terça-feira, setembro 28

início

Tenho que reconhecer e assumir o meu desfazamento face à realidade política local. Isto porque só hoje e por intermédio do jornal local, é que descobri que o PS ganhou as eleições na freguesia de S. Vicente de Pigeiro, desalojando dalí o PCP, que há já trinta anos ocupava aquele espaço.
Há tempos e por causa destas eleições, escrevi aqui que elas serviriam como de primárias, porta de entrada, arranque e início de um ano que vai ser disputado e concorrido ao nível concelhio, mas não só.
Por este exemplo, em que eventualmente pelas mesmas razões que minha pessoa, os meu conterrâneos eborenses terão omitido, perspectiva-se mais do mesmo, isto é, não há, de momento, alternativa à proposta socialista e ao nome de José Ernesto. Gostem ou não. É a pura da verdade.

renovação

no âmbito da eleição para o novo secretário fgeral do PS foram unânimes os comentários de ao modo como decorreu, ao diálogo e ao debate que motivaram. De um lado e do outro, poucos foram aqueles que ficaram indiferentes ao debate e ao envolvimento naquilo que alguns designaram como de primárias do PS.
A desvinculação de militante de Vicente Jorge Silva prolonga, com outros contornos e com uma outra perspectiva, este debate.
Como resultado de toda esta acção é importante que uns, os que de direito no âmbito das estruturas político-partidárias, e outros, o vulgar cidadão, redefinam modos de fazer política, se construam novas formas de participação, se redesenhem contorno de envolvimento cívico e político.
Os partidos político, a política em si mesma terá de ser repensada, reequacionada e, eventualmente, redefinida de acordo com lógicas e princípios do início deste novo século. Quer considerado os meios de divulgação quer e para mim como mais importante, reequacionando formas de participação.
Manter lógicas e estruturas próprias do início do século XX é garantir o desfazamento de eleitos e eleitores, manter textos de opinião a uma só voz é assegurar o abstencionismo, desvincular eleitos do processo que lhes diz respeito é faltar ao rigor da democracia, esconder o que deve ser público e transmissível é garantir compadrios, clientelismos e aparelhismos.
É importante que os eleitos, aqueles que de alhum modo representam a população, assegurem formas de participação, discussão e debate. É importante que sintamos que participamos naquilo que nos diz respeito, que é nosso.
É importante inventariarem-se novas formas ou lógicas de organização com o claro risco de que se assim não for, existir um maior e mais profundo hiato entre política e políticos, eleitos e eleitores, democracia e participação.
é isto que era importante agora reaproveitar na sequência da eleição do secretário geral do PS e que permaneça a discussão de ideias.

novidades

Depois de umas quantas análises e prospectivas sobre o futuro pré-eleitoral, José Ernesto desarma uns quantos, reduz o espaço político de outros tantos e cria factos políticos incontornáveis.
Podem-se discutir as metodologias, refutar as estratégias mas a acção política foi, em meu entender, sagaz e oportuna.
Isto é, a pouco mais de um ano das eleições umas quantas vozes críticas têm que ir atrás do maestro ao contrário do que esperariam.
A crítica fica agora reduzida a uns quantos fogos fátuos, a uns quantos que persistem em análise microcóspicas como se mais nada se passasse para além do seu curto raio de acção.
Há mais para fazer? sem dúvida. Muito está para fazer? inquestionavelmente. Que Évora está diferente? sem mais a pequena das dúvidas.
Como estou certo que outras dinâmicas, a seu tempo, se instalarão por estes lados.

gente nova

Atenção pessoal, Évora tem gente nova e boa. O Francisco, fruto da junção deste e deste, já cá está, desde o passado domingo. Não sei mais pormenores, exijo que sejam públicos e publicados.
Saúde e muitos babetes aos pais.

segunda-feira, setembro 27

pasmaceira

estas paragens, deste lado da blogosfera, estão cá uma pasmaceira....

