Atrasos
Gostamos, na generalidade dos casos, há que ressalvar, de chegar atrasados de, com essa atitude, nos fazermos, caros, importantes, ocupados.
Venho de umas jornadas médicas onde a esposa (enfermeira, há que salvaguardar) apresentou uma comunicação. Inicialmente agendada para as 14h00 começou, nada mais, nada menos, que pelas 15h30, com meia dúzia de gatos-pingados na sala e após muitas e sucessivas insistências da organização a chamar as pessoas. Mas não. O pessoal, por uma questão de preço do seu produto, por falta de interesse no produto apresentado, por desconsideração profissional (entre médicos e enfermeiros é difícil meter a colher) ou por uma qualquer razão por mim desconhecida, optou por chegar atrasado, chegar às pinguinhas, às mijinhas como diria o meu avô, quebrando ritmos, interferindo com a apresentação, atravessando-se no meio dos diapositivos.
Será que não notam que já não é bem chegar atrasado aos sítios, armarmo-nos em caros e ocupados? Será que estas pessoas não respeitam os outros nem o trabalho dos outros?
Não assinei um manifesto que por aí circulou sobre esta idiotice de se chegar atrasado(a), por que considerei algo despropositada a iniciativa e a estratégia adoptada (apresentar uma petição à Assembleia da República, sinceramente).
Acho que me arrependi.
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