segunda-feira, janeiro 5

Afirmações

Algumas para nunca nos esquecermos delas, outras para relembrar que a culpa não é solteira e que não deverão ser sempre os mesmos a pagar por aquilo que outros não fazem.
Isto a propósito do novo artigo em exposição no Real Colégio. Há diferenças entre nós, claras e assumidas, sejam elas políticas ou pedagógicas, culturais ou simplesmente regionais. Mas sempre me interessou realçar, perante a escola, aquilo que nos une, a força das ideias, ainda que diferentes. Neste sentido não posso deixar de transcrever duas frases, lapidares, de longa experiência feitas:

Primeira, sobre a ignorância que grassa no sistema, em que habitualmente são os da frente a apontar os de trás, agora apontam-se também os da frente, de quem é a culpa: "Em primeiro lugar, das universidades onde verdadeiros anacronismos pedagógicos e científicos continuam a medrar na pessoa de mandarins e de outras nulidades inamovíveis. Da filosofia do chamado "sistema educativo", um enorme calhau a rolar penosamente por uma encosta acidentada onde se cuida apenas de desimpedir a descida e, ao mesmo tempo, de evitar a queda vertiginosa."

Segundo, um hino que muitas das vezes esquecemos ou não queremos ver, é bom senso, apenas, revestido com algum saber: "Estou-me nas tintas para os paradigmas e para as revoluções científicas, para o Khun e o Lacatos, o que eu quero é vida."

E a escola é vida, sentimentos e paixões. Amores e rancores. Arte e ideias, ideologia e apologia da vida. Belo texto a merecer ser lido com calma alentejana, com paixão educativa, com sentimento de professor. Creia em mim um amigo. Obrigado pelo belo texto.