domingo, setembro 26

prá frente

... é que se anda, diz a minha gente.
Ganho o partido é tempo de juntar forças, ganhar mais argumentos, definir estratégias e avançar na desmontagem da política deste governo, na desmistificação de fantasmas no sótão e dos esqueletos no armário.
É juntar forças e ânimos e re-escrever a palavra solidariedade. Com todas as letras.

sexta-feira, setembro 24

comentários

porque considero fundamentais estes comentários, para a compreensão de um dado estado de sentir e estar, faço a chamada de atenção para o blogue de um murtoseiro, com duas postas que chamam os nomes pela coisa, ou a coisa pelo nomes. São estes receios, as depedências seculares que Salazar nos legou, que marcam uma dinâmica social e fazem com que, apesar das críticas, da clara constação de incapacidades, queiramos permanecer sob a tutela centralizadora de um polvo que já pouco coordena e menos manda. É perante este legado, que promove o amorfismo, a uniformização, o sentimento acrítico, a submissão e o conformismo, e que marca ainda excessivamente uma dada postura social e cívica da sociedade portuguesa, que teimo em resistir, em combater, em contrariar, em apelar ao envolvimento político, porque cívico, à participação e não apenas à representação, à construção e não apenas à aceitação de um facto ainda que divino.
Postas brilhantes, como clarificadores são os seus comentários.

novidades

o mais tarde domingo haverá notícias e novidades em casa destes.
Fco à espera.

aparelho

sem grandes conversas nem comentáros, apenas algumas questões.
A partir deste artigo encontrei este comentário, pergunto:
  • será que, por serem independentes, estes já não constituem um aparelho?
  • será que por serem independentes já não há apego ao poder?
  • será que há perda de legitimidade quando, apesar de eleitos por voto secreto e universal, seja nas autarquias, no governo, nos partidos ou em qualquer associação, existe associação política e partidária?
  • como se organizará a sociedade fora de um quadro organizacional que tem privilegiado o regime associativo livre e a eleição, seja, como disse, para a assembleia da república, para a junta de freeguesia, para a associação desportiva e recreativa ou a para associação de moradores do meu bairro?
  • será que o exercício do poder confere o estatudo de aparelho?

Não contesto o artigo do meu conterrâneo Palma Rita. Contesto, isso sim, os princípios em que ele assenta e a lógica que ele defende, como seja o da desvinculação de responsabilidades dada pelo acompanhamento, avaliação e ficalização de quem elege perante quem exerce o poder, o abondono de poderes e competências que o voto directo e universal confere, a atribuição, sem qualquer contrapartida, de poderes que são nossos no outro. O que procuro, como alternativa ao que designam de aparelho, é uma democracia participativa, onde a contrução social dependa de cada um de nós, e não apenas de alguns iluminados, onde a participação seja constante, como fiscalização, monitorização, acompanhamento daqueles que exercem o poder.

O grande desafio social e político neste início de século português é, em meu entender, a capacidade que a sociedade terá que demonstrar no acompanhamento da sua própria realidade, mediante o debate, a participação, a discussão, e não abandonar nas mãos de outro o que é seu e de sua responsabilidade. A grande capacidade consiste em saber escolher aqueles que colocam a transparência, o debate e a construção de uma ideia como prioridades em detrimento daqueles que continuam a considerar o segredo como a alma do negócio e a distância do exercício do poder como status.

Aqui estou de acordo com Palma Rita quando refere que:

os membros do anterior “aparelho” deverão eles próprios pensar,
para os seus botões, se consideram estar ou não a prestar um bom serviço ao
partido e ao Governo, com a sua permanência no “aparelho” da Administração
Pública: a bem do partido a que pertencem e do Governo que por enquanto
representam e da imagem que ambos têm hoje no Alentejo em geral e no distrito de
Évora em particular

Palavras pertinentes e enquadráveis em qualquer partido político.

quinta-feira, setembro 23

sozinho

... e mal acompanhado, era como estava ontem Lobo Xavier na quadratura do circulo, programa da sic notícias e blog nacional.
Os seus dois conterrâneos não o massacraram por claro respeito, apenas solicitavam que indicasse uma medida positiva, de impacto social e político, tomada por este governo. Entre as palavras de ocasião, os lugares comuns e as banalidades nada disse.

