do secundário
O ensino secundário era, até há bem pouco tempo, isso mesmo, secundário, algo prescindível na vida e na formação de uma pessoa. A preocupação com os estudos de nível secundário é, queira-se ou não, bem recente, remontando, de modo consequente ao pós Abril de 1974. A sua aplicabilidade é-o ainda mais, isto é, a constituição de uma rede de oferta formativa e a procura de alunos tem pouco mais que 10 anos.
As notícias de hoje, sobre a reforma do secundário e a sua entrada em vigor, de modo progressivo, a partir do próximo ano lectivo, despertam em mim dois comentários.
Primeiro, qual o papel da escola (com destaque para professores e funcionários) e da comunidade (autarquia, outras entidades com responsabilidades políticas e formativas) nesta reforma? - de acordo com a notícia, apenas verbos de encher, será isso que pretendemos, que ambicionamos, ser funcionários operadores de objectivos e funções por outros desenhados;
Segundo, a preocupação, como já é notório em alguns artigos, recai na discussão do acessório, do umbigo, esquecendo-se o essencial das questões, isto é, qual o papel e quais os objectivos da escola em face da comunidade em que está e, perante esse papel e esses objectivos, qual o currículo e quais as disciplinas mais adequadas. Sem esta discussão, que deverá ter início na escola e abranger o maior número de participações possível e desejável, corre-se o risco de acentuarmos o pronto-a-vestir pedagógico e deixar de fora inúmera gente.
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