terça-feira, fevereiro 22

da vida real. Na semana passada entre postas sobre propostas distritais e considerações de política nacional ia pensando para com os meus botões que quando passassem as eleições, voltaria a escrever sobre a banalidade do meu quotidiano, a desenhar mais crónicas sobre o meu deserto. Ficaria, ao fim e ao cabo, livre de preocupações políticas.
As eleições já passaram e agora sinto que não tenho nada para escrever. Será que a vida real se esgotou? As conversas persistem, quase no mesmo timbre, todos querem opinar, todos querem governar, todos querem substituir Sócrates. Pelo menos aparentemente. E eu sem assunto de conversa.
Constrange-me a minha banalidade, a vulgaridade do meu dia-a-dia. Sem eleições fico sem assunto, quase de certeza que não reaparecerão, pelo menos tão depressa, aqueles longos textos que tive oportunidade de escrever apenas e somente porque era tempo de eleições. Agora volto àquelas pequenas postas, pequenos adizeres, pequenos pensamentos.