sexta-feira, fevereiro 11

das eleições - nota 1 - do hospital. Até ao momento presente não consegui ainda encontrar uma explicação plausível para a importância de uma coisa ou pessoa.
Não consigo perceber, certamente por incapacidade pessoal, limitação intelectual, se a importância ou o relevo de algo ou alguém decorre do valor próprio e intríseco atribuído, considerado pelo próprio, isto é, decorrente de uma auto-valorização, e aí há quem se julgue o maior, ou se, pelo contrário, a importância e o relevo de algo ou alguém decorre do valor que outros lhe atribuem, e neste caso há, no que há minha pessoa se refere, uma clara e excessiva valorização (eventualmente também por me encontrar algo isolado e o que está mais à mão ser mais directo, mais fácil de procurar atingir).
Isto por que, apesar de não pretender estabelecer diálogo com quem não assume a defesa das suas ideias ou posições não concebo que se cai-a no descaramento da promessa fácil e vã, na demagogia.
Tudo a propósito de um hospital central para o distrito. E a questão não é nem simplista nem redutível a mera campanha eleitoral.
Antes de mais uma clara referência pessoal, o que conheço da temática decorre não apenas de conversas políticas e partidárias, de um eventual debate de ideias, como decorre de conversas domésticas, pelo olhar da esposa, ligada que está às questões da saúde. Como decorre de um simples bom senso. Por outro lado, destacar que as minhas referências apenas a mim me comprometem.
Neste sentido, um hospital central terá de estar relacionado com outros três elementos determinantes e que escapam a análises mais ligeiras. Por um lado, o objectivo. Apenas curativo e paleativo, ou de estudo e investigação? De reforço e apoio aos hospitais centrais (estamos a pouco mais de uma hora de Lisboa) e assim virado a norte, ou virado a sul, para uma população de características diferentes? Qual a articulação com centros de saúde, cuidados "primários de Saúde"? E com outras entidades na prestação de cuidados de saúde?
Como segunda características, em função do papel pensado e definido não apenas para o distrito com também e particularmente para a região. Isto é, dificilmente e por muito que alguns assim o pretendam destacar, apenas pela demagogia e pela promessa fácil, um novo hospital ficaria reduzido a uma pequena população de pouco mais de 100 mil almas e com clara tendência de redução. Ou se aposta para a região e aí a centralidade de Évora tem todo o cabimento, ou se aposta a Sul, criando alternativas no interior Norte, Castelo Branco-Portalegre e aqui dificilmente seria Évora a ter um novo Hospital.
Por último e não menos determinante, qual o papel da região num contexto nacional, de atravessamentos, quer Norte-Sul quer Leste-Oeste, com que dinâmicas, com que funcionalidades, com que protagonistas? Aqui e é aqui que penso que os actores regionais devem ter e assumir papel preponderante, é que se joga um futuro e, consequentemente, uma eventual localização de uma infra-estrutura hospitalar.
Atirar para o ar, como o faz PC, um hospital é tapar o sol com a peneira e assumir, de antemão, que apenas pela impossibilidade assumirão o poder. Porque se houvesse consciência de poder, não se apresentaria uma ideia destas, pelo menos da maneira como o fazem.