início

... hoje é de futebol, para começar.
Uns perdem pontos, outros calma e sossegadamente fazem o seu jogo. Uns dizem que o campeonato está mais competitivo, outros, como eu, dizem apenas que se nivel por baixo.
Para início de época até eu fico contentinho de ver o meu glorioso a amealhar pontinhos que, mais tarde ou mais cedo, podem ser preciosos.

terça-feira, setembro 21

apetite

... não me apetece escrever...

preocupação

... os chefes de loja do modelo e do feira nova, passe a publicidade que nem me a paga, andam atarefadissímos, preocupadíssimos com a abertura do novo espaço comercial em Évora do colega francês Intermarche. É o quatro em um, para os animaizinhos, para os engenheiros e habilidosos, para o carro e para o dono.
Não noto, certamente por desatenção minha, preocupação, novas estratégias de publicidade, novas formas de relação no comércio tradicional, aquele mesmo que faz com que Évora tenha vida.
Se calhar não estão preocupados.

sexta-feira, setembro 17

da discussão

Alguns apontamentos, algumas ideias para uma discussão que irá ter muito por onde se lhe pegar. É uma espécie de antevisão sobre o que se irá discutir na próxima sessão de política local. Não sou analista político mas como certamente já terão reparado, gosto de análise política [e, afinal todos temos em nós um pouco de treinador de bancada, independentemente de qual o desporto em causa].
Em minha opinião os próximos tempos de política local irão ser marcados por duas características distintivas.
Por um lado a afirmação de protagonistas e actores de um confronto político que terá lugar no final do próximo ano. Seja na esfera do poder, do PS no caso da autarquia local, seja na oposição as conversas irão rodar em torno daqueles que coorporizarão projectos e ideias, de quais as hipóteses de confronto, de resguardar trunfos e oportunidades, de jogar com timmings políticos mais gerais, seja decorrentes dos congressos que se irão realizar (PS, PC e PSD, todos este ano ainda) seja das consequências e das leituras possíveis da acção governativa nacional.
Os protagonistas do confronto político irão ser determinantes, quer na afirmação das ideias e dos projectos (de continuidade ou de oposição), como no ritmo da própria discussão, das conversas e da sua mediatização.
algumas questões relativas a estes protagonistas quem se apresentará com José Ernesto?, que remodelações se farão sentir na sua equipa, nos pelouros? quem se apresentará à Assembleia municipal, os mesmos e o mesmo cabeça de cartaz, agora com a distância de Bruxelas, ou a repescagem de figuras anteriores que sempre ali marcaram presença mas que cada vez mais sinto afastadas deste local? nas freguesias, manter-se-ão os mesmos protagonistas, irão existir alterações, onde com quem e como? Será que o PCP consegue descolar das conivências de coligações de interesses contranatura com PSD, de acordo com os objectivos mais imediatistas e de ressabiamento político? Será que PSD e PP se entenderão para as autárquicas? que PP eborense existe? como se caracteriza, pelo fado ou pelo apelido? que protagonistas uns e outros conseguirão apresentar? será agora que o PSD local tráz para a praça local os seus barões, ou aqueles que são referenciados como nomes de peso na gestão local da política do PSD; que protagonistas conseguirão ambos convencer?
Um outro lado de destaque será uma espécie de balanço político, entre o que foi feito, ou não foi no entendimento de alguns, e do seu confronto com o período de Abílio. E aqui muito se irá escrever, muito se dirá, desde as apostas falhadas, às promessas irrealizáveis, à gestão estratégica da cidade (planeamento, crescimento, urbanismo, betão, etc.) até à apresentação e defesa de uma ideia de cidade muita tinta irá correr debaixo dos olhares atentos daqueles que disfrutam do confronto de ideias.
No meio disto tudo e de toda a discussão uma outra questão, como irá a blogosfera eborense reflectir esta discussão, este clima, este confronto? qual o papel que uns e outros aceitarão na veiculação de ideias, no contraponto de opiniões, na desconstrução de discursos, na análise crítica das ideologias? será que permanecerá a sombra do anonimato ou existirá a ousadia de sair das sombras, retirar as máscaras e assumir a luz da discussão?
como treinador de bancada resta-me dizer, prognósticos, prognósticos... só no final do jogo. Mas estou plenamente convencido que o PS irá ganhar e não apenas aqui em Évora. Outros bastiões se mudarão - alguns até socialistas.

