sexta-feira, abril 30

das medidas

A propósito das iniciativas que se desenvolvem na sociedade portuguesa e que colocam em causa um estado de espírito (Casa Pia, Felgueiras, Apito e Metro Dourado, financiamentos partidários, etc, etc,) reforçadas pelo facto de a Juíza Maria José Morgado referir que a corrupção é um virus da democracia, dois comentários.
1 - os virus tratam-se de modo preventivo ou com atitudes mais musculadas, mais directivas. Sou a a favor da rotatividade de cargos e funções de chefia, seja na presidência da república, no governo, nas câmaras municipais ou juntas de freguesia, como sou contra o facto de chefes ou directores de serviço de perpectuarem no posto, como se fosse um dado vitalício.
Por causa desta perpectuação todos temos conhecimentos, mais ou menos fudamentado, de atitudes que podem ser designadas de compadrio, amiguismo, nacional porreirismo, factores c, entre outros. Como medida preventiva da corrupção favorecer, senão mesmo impor, a rotatividade de cargos de chefia, condicionados a dois ou três mandatos. Dificultaria a criação de circuitos fechados de compadrio (político, partidário ou de simples conivências ou conveniências) e facilitaria a existência de quadros com uma visão global (sistémica) da organização.
2 - Temos pavor à referência da avaliação, sendo este um factor que pode actuar quer a montante quer a jusante do virus. A avaliação, a prestação de contas, a clareza e a transparência das situações faz com que o outro acompanhe a nossa acção, a intervenção de quem detém responsabilidades de chefia ou coordenação. Sendo claros e transparente nas opções nas medidas, ultrapassam-se os momentos e as situações de secretismo, sonegação de informação, e obriga-nos a saber negociar e gerir às claras.
Por último é um estado de espírito, são atitudes de civilidades que importa considerar, à semelhança do que não acontece nas estradas desde país.
As medidas são importantes, medidas que combatam previamente a corrupção, mas sem comportamentos adequados, não há nada que nos valha. Estou plenamente convencido que uma outra geração tem modos diferentes de encarar a gestão da coisa pública, sendo, pelo menos, mais transparente.