sexta-feira, dezembro 5

Diferenças

Ontem estive ausente. Fui à civilização, isto é, a Lisboa, a um encontro da Microsoft e de um centro de formação dos arrabaldes de Lisboa sobre o class server 3.0. Interessante, da qual faço três destaques:
1. como há muito aprendi as questões de inovação e mudança não residem em questões técnicas ou tecnológicas, mas sim humanas, de vontades, de iniciativas, de opções, de políticas ao fim e ao cabo; as questões de mudança e inovação socorrem-se das tecnologias desde que existam ideias, sentidos da e para a sua utilização. Por si só as tecnologias pouco ou nada fazem.
2. os desafios são inúmeros, diversificados, perante os professores, perante a escola, para os alunos, confronta os pais, o próprio sistema administrativo e todos, preferencialmente de modo conjunto, integrado e coerente, têm de possuir, pelo menos, o bom senso para ouvir a diferença, para promover a diferença, para a respeitar, mas também para colmatar aquela diferença que acentua a discriminação, que promove a exclusão - social ou digital ou uma perante decorrente da outra;
3. não faltam, nas escolas, nem ideias nem vontades, nem pessoas, faltam protagonistas. Eu sei, é o que mais há nas escolas. Não é desses a que me refiro. Protagonistas no sentido de mobilizarem ideias, arregimentarem pessoas, promoverem parcerias, a quebrarem barreiras, a construirem futuro.
Não é de voluntarismo que necessitamos, não é de boas vontades, é de enquadramento para as vontades existentes, é de se estimular, acarinhar e promover quem quer fazer, respeitar quem quer fazer.
É este sentimento de descoberta, de construir o futuro que não pode nem deve ser hipotecado nas nossas escolas, perante alunos ou professores. A capacidade de construir o sonho e, a partir dele, construir-se um dado futuro é um elemento imprescindível para a escola ter lugar, oportunidade e sentido.