terça-feira, janeiro 27

da alegria

Ontem, em conversa com uma colega na escola, discurria-se sobre o gosto e o prazer dos miudos de 7º, 8º ou 9º ano "andarem" na escola. Diziamos, nessa troca de palavras, que vimos os miudos amarguarados, desencantados, por vezes mesmo zangados com a escola. Que no nosso tempo não era assim, e ela sublinhava o facto de não ter deixado a escola assim há tanto tempo que permitisse criar o fosso geracional.
Mas é verdade. Comentamos que os miudos não gostam de frequentar a escola, por vezes terão razão. Os meus alunos do ensino básico iniciam, quase todos, o dia entre as 6h00 e a 6h30 e terminam-no, no que á escola diz respeito, entre as 19h00 e as 19h30. Qualquer coisa como 12 horas entre autocarro e suportar professores, colegas, birras, amizades, amores e desamores.
Como é possível gostar de andar, nestas condições, na escola, será assim tão diferente da situação de residir em Sintra e atravessar o IC19, para ir trabalhar?
Compreendo os americanos e os autocarros amarelos, de recolha e distribuição das crianças. Já o presidente chamou, em tempos, a atenção para este pormenor, mas uma rede de transporte coerente e sustentável no interior do país é mentira. Não dá rendimento.
Nem a escola.