sexta-feira, julho 8

aniversário final

há precisamente dois anos iniciava, neste espaço, a minha aventura na blogosfera com dois claros propósitos. Por um lado, dar escoamento a toda uma verborreia opinativa que (quase) sempre caracterizou a minha pessoa e que sempre fez com que não ficasse indiferente às coisas ou situações.
Por outro lado, num claro manifesto de participação despudorada, de pensar que tinha algo para dizer, fossem ideias, opiniões, sentimentos ou meras impressões.
Em dois anos quase tudo mudou, inclusivamente a minha pessoa e a minha participação neste espaço.
É um aniversário algo triste, pois coincide com o final deste projecto. Não por falta de ideias ou de opiniões. Não pelo despique ideológico que se perspectiva, nem, muito menos, pelo receio de me molhar nesta troca de galhardetes.
O final deste espaço - desconheço por agora se temporário se definitivo - deve-se à inacessibilidade à net em condições que me permitam acompanhar o desenrolar dos tempos, dos dias e das ideias e de deixar as minhas impressões, o meu pensamento, o meu olhar, como diria um sério amigo que por aqui fiz e construí.
MAs é assim mesmo. Ponto final.

segunda-feira, julho 4

confusão

Na cidade de Évora a CDU espalhou, como nunca, cartazes com a cara do seu candidato à Câmara Municipal.
Estou certo que irá reivindicar que apareça também no boletim de voto.
Para que não haja confusões. E o pobre do eleitor saiba em quem não votar.

da transição

há tempos, não sei precisar em rigor, duas crónicas quase simultâneas, uma de Eduardo Lourenço outra de José Gil, ambas na visão, dissertavam sobre o que um e outro autor considera ser este um tempo de transição, de mudança.
reconheço pertinência e acuidado nesta referência, como me é perceptível duas situações aparentemente contraditórias.
Por um lado, a clara noção colectiva que vivemos um período de mudança e que com mais ou menos consciência, maior ou menor impacto, todos percepcionamos. Seja pela fluidez do tempo, pelo ususfruto das ideias e dos paradigmas, pela voltatilidade que afirmamos nas ideologias.
Por outro lado, com a não menos clara sensação que, na generalidade dos casos e das situações, também se nota uma certa dificuldade de identificar essa mudança, particularmente quando não percebemos os contornos, quando as situações são difusas e as cores esbatidas e o fim é inpreciso.
Entre um e outro ponto, o aparente impasse que vivemos, com directos reflexos em dois aspectos aparentemente distintos mas com ligações e(a)fectivas, os caminhos desta União Europeia e os caminhos deste país.
Tudo isto para destacar o debate que as medidas deste governo realçou no conjunto da administração pública, de um modo geral.
Faz-se o debate de um modo que designo de esquisito, para ser simpático, tendo em conta que quando não se sabe quem defende o quê, com que argumentos, assente em quê, com que consistência.
Para onde caminha este nosso país? que administração pública é proposta nos discursos políticos, nas práticas institucionais, nas reivindicações sindicais? Qual o papel de cada interveniente, de cada actor social e político nesta aparente reconfiguração de um qualquer final de todos (?) ainda desconhecido?
Mesmo aqui, na blogosfera, mesmo em militantes ou simpatizantes do PS ou deste governo há alguma confusão, algum desnorteamento quanto ao rumo, quanto aos sentidos. Quem, em tempos, defendeu medidas e uma convicção forte de mudança e, agora, exige outras coisas, a manutenção do adquirido, a estabilidade do quotidiano conquistado.
Neste confronto, umas vezes pessoal, outras institucional, qual o papel que cada um reinvindica para si, que procura implementar ou seguir? Ou está à espera que lhe digam como é?

sexta-feira, julho 1

...

entre as vésperas (ou, pelo menos, perto disso) e as tentações, uma pausa.
Porque tem de ser.

Ora pois, quase ausente, em parte incerta, num claro retrocesso tecnológico.
Os útlimos tempos têm sido marcados por diferentes circunstâncias, qual delas a mais marcante.
Por um lado, a confirmação de algumas amizades (umas reais outras que teimam no virtual) que não deixaram passar em branco a minha ausência.
Outras que passaram pela constatação que vale sempre a pena discutir, trocar ideias, debater opiniões. Quando menos esperamos damos connosco a partilhar ideias comuns, a discutir sentidos colectivos, a acertar pontos de vista de uns e de outros.
Por último mas mais determinante, a mudança de casa que fez com que me afastasse da Internet, num claro retorno à idade de um acesso a 58kbps, este mesmo, da junta de freguesia, pelo qual acedo e dou conta a quem de direito das razões do meu afastamento.
Tenho saudades dos amigos, das ideias, de espreitar o mundo, o meu e o dos outros. Tenho pena de não ter oportunidade de crescer e de me encontrar quando vejo os outros e nos outros percebo mais razões de se ser e de se estar.
Contigências.