quarta-feira, março 17

do prazer

O meu filho, 9 anos (10 em 10 de Abril) ficou dois dias em casa, algo amargurado, indisposto, cólicas, dor de cabeça. Virose, pensaram os pais. Algo que terá comido, uma vez que é rapaz de boa boca, pensamos, à procura de uma qualquer razão que justificasse o facto e o estado.
Depois de algumas canecas de chá, tostas secas (coisa que ele deplora), algumas conversas de mãe para filho, de filho para pai, chegamos à brilhante conclusão que o seu estado mais não é do que fruto da angustia da escola, da pressão da professora, do stresse dos testes, da avaliação. A professora, segundo os seus comentários, tem puxado demais pelos pessoal, repreende tudo e todos (mais uns que outros), que não comprendem o que se passa nem o que a professora pretende deles e com as atitudes. Disse-me ainda que as contas que tinhamos trabalhado num dos dias da semana anterior estavam erradas, eu que as validei com máquina de calcular, às escondidas, é claro, não vá o rapaz copiar os maus exemplos do pai.
No 4º ano? No final do 1º ciclo? E ainda nem sequer existem exames? Não podia, não pode ser. Fui falar com a professora, procurar esclarecer algumas dúvidas ou pontos menos claros. Apesar de meu filho não lhe reconheço qualquer traço de santo e nada melhor que ouvir o outro lado da questão.
Surpresa minha. Era verdade, a senhora confirmou o outro lado da história , mais importante, destacou que tem de ser uma vez que lhes tem que incutir rigor, competência e capacidades de trabalho em horário mais apertado. Que tem que os preparar para o 2º ciclo.
Genericamente estou de acordo. Desde o primeiro ano procurei nunca contrariar as orientações da professra, quanto muito procurar que o meu filho visse também uma outra perspectiva, sem afrontar, sem comparar, apenas equacionar a possibilidade de exisitirem alternativas. Concordo com a professora em que há necessidade de prepaprar para outros desafios, que o facilitismo é claramente, em meu entender, inimigo do rigor, do trabalho.
Mas confundir estes princípios inculcando-lhe angustia, stresse, medo isso não.
Defendi perante a professora e defendo aqui que aprender deve ser um prazer, uma descoberta, uma vontade, um estado de espírito, uma acção natural. Aprender deve ser um gosto de perceber como as coisas funcionam, o porquê das coisas e as consequências dos nossos actos.
Aprender deve rimar com prazer.