é hoje banal e corrente a afirmação que a única constante é a mudança.
Mas quando confrontado com ela, com os seus efeitos, não posso deixar de, pelo menos e no mínimo, estranhar.
Foi o que me aconteceu ontem quando, em zapping pela blogosfera, percebi a profunda alteração que muitos blogues sofreram, seja pelo desaparecimento, seja pela anomia, seja pelo que for.
Há blogues que marcaram a minha existência neste próprio espaço, uns locais, outros regionais a sua maior parte nacionais.
O blogues tornaram-se-me fundamentais, pois é a partir deles que se podem perspectivar outros olhares, sentir outras emoções, perceber outras razões, afinal afirmar identidades individuais e não massificadas, uniformizadas, homogeneizadas.
Apesar de alguns deles confundirem opinião com difamação, espaço opinativo com pressunção não deixam, em muitos dos casos, de ser elementos de referência, nem que seja nisso e para isso mesmo, perceber onde começa (ou onde acaba) a insinuação difamatória e intrusiva.
Quando cessam actividade, quando suspendem a escrita fica-me a faltar algo.
Tal com um amigo teve a oportunidade de me escrever quando suspendi a escrita, sou um animal de hábitos, tenho os mesmos procedimentos há muito tempo, percorro os mesmos gestos, assumo os mesmos gostos e procedimentos, quando algo ou alguém me interrompe a corrente, que digo natural, de um rio quotidiano fico aborrecido, é claro que fico aborrecido.
Mas percebo que o rio chega sempre a uma foz e, em algumas vezes, as águas comem as margens e acabam por levar à frente, pela frente, o que seria suposto alimentar.
afinal e simplesmente, são os tempos.