quarta-feira, março 3

Das crise

Se não sabem ficam a saber, mas não estou colocado na minha cidade, na minha terra. Estou numa cidade relativamente próximo (Montemor-o-Novo) e que julgava conhecer por aqui passar com alguma frequência.
Depois de por aqui andar vai para 8 meses, descubro o que pensava conhecer.
Há coisas que me agradam, obviamente, tem alguns locais onde se pode petiscar como antigamente, à conversa, sem pressa, sentado, com cheiro a peixe frito, chão não propriamente limpo, mas que mantém uma tradição popular, social, de ambiente rústico que eu gosto.
Tem restaurantes copiados da grande cidade, mas em que se procuram novos contextos, novos enquadramentos, com cores garridas, tipicamente oriundas de outras paragens, mas que se souberam (digo eu) enquadrar na planície.
Tem coisas que não gosto, é claro, mas que numa outra situação darei conta.
O que quero destacar é aquilo que designo como crise de sentido. Ou seja, Montemor procura-se afirmar em função de um conjunto de opções culturais, bastante fortes diga-se de passagem.
Contudo, entalada que se encontra entre Évora e Lisboa, acaba por não ter um público próprio que possa ou tenha condições para sustentar essa opção.
Resultado, o público é quase todo de fora, ainda que existam franjas, mas não mais que isso, locais.
Por outro lado existe um certo constrangimento entre as opções e os públicos, o que cria alguma fricção (ainda não percebi se social, se política, se de estatuto, se de quê). Mas que, em alguns casos e em algumas situações encontra como palco de manifestação a escola, o que não é de estranhar.
Em resumo, é importante o conhecimento do meio, das pessoas, do sentido e das opções que as cidades, as terras, das pessoas que as vivem adoptam ou querem adoptar para que se possam conhecer os alunos, os nossos utentes, o que eles manifestam e como expressam, ou porque expressam, determinados comportamentos.
Conhecer um, o meio, é meio caminho, tipo código postal, para perceber os outros, os alunos.