de 300 habitantes, no meio do ar puro do campo, faria um volta atrás tecnológico. Já procurei alternativas quer entre concorrentes da PT, quer adsl e nada...
e esta hein...

segunda-feira, junho 6

intermitente

Uma vez que atravesso um processo de mudança de casa, situação que implica no curto prazo o desligar desta minha máquina e o finalizar com a netcabo, a minha presença neste espaço tornar-se-á intermitente, fruto das dificuldades de acesso e das disponibilidades para actualização de ideias e de opiniões.
Não é um ir embora, nem o abandonar este projecto. Apenas uma intermitência claramente dependente de uma máquina disponível para o acesso (e a partir da escola, do meu local de trabalho a qualidade deixa muitíssimo a desejar) e de tempo para esse efeito (há muito para encaixotar, há muito para desarrumar e voltar a arrumar).
Quando me for possível vou dando notícias.

sábado, junho 4

de direira e da saudade

Esta coisa dos blogues também serve para, enquanto se discutem ideias e trocam opiniões, matar saudades.
O Zé Miguel, um colega com tive oportunidade de debater ideias e opiniões, trocar livros e leituras, deixou-me um comentário de todo em todo revelador e pertinente.
Revelador porque desvela uma situação real, efectiva, concreta - mas que muitos teimam em omitir, passar para segundo plano, quando não mesmo esconder.
Pouco temos a ver com esta política orçamental, com a preocupação pelo rigor das contas públicas (seja o PSD de Durão Barroso ou este PS de Sócrates). Objectiva e claramente foi uma situação que nos foi imposta por um eixo (Europa Central) que sempre desconfiou do sul. Daí pouco ou nada podermos fazer a não ser cumprir metas e objectivos, apresentar contas e sermos rigorosos.
Pertinente na sua clara impertinência de espicaçar ideias e debates, quando, tendo em conta as medidas de política, afirma não haver diferenças entre uma esquerda e uma direita. No contexto das medidas de regulação impostas exterior e internacionalmente é difícil (mas desejável) afirmar essas diferenças. No contexto nacional elas, mais do que se verem, podem-se sentir. E, como disse depois, prefiro que seja um governo de esquerda a adoptar as medidas de rigor do que um governo de direita, por muito popular ou popularucho que possa ser.
Por último um aparte, tenho saudades de discutir contigo, de trocarmos ideias - criás-te outra montagem na entrada do bloco?
Um abraço.

finalmente

... finalmente, ao fim de quase um ano e meio após o pedido, a EDP dignou-se a fornecer-me luz, provisória e cara, mas hoje é o primeiro dia em que posso dar à luz na minha casa nova.
já não era sem tempo.

quarta-feira, junho 1

preferência

Ontem, em conversa de café onde se trocam opiniões e se formam olhares sobre o apertar do sinto, saiu-me pela boca a expressão que prefiro ser alvo de apertos por este governo, por um governo PS, do que por um qualquer governo de direita com laivos de popularismo popularucho.
Não gosto nem aprecio as medidas (existirá alguém com essa capacidade), mas as orientações e a obrigatoriedade de Bruxelas impoem uma valorização e um destaque até há pouco desconhecido no equilíbrio das contas públicas, na gestão da coisa pública.
Entre obrigatoriedades e disponibilidades, prefiro (apesar de não ter escolha) a gestão de um governo socialista na procura deste equilíbrio do que um qualquer dos dois anteriores.

ser criança

Tenho pena de não ser criança, não por qualquer réstea de nostalgia - gostei e tenho gratas recordações da minha infância. Mas, apenas para poder disfrutar de um prazer que só uma criança tem, sente e disfruta, o de se ser criança.
Não é suficiente o espírito, não é suficiente a disponibilidade, para se ser criança, é necesário ser criança.
Em tempos conturbados, mesmo alterados onde andamos, onde a criança tem sido alvo de destaques e de ataques (não apenas na pedófilia, como nas agressões físicas, na violência verbal ou psíquica ou na falta de tempo, ou de um ouvido, de um carinho) considero cada vez mais importante a existência de um dia como o de hoje, onde, alguns, disfrutam do simples prazer de ser criança.