Fui à civilização
De 5ª a Sábado fui passear, fui respirar à civilização, passear à cidade do Porto. Ver coisas diferentes, sentir sabores e aromas diferentes, ver pessoas diferentes, sentir de maneira diferente.
Reconheço que não sou o mais indicado para falar daquela cidade, daquela nação "carago". Estou demasiadamente nela embrenhado, sempre e eternamente apaixonado, porque vou lá poucas vezes, porque não vivo lá, por que gosto de lá regressar, sinto esta paixão, vai para vinte anos.
Peço desculpa de alguma susceptibilidade, mas, mais do que em Lisboa, quando vou ao Porto sinto que estou no meu país, sinto que respiro um ar diferente da minha terra mas que posso chamar de meu. Desde as francezinhas, à ribeira, passando pelas pontes que unem margens e separam pessoa, pelas águias e pelos dragões, pelas ruas e pelas livrarias, o Porto é uma cidade em contemplação, em permante degostação.
De regresso sinto-me aliviado, de pulmão cheio, pronto para submergir nos dias e nas recordações.
Regressei ao Porto passado pouco mais de 6 meses e muita coisa mudou. Desde logo o estádio do Dragão, imponente, branco, contemplativo de uma ponte, de toda uma zona da cidade. Depois a parte alta da baixa. De cara lavada, orgulhosa a evidenciar os seus anos. Da Batalha ao marquês, passeando pela faculdade de arquitectura, pelos jardins fronteiriços.
Nota-se, ao contrário de outras cidades, que o Porto cresce, se expande, ganha novos rumos, procura novos desafios.
E, o mais engraçado nisto é que, de acordo com o meu ponto de vista, a ideologia que marca aquela cidade é a do povo, a das gentes que nela navega. Os presidentes têm vindo e ido, orientam e decidem, mas a marca é das gentes, das pessoas, daqueles actores.
Sente-se que existe um sentido colectivo mais marcante que o futebol, mais determinante que a política, mais sentido que a pronúncia do norte.
Concilia-se o novo com o antigo, a tradição com a vanguarda, a inovação com a permanência.
Tudo isto para dizer que gosto, realmente, do Porto.
mas sou do benfica.