sexta-feira, outubro 1

arranque

A eleição de José Socrates para secretário-geral do PS revelou, em meu entender, uma de duas opções.
Por um lado, ou se acentuava a luta ideológica, se realçavam as diferenças políticas entre a esquerda e quem nos governa ou, por outro, se procuravam criar alternativas credíveis de poder.
Por muito que goste, simpatize e respeite Manuel Alegre, por muito que possa, em muitas situações, concordar com ele, o PS deve ser uma clara, objectiva e politicamente capaz alternativa de poder, de exercício do poder, de implementação de medidas e práticas de uma esquerda de governo.
Não pode ser apenas uma consciência, um grilinho falante, um construtor de futuros.
Sei que uma não inviabiliza outra, como sei que não pode existir prática política sem uma forte ancoragem ideológica. Mas a opção, nos princípios e na orientação foi clara.
Que este fim-de-semana, marcado pelo congresso do PS, seja o arranque para a construção de uma alternativa não apenas no discurso, não delimitada nas diferenças políticas e ideológicas, mas de acções, de práticas, de propostas, de objectivos concretos, exequíveis.
Que este fim-de-semana seja o arranque de novas possibilidades, de abertura de janelas, de conquista de oportunidades. Da afirmação que o PS está unido em torno do mesmo objectivo e do mesmo lider. Que a esquerda tem um lider, uma dinâmica, um projecto.