Dos desafios
Posso estar redondamente enganado, posso tomar a nuvem por Juno, mas creio que, neste início de ano, os blogues da educação têm uma maior predisposição para a discussão, para a construção de um sentido colectivo do texto, que os restantes.
Os desafios lançados pela pequena, mas significativa, comunidade educativa na blogosfera, faz com que possa pensar o futuro de forma reconfortante. Garantidamente que não serão estes a mudar o mundo, para além do mais nenhum chegou recentemente à escola, à educação, ao sistema educativo. Deste modo, nenhum acalentará esperanças de mudar aquilo que não é passível de mudar, nenhum quererá fazer a figura quixotesca de lutar contra moinhos de vento.
Estou certo que todos quererão, todos pretenderão criar o seu próprio espaço de discussão, de debate, de re-criação do sentido da escola.
Nesta perspectiva concordo com Paulo Serralheiro, quando afirma que a escola, esta escola que temos e que conhecemos, nasceu com o Estado Moderno. O difícil está em enterrar esta escola com a morte do Estado moderno.
Primeiro porque interessa a muitos manter esta escola, esta organização, inclusivamente aos sindicatos.
Segundo, porque é difícil perspectivar alternativas credíveis ao modo, como J. Barroso muito bem definiu, de "ensinar a muitos como a um só".
Terceiro, como Paulo Serralheiro deixa claro quanto ao papel dos sindicatos, a defesa intransigente de uma classe com capacidade crítica, de auto-análise e de criação própria de referenciais é determinante na criação de um espaço que, mais do que surgir de uma qualquer cabeça iluminada, deverá surgir do pensar a acção profissional, da capacidade de avaliar resultados, da capacidade de redefinir caminhos e repensar alternativas.
É esta defesa intransigente, crítica e activa, que determino nos blogues da educação. Claramente que neste início de ano as novas perspectivas, os novos olhares surgidos trouxeram algo de novo à blogosfera. Quem me dera conseguir determinar o quê ou quais as suas consequências mais imediatas.
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