domingo, outubro 5

Escrevi aqui, há alguns dias atrás, que corremos, face aos inúmeros blogs existentes, de ler os nossos e as gordas de alguns outros. Torna-se, face à multiplicidade, variedade e oferta de blogs existentes, manifestamente difícil acompanhar com regularidade apetecível aqueles de quem gostamos, que nos emocionam, criticam ou, simplesmente, merecem a nossa atenção.

Descobri, após um ou outro e-mail, uma ou outra citação que, afinal, somos efectivamente uma blogosfera. Conhecmo-nos, acompanhamo-nos e não passamos assim tão despercebidos quanto gostariamos ou pensamos que aconteceria.

Face a esta constatação uma outra, eventualmente como consequência. O desaparecimento de alguns blogs que, de algum modo, marcaram leitores e esta blogosfera, pela sua capacidade crítica, pela asunção das suas ideias, pelo carácter mordaz da sua escrita.

Desaparecem estou certo que pela incapacidade de manter actualizado o blog. É o que acontece quando deixamos de escrever para nós ou para os amigos, e sentimos que somos vasculhados por desconhecidos. A responsabilidade cresce como cresce a necessidade de manter presente a nossa escrita, a nossa capacidade de escrever o que os outros esperam de nós. A constatação de um outro fenómeno, que somos lidos por quem não sabemos ou não imaginamos e a responsabilidade de manter a nossa presença face a essa procura, leva ao desaparecimento dos primeiros bloguistas.

Fenómeno que não deixa, também, de marcar uma das características desta realidade - blogs e internet - a volatilidade, a rapidez com que aparecemos e nos sumimos. Muitos, como na própria vida, sem história, sem deixar qualquer marca, sem ter plantado uma árvore ou feito um filho. Outros em que apenas mais tarde serão reconhecidos, assumidos pelos seus pares, primeiro, consumidos pelo seu público, depois.

É o jogo da verdade ou consequência, característica deste tempo, desta modernidade, deste meio.