em terra

Em tempos que já lá vão ficou célebre o Tolan atracado junto ao terreiro do paço em Lisboa. Lá esteve, tempos e tempos, a enfeitar graçolas, génese de piadas e alimentador do já famoso anedotário nacional.
Agora, fico com a clara sensação que o Tolan se passou para terra e o buraco do marquês, fruto de um certo voluntarismo politiqueiro, irá marcar as discussões dos próximos tempos.

interessante

... a discussão que se iniciou por causa de um comentário meu a um comentário. Eu explico, ou tento explicar. O meu comentário ao facto de existirem já pretensos candidatos à autarquia despoletou, na zona de comentários, uma troca de ideias que considero vivinha da silva e de saudar.
Afinal a blogosfera eborense tem claras hipóteses de, nos próximos tempos, ganhar uma outra dinâmica.
Por um lado graças aos tempos que se aproxima, de disputa eleitoral, de afirmação de candidatos e de candidaturas, de projectos e de ideias. Por outro e decorrente das eleições, penso que de hoje, na distrital do PSD local, se ir procurar espaço de afirmação e palco para protagonismos.
Espero e faço votos para que Évora e o Alentejo possam beneficiar com esta discussão.

quinta-feira, setembro 16

início

... de mais um ano lectivo mas também de mais uma dor de cabeça para um governo que tem procurado fazer tudo para desagradar aos portugueses, para contrariar expectativas, para negar evidências, para realçar tudo aquilo que de negativo pode existir numa governação.
Começo-me a convencer que isto não é nem azar, nem dificuldades de comunicação com o povo. É estratégia pré-determinada, esboçada e implementada tendo em vista o aniquilamento definitivo deste país.
Se este governo voltar a ganhar uma qualquer disputa eleitoral das duas três, ou sou eu que estou equivocado, ou melhoraram significativamente a comunicaçãocom o eleitorado, eventualmente com argumentos herdados do século XIX, os famosos caceteiros, ou há caciquismo.

quarta-feira, setembro 15

mais

... só agora o faço mas penitencio-me ao mesmo tempo pelo facto de só agora ter descoberto que o nosso compadre Mais Évora já regressou às lides. Ainda bem, é sinal que isto pode animar, a discussão pode trazer alguma luz e a troca de ideias enriquecer quem por aqui passa.
Como não posso deixar de referenciar um comentário ali deixado no seu regresso pelo também conterrâneo Giraldo.
Era engraçado, se me é permitido descrever deste modo, a sensação de ter o comunista mais betinho que conheço como opositor ao actual presidente Zé Ernesto. Ainda por cima um indivíduo que tem tido a persistência de manter o turismo em Évora arreigado a ideias passadas, ultrapassadas e esgotadas. Que tem teimado em fazer com que o distrito permaneça parado, estagnado no tempo. A visão que tem do turismo e da sua importância é claramente constrangedora.
Estou certo que o PCP terá melhores trunfos, este nome será um daqueles atirados ao ar a ver se pega.

ao lado

... perante as notícias, abundantes, sobre a escola e a educação, não posso deixar de chamar a atenção para o outro lado destas crónicas, o meu lado da escola.
As notícias veiculadas, nomeadamente no canal de educação do jornal público e que abriram ou marcaram presença em todos os telejornais do dia, são merecedoras de atenção e de conversa.

terça-feira, setembro 14

da descentralização

o jornal cá da terra, Diário do Sul, títula hoje, em primeira página, que o governo apela às câmaras municipais para que promovam a descentralização.
Importam-se de me explicar isto. Ou eu estou um pouco mais duro de cabeça do que é meu hábito ou fico com a leve sensação que algo ou alguém procura inverter papeis e trocar discursos.

