do debate
Gosto, tenho que reconhecer e já aqui o fiz por diversas vezes, da discussão, do esgrimir de argumentos, da elevação do discurso.
Permite-me enriquecer o meu léxico e aprofundar algumas das ideias. Como me permite, em determinados momentos e perante determinados argumentos, sentir que posso ou que estou efectivamente equivocado.
O trocar de argumentos, nomeadamente com os meus mais recentes amigos bloguistas, faz-me sentir ter pena de não estarmos na mesma escola. Mas simultaneamente, sinto-me feliz por estarmos no mesmo país e em diferentes escolas. Estou certo que por isto, e desculpem-me o pretensiosismo, teremos um sistema educativo melhor, pelo qual lutamos.
Neste sentido apenas duas ideias a propósito dos paradoxos que o Miguel destaca.
Nunca escondi as minhas filiações, não sou nem quero ser independente (?), sou claramente dependente das minhas ideias, bebidas à esquerda dos partidos políticos e de cor bem vermelha no clube. Desde o meu primeiro blogue (em Julho de 2003) que aqui deixei expressas essas minhas simpatias, as minhas preferências. Abandonar estas ideias era renegar à democracia. Assumir a negociação como factor de participação é assumir a democracia (Perrenoud, 2002) e é isso que eu quero.
Em segundo lugar, luto por ideias, por ideais, como todos aqueles que certamente têm uma dada ideia de escola e que, nesta blogosfera a partilham, a trocam, a difundem.
É neste grupo que me incluo e por isso, meu caro Miguel, não há equívocos nem paradoxos, ou a exisitir apenas residem naqueles que pretendem esquecer o passado, fazer com que ele nunca tivesse existido, procurar cavar um buraco e nele enterrar a governação socialista. Nesses, que são da esquerda e da direita, dependentes e independentes, eu sei que não te incluis.
Mas quero assumir a política e a política na escola como factor de participação e de mudança. Sem ela a mudança na escola, a implementação de medidas de política educativa tornam-se mais complexas quando não mais complicadas. Assumir a política na escola é assumir opções, escolhas, alternativas, ideias para a escola. É assumir o papel do professor na defesa dos seus interesses, nos interesses da sua comunidade escolar e educativa, da sua autonomia profissional, da sua responsabilidade perante a construção do saber e das comunidades.
Se isto não é política, então não sei o que é política.
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