quarta-feira, outubro 29

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da minha escola não se vê o mundo.

as pessoas procuram não ver nada. A arrogância marca presença. Compreendo, agora melhor que antes, a dificuldade de fazer vingar políticas educativas, dar oportunidade às reformas. Já nem sequer estou preocupado quais elas são.

As pessoas têm dificuldades em se relacionar com o seu semelhante. São umbilicais na construção de teias sociais. Isto é, olham aos seus interesses (ao seu umbigo) esquecem-se que outros possuem outros interesses e que, num conjunto, é importante ouvirmos o outro.

porque será que a escola perde interesse à medida que crescemos, na exacta proporção das nossas certezas. A minha filha está engripada, consideramos (mãe, pai e irmão) que não reunia as condições para ir à escola, mas foi, quis ir, armou pranto para ir.

Os meus alunos, pelo contrário, não precisariam de tanto para fazer desaparecer a escola, o gosto que eles não sentiriam.

o que me seduz é a inocência perante a escola, o simples gosto, o prazer de aprender, o sentimento bom de estar com os amigos, de partilhar o mundo com quem gostamos e descobrir que ele é feito de sons, palavras, cantos e encantos.

que é feito da matéria de que são feitos os sonhos?
que é feito das ilusões que temos e que nos iluminam a vida?
que é feito dos sonhos que abrilhantam a vida?
que é feito da utopia que nos move?
que é feito das coisas simples da vida?
que é feito da escola??
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