segunda-feira, setembro 13

sentimentos

somos nós os causadores dos nossos sentimentos de insegurança ou será o outro que nos causa sentimentos de insegurança??

a minha estação

a minha estação aproxima-se a passos largos. Sinto-lhe o cheiro, o vento passa por mim a dizer que está perto, que o Outono é já ali.
É a minha estação do ano, aquela em que me sinto peixe na água.

piadas

... é engraçado como as notícias podem ser elucidativas de uma dada posição ideológica, dos modos como se olha o mundo.
Esta notícia é disso espelho. Remete para o inquilino, supostamente a parte mais fraca, o elemento mais desfavorecido, um rendimento e um contributo que é o senhoria a receber.
Engraçado.
Mais engraçado se torna quando nos recordamos, e temos de fazer esse exercício, que não há dinheiro para nada, nem para a subvenção de medicamentos, nem para suportar ou amortecer a subida do petróleo, nem para aumentos da função pública. Mas há dinheiro supostamente para financiar inquilinos.

sexta-feira, setembro 10

amanhã

... passa mais um ano sobre um dos princípios do nosso fim. Sobre um dos momentos que marcam o nosso mundo e a interpretação que dele conseguimos fazer e extrair.
O 11 de Setembro deixa uma marca indelével neste início de século e de milénio. É, para todos os efeitos, um momento que marca o arranque do horror, da irracionalidade repetida até à exaustão, da incompreensão de nós e do outro, que se repercutiu na Indonésia, já por duas vezes, na Turquia, em Espanha ou na Ossétia do Norte.
O terrorismo mais não é que a pura, simples e persistente rejeição da tolerância, da democracia, da cidadania e da negação da pessoa humana.
Amanhã assinalar-se-á mais um aniversário, lembrar-se-ão os mortos de inúmeras guerras que nunca se ganharão. Espero que a democracia e a tolerância, um dia, saiam vencedoras.

ontem

...foi dia de encontro, debate e esclarecimentos. Como foi momento e oportunidade de se discutir quase tudo, como se tudo estivesse em jogo.
Ouvi as palavras de Jorge Coelho, ouvi os comentários que se trocaram. Só peço para que quem de direito saiba e consiga interpretar vontades, sentimentos e emoções.
Mas não está tudo em discussão. Apenas uma janela de oportunidade para o país por intermédio do PS. É a construção de uma alternativa, da visibilização de todas as outras possibilidades, que não apenas e exclusivamente esta direita, que se encontra em discussão. Onde? na discussão de qual o lider para o PS.
Disse-o ontem, repituo aqui, estou com José Sócrates pela clara capacidade que nele reconheço de ser um elemento aglutinador de posições, por juntar em vez de dividir.
E isso ontem foi, para mim, evidente.

quinta-feira, setembro 9

do tempo

... o Mário pega num texto meu e fala do tempo que não temos para conversar, da ineficácia da gestão do tempo e dos nossos dias.
Por vezes sinto-me tentado a concordar com esta falta de tempo, com a gestão do nosso quotidiano e dos nossos interesses. Mas logo de seguida me recomponho e me lembro do que costume dizer, só não tenho tempo para o que não me interessa.
Há muito que me recuso a dizer que não tenho tempo para isto ou para aquilo, que o tempo é escasso ou qualquer outra coisa de semelhante.
Fazemos dele aquilo que queremos em função dos interesses e das ocupações que temos. Os filhos, o morar fora do centro da cidade ou mesmo da cidade, o não frequentar alguns bares ou locais de reunião de interesses e/ou de culturas
O Mário, na sua habitual frontalidade e clareza de escrita, recorda-nos o interesse que subjaz a uma simples conversa, a um perder tempo em dois dedos de conversa.
Será que esta blogosfera nos afasta ou aproxima? A blogosfera é mais um meio, considero antes que é mais um pretexto, uma desculpa para aquilo que queremos, ou que não queremos.
O que se destaca, em meu entender nestes tempos, são o conjunto de interesse em torno dos quais no juntamos, sejam profissionais, políticos, clubísticos ou desportivos, ou outros. Aliás como sempre aconteceu. Mas agora a centralidade das temáticas que agrupam pessoas ganham destaque e perdem-se quando confrontadas com a televisão.
Será que têm de existir outros interesses para nos juntarmos? será que temos de ter algo em comum para dois dedos de conversa? será que temos de ter as mesmas simpatias para uma conversa em torno de um tinto?
Sinceramente considero suficiente a desculpa do tinto, ou das bejecas, para dois dedos ou mais de conversa.

