segunda-feira, fevereiro 14

do sentido. Tenho que reconhecer que, na ausência de melhor cartada, me sinto sentido com com esta prosápia.
Tenho que reconhecer que me atribuem um relevo que, primeiro e antes de mais nada, considero não merecer, digo eu pois claro, segundo, nada justifica, a não ser a ausência de melhor e mais adequado interlocutor.
Ainda dizem que me estou a fazer ao tacho, e lá terei que os corrigir que não é ao tacho é à panela, que é maior e mais maneirinha, quer no modo, quer na utilização e funcionalidade, mas essas são outras loiças.
Mas pronto, táben. Também reconheço e assumo que gosto e [aqui para nós] já sinto saudades de uma boa discussão, de um bom bate papo. Sabe-se de antemão que ninguém convence ninguém, mas há ideias a circular, há opiniões, há conversa e [não menos importante] é a conversar ca'gente se entende, ou não é?!.
Começando as simpatias e os mimos.
Se brinco ao toca e foge, este maravilhoso jogo de ignorâncias, de escapadelas, como afirma o pretenso conterrâneo, faço-o apenas por três singelas e práticas razões.
Em primeiro lugar por, penso que se saberá, não é o meu terreno, não é o meu negócio. Ainda que possa não ficar a dever à retórica e à argumentação, muito devo ao conhecimento concreto de uma realidade que, como tive oportunidade de reconhecer e assumir, apenas me é familiar. Opinião todos temos e todos temos o direito a ter e a assumir. Fundamentação, rigor e consistência são já apanágio de quem domina os assuntos, os vive e neles trabalha ou estuda. Não é, no que à saúde se refere, o meu caso. Ponto final.
Segundo, no rebate que me foi feito, nenhum ponto em contrário foi apontado, nenhuma ideia apresentada foi debatida, apenas ligeirezas, apenas aspectos que considero marginais (como seja o ignorar as propostas do PSD, mas há ainda alguém que os leve a sério?, a valorização que faz das conversas, umas em detrimento de outras por manifesto interesse pessoal e o arregimentar de notícias). Neste sentido, houve a preocupação de destacar aspectos claramente condicionados pelo olhar que se faz, legitimo por parte de quem olha, incorrecto para a discussão - pelo menos salva-se o link directo, o mínimo para um conhecimento das ideias de uma e de outra parte. Mas nada foi dito ou defendido quanto à valorização dos centros de saúde, dos cuidados primários de saúde, da prevenção em vez do curativo, do papel dos cuidados de rectaguarda, entre outros. Obviamente que foi também omitido, por certamente desvaloriz
Finalmente, como terceiro factor para este toca e foge, eu, pelo menos, ainda assumo o toque, ainda me deixo tocar [assumo que quem anda à chuva se pode molhar] mas discutir com quem nem nome sequer tem, leva-me a perguntar o porquê de se lembrar Humberto Delgado. Afinal esta luta não serviu para nada? afinal há ainda medos, receios, fantasmas que nos levam a esconder atrás de um anonimato? Delgado no contexto e no período assumiu a luta, a frontalidade, o confronto aberto. Hoje em plena democracia pelo qual muitos lutaram e muitos morreram, alguém prefere ser atirador furtivo. Por respeito a esses, prefiro brincar ao toca e foge, é mais correcto, no meu entender.
Tenho que reconhecer que já me senti prejudicado, em inúmeras situações, umas profissionais outras pessoais, decorrente das minhas opções políticas e partidárias. Mas são ossos da democracia, são ofícios da liberdade, são contigências do favor que me fizeram, este de viver em democracia - e ninguém o negue sem provas vivas do contrário.
Posto isto e por mais esta vez, assumo que o silêncio é demasiadamente ruidoso quando se apregoa a demagogia, a promessa fácil, se persiste na consideração que o povo português é parvo e os alentejos esses, coitados são alentejanos.
No meio dos sacríficios que nos impuseram, no meio dos cortes e da crise onde nos obrigam a subsistir prometerem-nos um hospital é oferecerem-nos o céu e a terra, o paraíso e as virgens. O povo alentejano sabe, de antemão, que ser necessário é, que é imprescindível para uma qualidade de vida que tantos apregoam e outros tantos defendem. Mas será que existem condições efectivas para que a promessa se concretize? Será que se o PCP ou o PSD ganhassem teriamos efectiva e realmente um Hospital no final da legislatura [pronto, táben, no final da outra legislatura, pois não é obra para começar e acabar em apenas 4 anos]? Tenho sérias dúvidas e, assim sendo, opto pela realidade, pela verdade. Ser necessário é, ser para já e para agora, não sei se é possível.