de regresso
Apesar da pausa pedagógica sinto-me reconfortado neste regresso, particularmente quando, e sobre outros propósitos, se encontra um texto como este.
Faz parte daquelas coisas simples e algo ingénuas que encontramos em todas as esquinas de todas as escolas mas para as quais e ainda não aprendemos a dar uma resposta.
Perante os resultados clara e objectivamente confrangedores que encontrei numa das minhas turmas, é de perguntar até quando se insiste na indiferença, no alheamento de comportamentos e de aproveitamentos, na desresponsabilização perante o insucesso. Este, por múltiplas e diversificadas razões, também é da responsabilidade do docente. Mas permanecemos cabisbaixo, assobiando para o alto, como se nada fosse connosco. A escola persiste e insiste em ter um pronto-a-vestir pedagógico que a poucos serve e a nenhum interessa. Persiste e insiste em viver o mito da escola de elites, para os interessados, para os atentos, para os preocupados em arranjar um espaço e um tempo de futuro que passa pela escola.
Para muitas crianças a escola não lhes interessa, não lhes diz nada, rigorosamente nada. Não nos podemos contentar na persistência do lamuriar sobre o interesse da escola, da sua pertinência e da sua preocupação para o futuro. Temos que determinar novas e diferentes estratégias que permitam regressar à assunção da diferença, à heterogeneidade de gostos e de interesses, à pluralidade de opiniões, à multiplicação de estratégias, metodologias e didácticas.
Foi claro, em alguns conselhos de turma, a capacidade negocial dos alunos, a sua orientação estratégica, ainda que os objectivos sejam de curto, curtíssimo prazo, e interesseira, individual mas que assumida colectivamente, perante a qual os docente apresentam claras dificuldades de negociar, porque divididos, isolados, distantes de uma estratégia comum.
A minha aposta vai no sentido de incentivar, ainda que à revelia das estruturas directivas da escola, o trabalho colaborativo, a integração e a assunção colectiva dos interesses e das estratégias. Ir-se-á arranjar mais trabalho, é certo, mas para termos menos trabalhos e melhores resultados. A ver vamos.
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