segunda-feira, agosto 23

discussão

A discusão que tem trazido o Partido Socialista entretido e algo distraído também, tem merecido do meu olhar a maior atenção e um gosto particular.
Atenção pelo teor das ideias e das propostas que se têm discutido. Há tempos defendi que esta discussão corria o sério risco de trazer para a praça pública mais roupa suja que argumentos, mais vozearia que ideias. Mas não. Felizmente e graças a qualquer um dos candidatos que se apresenta, a discussão só tem merecido felicitações e aplausos. (Ainda, é certo, que aqui e alí haja um trica ou uma baldroca que fica sempre bem no boneco e sempre ermite mais umas quantas linhas num qualquer jornal. as o grosso da questão, o cerne da dita cuja, tem, em minha opinião, tido elevação e seriedade).
As ideias são, todas elas aproveitáveis. Desde o choque tecnológico, à redefinição do papel do Estado ou à constituição de parcerias e novas formas de contratualização social, são elementos a aproveitar para um futuro próximo. Apenas me surpreende o facto de este conjunto de valores andar ou distraído ou menosprezado pela opinião públicada.
Um gosto muito particular porque se nota a maturidade e a diferença de posições entre os candidatos e, nomeadamente, daquele que gostava que fosse lider do PS, José Sócrates.
Se é certo que não tem a bagagem e a estaleca republicana e laica de Manuel Alegre nem a cábula preciosa de João Soares, não é menos certo que está a provocar um certo turpor a alguns sectores da direita.
Se é certo que tem um certo à-vontade perante as multidões e perante as televisões, não menos certo é que não tenha trazido argumentos e elementos à discussão que têm embaraçado uns quantos opinion makers.
Importante, importante é não nos distraírmos com pequenas coisas e esquecermos o essencial da questão, a governação do país e as ideias que para ela são fundamentais.