segunda-feira, agosto 23

crónicas de fim-de-semana

Passei o fim de semana nos arrabaldes de Lisboa, do lado de cá, Almada, aquele que tem mais alentejanos por metro quadrado que qualquer outro lugar, em particular no Alentejo.
O pretexto foi o casamento de uma filha de um primo.
Primo ido para aqueles lados há mais de trinta anos, onde casou e teve filhos, onde teve trabalho e oportunidades outras de fazer vida e de se fazer à vida.
Na festa, tipicamente de aldeia, em plena cidade, pensei nos emigrantes e nas segundas gerações.
Enquanto uns gostariam de regressar à terra, a outros a terra nada lhes diz. É algo a que pertencem por mero acaso. Os problemas e as situações agora vividas são distantes daquela gente, daquelas terras. Os primos, agora em segundo grau, são peças de admiração, e alguma risota, pelas vestimentas, pelo falar, pela distância que nos une.
De uns a outros ficam apenas pequenos laços de amizades passadas, de uma consaguinidade cúmplice, de uma ou outra recordação de momentos traquinas passados na aldeia.
A festa, essa, foi gira, afinal como qualquer outro casamento.