sexta-feira, outubro 1

discriminação

o fim das scuts, autoestradas suportadas pelo Estado, obedece a um princípio ( utilizador-pagador) perante o qual, estou certo, muitos abanarão a cabeça num oscilar afirmativo, de razoável e concordante.
Mas é também o desvincular desse mesmo Estado de uma das suas principais competências e objectivos, a de criar factores de discriminação positiva que facilite e promova equilíbrios, que incentive mobilidades, que apoie o desenvolvimento de zona carentes, interiores, marginalizadas ou simplesmente esquecidas.
Este princípio de menos Estado melhor Estado, oriundo já do final dos anos 80 e de pleno cavaquismo, apenas opta por acentuar diferenças, discrimina negativamente zonas, acentua hiatos, reforça problemas, destaca incúrias.
E, como não aconteceu antes com Cavaco Silva e os seus governos, não reduz nem o déficite, nem a dívida pública e apenas penaliza as pessoas, desequilibra o país, envelhece o interior, desertifica regiões.
São opções, antes de tudo políticas, mas que reflectem também opções sociais e de desenvolvimento de um país.
O que se nota melhor, o que mais sobressai neste governo é exactamente o contrário do discurso que o primeiro-ministro procura fazer passar, com recurso à insistência, à propaganda e à demagogia. Não há uma preocupação social, não há uma pinga de equidade social, não se vislumbra um pedacito sequer de justiça social. A não ser no discurso.