diferenças

...assim se podem determinar as diferenças entre um filme de ficção e emoção, made in Hollywood, e a realidade que se despenha a nossos pés.


Ou o sol a nossos pés

quarta-feira, setembro 8

Deus

Aquando dos atentados em Madrid, expressei neste sítio o meu horror, a minha estupefacção. Perante o atnetado de Beslan, tenho procurado evitar escrever. Porque não percebo, não entendo, não há límites a uma eventual comprrensão do que ali se passou. O que mais me afligue é que não foi feito por questões políticas, mas em nome de Deus.
Rotular de estúpido ou de hediondo este atentado, é procurar dar palavras àquilo que humanamente não as tem.
Eu não consigo ver qualquer apontamento daquela situação. Sinto-me ofendido, humilhado.

terça-feira, setembro 7

respir(ar)

...afinal o meu conterrâneo Luís apenas foi arejar, apanhar um pouco de ar. Ainda bem.

segunda-feira, setembro 6

do tempo

... quando pouco mais há que falar e para que o silêncio não caia de rompante, falamos do tempo.
Por aqui faz-nos caretas, entre uma nesga de sol e uma nuvem negra que nos passa por cima.
Em que ficamos? chove ou não? A ver vamos, dizia o cego da minha terra.

onde andas tu

... por onde andará o noso conterrâneo Luís Carmelo que no deixou uma sombra de luz feita e se apagou desde a passada 2ª feira, faz hoje uma semana.
Eu sei que não tenho nada com isso e muito menos de controlar os blogueiros. Mas que sinto falta, lá isso sinto, e daí a minha manifestação.

domingo, setembro 5

mudança

... para os que me acompanham no outro lado, o da escola, este deslocalizou-se o para um novo sítio, ainda não sei se definitiva ou se apenas temporariamente, situação que decorre da impossibilidade de aceder ou de carregar a plataforma do sapo.

aumentos e produtividade

... esta deve ser uma das razões, um dos principais factores, pelos quais a organização do trabalho em Portugal continua a ser uma catástrofe.
Não encontro outra razão que justifique a tão proclamada falta de produtividade dos portugueses. Em organizações onde a orientação não é nacional, autoeuropa, opel da azambuja, mitsubishi, siemens, tyco, entre outras, a produtividade dos portugueses é equiparavável a qualquer outro povo europeu, isto para já não falar daqueles que dão o corpo ao manifesto no Luxemburgo, Suiça, Alemanha...

sexta-feira, setembro 3

de estremoz

... vai na volta e começam a aparecer coisas que merecem a nossa atenção, particularmente pela forma como se levantam as questões, como se propõem desmontar uma dada realidade ou, não menos importante, como se procura descortinar o que está por detrás daquilo que uns quantos nos querem fazer escquecer ou, simplesmente, omitir.
De Estremoz chega esta peça e será de acompanhar e admirar, de modo a que o seu Exmº. senhor presidente não estrague, definitivamente, o que outros procuraram, ao longo dos anos, preservar.

primárias

... à boa maneira alentejana e eborense que o tio Sam, apesar de manter a sua sombra tutelar sobre o mundo, aqui pouco manda.
O acto eleitoral da freguesia de S. Vicente do Pigeiro, Vendinha, no concelho de Évora é um teste importante às forças que têm estado (?) no terreno, que têm apresentado (?) propostas ou alternativas à actual governação. São, permitam-me este arremedo, uma espécie de primárias ao embate do(s) próximo(s) ano(s).
Apesar de se poder, por um lado, condicionar à reduzida dimensão e delimitação deste acto eleitoral (uma pequena freguesia rural, mais próxima de um concelho vizinho do que propriamente da sede de concelho) ou de, por outro lado, se querer destacar o acto em si e o facto de se irem medir forças entre forças políticas, o certo é que as eleições na Vendinha serão um marco importante neste reinício de ano lectivo e condicionarão, de algum mode e de alguma maneira, o desenrolar ddos próximos capítulos.
As forças estão presentes, vivas e com predisposição para discutir, palmo a palmo, cada voto, cada possibilidade.
Vamos ver como se saiem.

