sexta-feira, fevereiro 4

do debate. Peço desculpa de procurar acrescentar algo ao muito que já foi dito, escrito e pensado sobe a conversa dos dois principais candidatos a primeiro-ministro.
Considero eu que é um claro exemplo do que Portugal é hoje, uma dúvida. Dúvida persistente, entre o inquieto e o irritante.
Não foi um frente-a-frente, como no passado [lembram-se daquele entre Álvaro Cunhal e Mário Soares?], os interlocutores estavam de frente para quem colocava as questões, não um para o outro.
Não foi um debate, a réplica, o repique, o contestar esteve condicionado, cerceado pelo tempo, pelas regras. Não houve, real e efectivamente, uma troca de ideias, uma tentativa de sobrepor opiniões. Foi tudo politicamente correcto.
Foi algo amorfo, entre o que alguns gostariam que Portugal fosse [cópia infiél de estereótipos americanos, pelo menos na mediatização do carnaval político] e o que efectivamente somos, uma tentativa de construir algo entre o racional e o emotivo, um equilíbrio instável, pereclitante e indefinido entre emoção e razão.
Quem ganhou? Dia 20 se verá.