terça-feira, dezembro 30

Um balanço

Inevitavelmente subjectivo, dependente, pessoal e, permitam-me este surripiar, transmissível.
Este ano fica claramente marcado pelo episódio casa pia, pela confusão das cunhas deste governo, pelo conflito no Iraque, pelos 25 anos do pontificado deste papa, pelas mortes na estrada, pelos concursos do pessoal docente, pela crítica generalizada ao ensino básico e secundário, pelos blogues.
Este mundo, esta blogosfera é, em minha opinião, um dos marcos deste ano. Aparecidos em finais de 2000, comprados pelo pessoal do google, mediatizados pelo Abrupto de Pacheco Pereira, ganharam contornos de se quererem afirmar como algo que pode ser uma forma de manifestação da democracia participativa. Todos temos opinião, todos temos o direito e o dever da emitir. Todos devemos participar na construção de um país melhor, onde hajam ideias, onde possamos discutir sentidos e oportunidades. Todos devemos criar um espaço publicamente íntimo, onde possamos deixar uma marca, a nossa marca.
Não sei se tenho muitos leitores, muitas visitas, muita page views. Nunca estive realmente interessado nesse sector. Procuro debater ideias, trocar opiniões, construir o meu próprio sentido de estar no mundo, por intermédio da escrita, por intermédio da leitura da opinião dos outros.
Este ano permitiu, pelo segundo semestre, uma certa divisão entre o mundo da blogosfera, entre aqueles que procuram um espaço de afirmação, e aqueles que procuram um espaço de autonomização, um espaço de individualização. E os outros, que mais não procuram que comentar o parceiro, escrever ao amigo, confrontar o opositor.
Ainda que assim seja, espero e faço votos para que 2004 se permita a afirmação e consolidação deste espaço, da blogosfera, se permita sair daqui e ganhar novos mundos ao mundo.
Estou certo que a democracia sairia a ganhar e todos ficaríamos mais ricos.