terça-feira, março 9

(de)formação

De regresso a esta base que procuro de trabalho.
Tenho ainda vontade de manter afastado do computador durante mais, pelo menos, uns seis meses. Mas outras preocupações se impôem e cá estamos.
Para dicorrer sobre a formação e sobre uma zanga doméstica por esla provocada.
A esposa, enfermeira, anda a fazer o complemento de formação. Assunto obrigatoriamente imposto, sem grandes conexões à realidade social, profissional e organizacional em que os elementos estão inseridos. No decorrer do fim de semana solicitou a minha colaboração para a monografia que tem de apresentar.
Lá trocámos ideias, debatemos alguns, poucos, pontos de vista e demos por nós num beco. Ou acabávamos a conversa, considerando alguma indisposição pessoal que pudesse aparecer ou, a continuar, estaria assegurado o desentendimento "académico" do par.
Constatei, sem grande surpresa minha, diga-se, que esta formação deforma. Molda a cabeça das pessoas para determinados modos de pensar e de agir. Em vez de de abrir horizontes e de alargar perspectivas, estreita-as, condiciona-as.
Creio que decorre da pouca ligação entre o mundo profissional e organizacional e a formação e o seu contexto mais amplo.
Mais do perceber determinados mecanismos de funcionamento, o porque de determinadas atitudes ou comportamentos, sejam organizacionais ou sociais, insiste-se em monografia sobre assuntos que pouca mais valia acrescentam a quem fez e apostou numa dada formação.
Como tem sido dito por muitos, não é exclusivo daquele sector.