sexta-feira, setembro 17

da discussão

Alguns apontamentos, algumas ideias para uma discussão que irá ter muito por onde se lhe pegar. É uma espécie de antevisão sobre o que se irá discutir na próxima sessão de política local. Não sou analista político mas como certamente já terão reparado, gosto de análise política [e, afinal todos temos em nós um pouco de treinador de bancada, independentemente de qual o desporto em causa].
Em minha opinião os próximos tempos de política local irão ser marcados por duas características distintivas.
Por um lado a afirmação de protagonistas e actores de um confronto político que terá lugar no final do próximo ano. Seja na esfera do poder, do PS no caso da autarquia local, seja na oposição as conversas irão rodar em torno daqueles que coorporizarão projectos e ideias, de quais as hipóteses de confronto, de resguardar trunfos e oportunidades, de jogar com timmings políticos mais gerais, seja decorrentes dos congressos que se irão realizar (PS, PC e PSD, todos este ano ainda) seja das consequências e das leituras possíveis da acção governativa nacional.
Os protagonistas do confronto político irão ser determinantes, quer na afirmação das ideias e dos projectos (de continuidade ou de oposição), como no ritmo da própria discussão, das conversas e da sua mediatização.
algumas questões relativas a estes protagonistas quem se apresentará com José Ernesto?, que remodelações se farão sentir na sua equipa, nos pelouros? quem se apresentará à Assembleia municipal, os mesmos e o mesmo cabeça de cartaz, agora com a distância de Bruxelas, ou a repescagem de figuras anteriores que sempre ali marcaram presença mas que cada vez mais sinto afastadas deste local? nas freguesias, manter-se-ão os mesmos protagonistas, irão existir alterações, onde com quem e como? Será que o PCP consegue descolar das conivências de coligações de interesses contranatura com PSD, de acordo com os objectivos mais imediatistas e de ressabiamento político? Será que PSD e PP se entenderão para as autárquicas? que PP eborense existe? como se caracteriza, pelo fado ou pelo apelido? que protagonistas uns e outros conseguirão apresentar? será agora que o PSD local tráz para a praça local os seus barões, ou aqueles que são referenciados como nomes de peso na gestão local da política do PSD; que protagonistas conseguirão ambos convencer?
Um outro lado de destaque será uma espécie de balanço político, entre o que foi feito, ou não foi no entendimento de alguns, e do seu confronto com o período de Abílio. E aqui muito se irá escrever, muito se dirá, desde as apostas falhadas, às promessas irrealizáveis, à gestão estratégica da cidade (planeamento, crescimento, urbanismo, betão, etc.) até à apresentação e defesa de uma ideia de cidade muita tinta irá correr debaixo dos olhares atentos daqueles que disfrutam do confronto de ideias.
No meio disto tudo e de toda a discussão uma outra questão, como irá a blogosfera eborense reflectir esta discussão, este clima, este confronto? qual o papel que uns e outros aceitarão na veiculação de ideias, no contraponto de opiniões, na desconstrução de discursos, na análise crítica das ideologias? será que permanecerá a sombra do anonimato ou existirá a ousadia de sair das sombras, retirar as máscaras e assumir a luz da discussão?
como treinador de bancada resta-me dizer, prognósticos, prognósticos... só no final do jogo. Mas estou plenamente convencido que o PS irá ganhar e não apenas aqui em Évora. Outros bastiões se mudarão - alguns até socialistas.