quarta-feira, julho 21

cidades

Esta entrada do Mário faz-me recordar um gosto que tenho e que há dias me deu algumas dores de cabeça.
Gosto de apreciar as cidades como se de uma mulher se tratasse. Gosto de lhe observar o perfil, o balancear das ancas, apreciar os cheiros e os odores, sentir os dedos e os cabelos ao vento. Gosto de sentir passar por mim uma cidade como se de uma mulher se tratasse. Gosto de me envolver com uma cidade como se de uma amante se tratasse.
Olho para os telhados, para os beirais, prescruto estados de espírito, sensações, pequenos arrepíos. Revejo-me nos cheiros, nos ruídos do dia e da noite, do fluir do trânsito como se de sangue se tratasse.
Duas cidades pelas quais me apaixonei há muito e da qual ainda não desvaneci do romance, Évora, esta mesma onde nasci, e o Porto. 
Semelhanças entre uma e outra? tantas que são difíceis de explicar, uma prosaica, ambas são de granito.
Como sempre me aconteceu a tudo aquilo que amei, nunca deixei nenhuma, fui deixado. Também não quero deixar Évora.