terça-feira, outubro 19

acabem com eles

Há já uns dias que procurava evitar questões políticas. Considero que quem por aqui passa não anda, certamene, à procura de qualquer tipo de esclarecimento ou de ultrapassagem de dúvidas políticas e menos ainda partidárias.
Como também tenho consciência que careço de argumentos, de elementos factuais que me permitam ir mais fundo em determinadas questões antes de dizer/escrever asneiras opto pelo silêncio.
Mas depois encontro estas pérolas, estas maravilhas do nosso quotidiano político-governativo e descai-me asa com claras tendências, agora mais expressas, para o anarco-sindicalismo.
Cavaco Silva, hás uns tempos atrás prometia acabar com os funcionários públicos, como não sei, nunca disse.
Agora será de vez? atrás do slogan melhor Estado com menos Estado e com menos funcionários?
Só uma pequena referência. Todo o edifício de pessoal, recursos humanos, estruturas e carreiras da administração pública assenta em princípios e lógicas da década de 80 do século passado. Ainda que tenham existido algumas mexidas, pequenas alterações funcionais aqui e ali, a estrutura definida e as lógicas montadas nesse tempo permanecem, na generalidade das carreiras, inalteradas. Daí a existência de evidentes disfunções e desadequações orgânicas e organizacionais - a permanência de dactilógrafos, de amanuences, entre outras pérolas.
Antes de se pensar numa redefinição estrutural do que é o quadro de recursos humanos da administração pública, com lógicas esclerosadas, anquilosadas e desadequadas, pensa-se em acabar com eles. Pelo menos poupa-se a trabalheira de repensar para que queremos o serviço público, quais os seus objectivos e qual o papel que os recursos humanos neles ocupam.