quinta-feira, outubro 28

mudam os tempos

devagar, devagarinho há uma clara percepção social e profissional que as coisas estão a mudar.
Ontem, em conversa com uma colega, visibilizavam-se as pequenas mudanças que ainda não aconteceram, descobriam-se as razões de alguma conflitualidade, do atrito que se faz sentir nos diferentes locais de trabalho, da dinâmica que caracteriza a relação entre profissionais e clientes ou utentes.
As estruturas profissionais estão montadas, assentam em lógicas e racionalidade próprias de meados do século passado - estruturas hierarquizadas, lógicas funcionais e funcionalistas, funcionários passivos e algo acéfalos, redes fechadas e opacas, distanciamento do profissional face ao cliente ou utente, horários rigídos e virados para o interior da organização, etc, etc.
Esta lógica de funcionamento esbarra na capacidade crítica das pessoas, no aumento da escolarização, no questionar de situações, no inquirir de lógicas de funcionamento. Os princípios em que assenta a organização da generalidade dos serviços (e não apenas os públicos) cria atritos com quem quer ser servido, com quem tem novos horários, outras lógicas e outras dinâmicas - de participação, de utilização, de usufruto, de respeito e consideração.
São pequenos elementos que se fazem sentir nas organizações, em que a formação ou a aquisição de novas competências destaca novas formas relacionais, questiona lógicas e cria atritos.
É um mundo que muda, é o avançar do tempo. Preparemo-nos nós para novos tempos.