cenas do meu quotidiano
Ontem, apesar do tempo quente, apeteceu-me uma açorda, destas bem alentejana, recheada e acompanhada.
Almoço de família, onde se juntam pais e sogros, filhos e filhas. Decide-se pela açorda. À rica diz o meu pai, por que acompanhada com sardinha asada, uvas, bacalhau, ovo e coisas que típicas.
Fica a meu cargo o ajuntamento e acompanhar a fervura. Chegada a hora, a esposa manda-me juntar as coisas numa travessa para levar à mesa. Assim fiz. Panela vazia, água quente, a fumegar, seria para a açorda, como mandam as regras.
Qual quê. Sem pensar, se saber o que fazia pego na panela e despejo a água pelo cano. Arrumo a panela na loiça suja e vou para a mesa todo lampeiro com o claro apetite da açorda.
É então que surge a bronca. O que fizeste à água do bacalhau? Fiquei lívido, estarrecido, incapaz de dizer fosse o que fosse. Descobri então que tinha feito asneira da grossa ao despejar a água pelo cano.
Lá peguei novamente na panela, a enchi de água e lhe voltei a colocar dentro o bacalhau, atirei-lhe com sal e a pus, uma vez mais, ao lume para abrir fervura.
Entretanto todos, a família inteira, de um e de outro lado, olhavam para mim, admirados qual cara de espanto.
Mas soube bem.
3 Comments:
eh,eh, e a água do bacalhau serve lá para alguma coisa... essa é boa ;))
da próxima vez que me deres o privilégio da tua visita papas uma açorda feita em água de bacalhau e logo perceberás para que serve a água do dito cujo.
bom... então já não está aqui quem falou... combinado!
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