terça-feira, dezembro 7

soarismo

se procurar bem fundo do meu baú da memória tenho sérias dúvidas que encontre uma qualquer razão para sempre ter afirmado que não sou, nem nunca fui soarista (quando foi 1º ministro não tinha eu idade para votar, nas primeiras presidenciais optei por Lurdes Pintassilgo, nas segundas lá votei em Mário Soares, tal como pouco mais de 70% de tugas) .
Não sei se foi por causas das suas famosas bochechas, não sei nem nunca, assumo, me preocupei muito em me autojustificar.
Mas é imperioso, é de manifesto bom senso, reconhecer a Mário Soares (como a Álvaro Cunhal, Sá Carneiro, Ramalho Eanes, já de modo bem diferente, Freitas do Amaral, entre outros) o papel crucial, determinante de me terem feito o favor de me deixarem viver em democracia, em liberdade circunstância que muito agradeço.
Não apenas por isso, mas essencialmente por isso e pelo papel que desempenhou na minha construção de uma ideia de política e de político, junto-me a todas as outras vozes, tronituantes ou singelas (esta mais minha), nos votos sinceros de parabéns, senhor presidente.