quinta-feira, setembro 2

e por cá

Em Aveiro as notícias dizem das suas.
E por cá? já se ouviu alguma coisa sobre a nossa secretaria de Estado. Será que já passeou pelos equipamentos culturais?

subtracção

é visível que alguma comunicação social procura sonegar a imagem, a informação referente a João Soares.
há comunicação social que faz crer que a discussão sobre o futuro do PS é a dois, Sócrates e Alegre.
é sabida a minha posição, mas é fundamental procurar desmontar aquilo que a comunicação social nos apresenta.

seria evitável?

... ou talvez não.
A conversa e a disputa pela liderança do PS está a atrair o non sense, a vontade de lavar roupa suja na praça pública, de chamar os bois pelos nomes indepedentemente de com quem estamos ou de onde estamos.
Primeiro, sempre soube que isto seria quase que inevitável. Afirmei-o, em sede própria, a seu tempo.
Segundo, o PS é um partido aberto, dialogante, participativo, feito de paixões e muitos sentimentos. Por isso mesmo qualquer militante, repito, qualquer militante não discute política, porque a paixão não se discute, vive-se.
Vai daí e o exagero, a boca fora do sítio, o comentário impertinente e é um passinho mal a vez que é dado para deleite de muitos, constragimento de alguns e contentamento de quem nos (des)governa.
Terceiro e último, a disputa da liderança do PS é para isso mesmo, para a liderança, não é para discutir níveis e princípios de ideologia, partidarite ou companheirismo.
Sei que é fora de jogo, mas é por estas e por outras que apoio Sócrates. E também pelos meus princípios cristãos, não me interessa de onde vem, interessa-me para onde vai e se o objectivo e o destino é o mesmo então fico na companhia, isto se for aceite.

circulos fechados (remake)

O Miguel, e os comentários que suscitou, trazem à baila um tema pertinente, interessante e deveras acutilante. Quer na forma como foi colocado, quer na forma como é suscitada a conversa.Fazia falta este espicaçar de ideias, de procurar iniciativas, despertar vontades e acções, muitas vezes escondidas no sossego de uma secretária, atrás de um ecrã, na indiferença do desconhecido.A blogosfera, depois de trazer um espírito de participação, envolvimento e debate enreda-se nas suas próprias malhas e ficamos carentes do olhar do outro, da sua opinião, do seu comentário. Sempre me surpreendeu como é que há blogues que apresentam dezenas de comentários e outros, como este mesmo, um ou outro, disperso nas postas que coloco, nos temas que abordo. No entanto, tenho consciência que sou lido, que há gente que por aqui passa e comenta, única e simplesmente mediante um encolher de ombros, com um sorriso de cumplicidade ou de complacência, num pensar para si mesmo e, quando possível, no trocar de palavras comigo mesmo, em jeito apresado.Mas, numa análise superfiacial e rápida pela generalidade dos blogues é possível verificar que se está a escrever para nós mesmos, pescreve-se para o que escreve. Quase que numaforma de auto-deleite, pessoal admiração, reconhecimento próprio e individual. Vão para além do género de diário, de post it, de qualquer razoabilidade e aparentam um deleite próprio escrevendo em circulos fechados.As ideias enredam-se, esgotam-se, carecem de fundamentos, argumentos, elementos que permitam consolidar ideias e opiniões. A discussão muitas vezes não chega a existir. Ou porque não existiu um tema central ou porque não existe o reconhecimento desse interesse, dessa discussão, desse tema.Estimula-se a ousadia da escrita, do argumento, mas, não sendo vulgar nem ordinário, raramente é merecedor de réplica, de contra-argumentação. [E isso é visível nos blogues cá da terra apesar do Miguel partir de uma outra perspectiva. ]E não é necessário analisar blogues específicos, sectoriais ou temáticos. É visível na generalidade dos blogues.Não existe, em muitos casos, não em todos, felizmente, sequer uma preocupação de desmontagem dos discursos, das ideias, da desocultação de princípios e valores que podem sustentar outros olhares.Assim sendo, escrevemos para saber que somos capazes de escrever, para se afirmar este reconhecimento. Mas em circulo fechado.Miguel, está iniciada a conversa??

