sábado, janeiro 10

da Amizade

A escola é um espaço de pessoas, de relações de sentimentos e de modo quase que inevitável, de amizades. Algumas pontuais, umas por interesses, outras mais sustentáveis, outras tão longas quanto o tempo que demoram a sustentar. Desde os alunos, crianças, aos professores passantes, a escola constrói uma imagem do outro, da amizade, das relações humanas, da sociabilidade.
Porque sou docente do ensino básico e secundário, quando lecciono 7º anos, costumo dizer aos miúdos que ali começa a vida. Ali irão descobrir o mundo e descobrirem-se a eles mesmos. Tudo ali desponta, desde a mesquinhez, a intriga, o desfavor, mas também o amor, a amizade sincera, a tolerância, o companheirismo, a camaradagem, a saudade.
Provavelmente por causa disto e por valorizar a vida tal como ela é, nunca recorri aos chats, aos mettings, a uma realidade virtual da qual, hoje, já todos ouvimos umas quantas histórias.
Resultado, ao vir para a blogosfera dou por mim a afirmar à boca cheia, que fiz novos amigos. Talvez ainda não saibam, mas certamente desconfiarão. A troca de ideias, a partilha de pontos de vista, a cumplicidade que existe na rede e na escola pode fomentar destas coisas. Mas reconheço-me surpreendido.
Não temos de ter todos a mesma opinião, nem defender os mesmos pontos de vista. É na diferença, na heterogeneidade que se encontra a complementaridade, por isso sou contra esta escola uniformizante, standardizada, sufocante.
Afinal, com tudo isto apenas pretende agradecer aos meus novos amigos.
Obrigado pela tolerância e pelo saber, obrigado por me ensinarem a ser melhor gente e melhor pessoa. Vocês são os culpados. Felicidades.