sexta-feira, fevereiro 20

da mudança

O título e a preocupação são repetidos, desculpem lá a falta de imaginação. Mas torno público um comentário que fiz ao comentário do José Pais (não és o cantor, pois não? ou és?).
Queixa-se, queixamo-nos que a mudança não tem ocorrido na escola, apesar das sucessivas tentativas da qual tem sido alvo desde, pelo menos na democracia, 1986.
O Miguel espanta-se com o facto de sentir "carapaças a estalar".
Vamos, por este meio, discutir duas ideias.
Uma - a escola tem mudado, e muito, nos últimos anos. Tem mudado de atitude, têm mudado comportamentos, têm mudado relações, como se têm alterado estruturas mentais de olhar a escola, de olhar a relação pedagógica. Contudo, porque imperceptíveis muitas das vezes, porque requerem uma maior atenção e um olhar mais atento, porque com ela lidamos no nosso quotidiano por vezes não nos apercebemos das pequenas mudanças, das pequenas alterações, dos pequenos quês quotidianos que fazem uma história.
A não ser que algo suceda e que as vizibilize, as torne audíveis e sensíveis essas mudanças permanecem escondidas, no seu recato.
Quais sãos as mudanças? A massificação do ensino, a sua democratização, o apoio social escolar, o apoio das equipas de psicologia e orientação escolar, a entrada de parceiros na escola, os tempos lectivos, as reuniões de professores, os critérios de avaliação, a forma como olhamos e aplicamos a avaliação, as relações entre professores e funcionários, as relações entre a escola e as estruturas político-administrativas. Convenhamos que muita coisa se alterou na nossa escola.
Entre um e outro ponto uma ponte de ligação.
Não vou discutir é se essa mudança foi boa, ou para melhor. Como não vou discutir a pertinência nem o sentido dessa mudança. Isso é da responsabilidade, em primeira instância, de cada docente, de cada escola.
Segundo ponto, que a mudança não corre ao ritmo do qual todos precisamos, que não tem a dinâmica que gostaríamos, que não é num sentido que consideramos mais adequado ou correcto? bem, isso é uma outra história da qual fazem parte actores em demasia para dela poder dar conta. Isso compete a cada escola, ao conjunto de professores que elegem os seus órgãos directivos e executivos, que definem e implementam projectos, ideias e constroem, bem ou mal, uma imagem da escola.