sexta-feira, janeiro 2

Capacidade técnica - não se precisa

Estive, durante a tarde, com um colega docente que há já alguns anos empresta os seus serviços à direcção executiva de uma escola cá do burgo.
saber de longa experiência feito, não resiste, de quando em quando, a resvalar para uma ideia feita ideologia pelo senhor, também ele professor, Cavaco Silva, a de que é necessária competência técnica para o exercício de cargos políticos. Atenção é que quando se fala de competência técnica estamos a falar do profundo conhecimento dos dossiers, da formação de algumas competências ao nível das práticas, mas, sobretudo, de capacidade pragmática, dada pelo intenso e pretenso conhecimento da realidade com que se lida.
Resultado, misturamos racionalidades técnicas e políticas e mais não fazemos que trazer à superfície aquela maravilhosa série do "Sim, senhor primeiro-ministro".
Afinal, quem define as opções políticas?, os políticos os técnicos?, será que queremos pôr os técnicos a decidir sobre questões políticas?, então, nesse caso, não estaremos a inverter os papéis e a trocar racionalidades?
É uma questão delicada que apenas deixo à consideração. Tão delicada que sou claro na sua assunção, isto é, considero que não se tem que ser médico para se ser ministro da saúde, como não se tem de ser engenheiro (ou construtor civil, ou empreiteiro) para se ser ministro das obras públicas, como não se tem que ser professor dos ensinos básico e secundário para se ser ministro da educação. Se fosse, então qual a formação inicial e continua de um primeiro ministro??
Tem isso sim, que se ter capacidade e competência para dirigir uma equipa, defender opções e ideias, implementar práticas e definir caminhos.
É isto mesmo que neste momento não temos...