quinta-feira, março 11

da permanência

Tenho aqui referido a desistência de algumas escritas, o espraiar no espaço e no tempo o contacto das gentes, das ideias. Em algumas referência digo que decorre da angustia do momento, da circunstância dos concursos, em que nós, docentes, nos sentimos incapazes, impotentes, desalentados.
Mas não deve ser este o momento de parar, de desistir. Pelo contrário. É nestes momentos mais difíceis que sabemos apreciar os outros momentos, distinguir o prazer da dor, a alegria da tristeza e compreender o significado de uma lágrima, da palavra saudade.
A Sofia ameaça ir embora. Não quero nem acreditar nem querer que ela se atraveva a fazê-lo.
Não a conheço, não tenho um rosto. Não sei se é alta, baixa, magra (dúvido com tantos oreos), gorda (mais para o anafadinho?), bonita (de certeza absoluta), feia (tenho as minhas mais sinceras dúvidas). Não tenho algo de físico a que me possa pegar para defender o que quero que seja.
Tenho apenas e não é pouco, as suas palavras, as suas imagens (ainda não me respondeu se são dela ou o que quer com elas), as suas ideias, o gosto por uma profissão que também é a minha.
Para parar neste momento, como refere ao fim de oito meses, das duas uma ou é um parto prematuro e terá chegado onde quer ou descobriu que este não é o caminho ou que por aqui não passa o seu futuro.
Apenas reconheço e lhe deixo aquilo que não consigo fazer passar, por incapacidade e incompetência da minha parte, o prazer que me deu descobrir alguns dos seus segredos, ter sido descoberto por ela, partilhar o mesmo espaço e respirado o mesmo ar desta blogosfera.
Esta atmosfera, a concretizar-se o fim, fica mais pobre. Terei pena de perder a tua companhia.