sábado, janeiro 3

Modelos

Encontrei um conjunto de mensagens na minha caixa de correio em que me questionam sobre qual a minha objecção ao modelo da escola cultural. Não foi o autor dos blogues que estão referenciados e que fazem a defesa da escola cultural. Perguntam-me se a minha renitência a esse modelo assenta no facto de o seu ideólogo ser do PSD.
Nada disso e passo a esclarecer.
A minha renitência a este, ou a qualquer outro modelo pedagógico, assenta exactamente na consideração de um modelo, que existe um modelo capaz de resolver os problemas da escola, dos professores, dos alunos, dos pais e encarregados de educação, dos funcionários e auxiliares, entre outros. Que se adoptada uma determinada configuração modelar conseguimos uma escola de sucesso, uma escola onde todos se reconheçam e se sintam integrados independentemente de defender a escola cultural ou qualquer outro atributo.
Pelo contrário, sou claramente a favor da inexistência de qualquer pretenso modelo, optando pela capacidade dos actores e protagonistas da escola, em face dos mecanismos de participação que desenharem, a definir uma dado sentido organizacional e estratégico à escola que têm e à escola que querem.
Isto é, não considero que exista um modelo, mas tantos quantos os actores, os intervenientes, as pessoas que se encontram envolvidas e enleadas num dado processo pedagógico.
Ainda que se possam aproveitar determinado pontos de vista, atitudes ou princípios eles terão obrigatoriamente de ser contextualizados a uma dado ambiente, aos protagonistas e às capacidades que entre eles desenharem na e para a negociação.
Eu sei que muitos não gostam ou não simpatizam com estas palavras. Mas há que reconhecer que são um dado em qualquer relação humana. Relacionamo-nos em face de um qualquer interesse e na disputa dos equilíbrios que nos permitam alcançar os objectivos (pessoais e individuais ou colectivos).
Por isso a minha oposição aos modelos, e não particularmente ao da escola cultural.