quarta-feira, setembro 1

das ideias

...ou, talvez mais adequadamente, da falta delas.
Passou o mês das férias. Passou o tempo necessário para o que o novo governo possa ter conhecimento mínimo dos dossiês, da situação [será que dirão calamitosa] herdada dos seus pares anteriores. Passou o tempo de fazer balanços, desenhar futuros.
É chegado o tempo de ouvir as ideias que estes senhores têm para o país, para os seus sectores e áreas de trabalho. Chegou o tempo de perceber se existem ideias, para além das banalidades, vulgaridades e demais lugares comuns que os poucos que se atrevem têm prendado a opinião pública.
Ou será estratégia definida e consertada esta, de nada se dizer porque quando menos se fala menos se erra? será opção própria esta de quanto menos se disser e menor a exposição à comunicação social mais difícil irá ser perceber que estes senhores não têm nem fazem a menor ideia do que querem?
Será opção esvaziar as oportunidades da oposição com o silência de quem nos governa?
Passado o tempo de férias é chegada a hora de perceber o que temos pela frente. Expectativas? muitas, todas negativas.

confusões

há quem, por opção ou simples confusão, procure definir a justiça social em face do esbatimento das diferenças, da aproximação e da igualdade das pessoas.
Há termos e conceitos que, pela sua utilização e apropriação, podem conduzir a alguma confusão.
A justiça social consegue-se pelo respeito das diferenças e pela assunção de que cada pessoa tem um lugar, uma posição e um conjunto de responsabilidades próprios.
É neste contexto que a igualdade surge.
Não por sermos todos iguais, nada de mais falso e erróneo, mas no acesso às diferentes condições sociais - educação, saúde, fiscalidade, segurança social, etc. É neste campo que as igualdades devem ser asseguradas.
Uns quantos defendem que deve ser por selecção social, o mercado a definir as regras e as condições de acesso a estes meios, outros, onde me incluo, defendem que o Estado tem um papel fundamental na gestão dos interesses colectivos e na adequação entre o interesse individual e o interesse colectivo.
Não iludamos a realidade com citações agradáveis e conhecedoras, quando simplesmente o que se pretende com os adizeres oriundos da Revolução Francesa e que marcam ainda as ideologias deste bocadinho do mundo, é realçar o respeito pelas diferenças na justa adequação das igualdades.

catálogo

Gostamos, na generalidade dos casos, de etiquetar as coisas, rotulá-las, demarcá-las. Torna-se mais fácil, digo eu, criarmos elementos de identificação, elos de ligação entre o nós e o(s) outro(s), momentos de uma qualquer afectividade, seja de aproximação seja de rejeição.
Quando criei os links dos blogues foi para mais facilmente poder aceder a espaços que gostos, consumir palavras que me tocam, perceber modos e pensamentos que colaboram na interpretação do meu quotidiano.
Se são alentejanos ou de qualquer outro lado, se são de esquerda ou de qualquer outra direcção, se são próximos ou afastados, se são generalistas ou temáticos ou outra coisa qualquer foi coisa com a qual nunca me preocupei.
Mas existe essa tendência.
Isto, agradecendo a referência do Estremoz in Loco, este referir que há muito procura fazer uma lista de blogues alentejanos. Também outros o procuram fazer e não se ficam sequer pelo princípio.
Pessoalmente prefiro a identificação pelas simpatias, pelas cores e pelas palavras que cada um apresenta, independentemente de tudo o resto.