quarta-feira, fevereiro 11

compromisso educação

Eu bem que tentei, eu bem que procurei resister a esta tentação de escrever sobre um dos aspectos que marcou e marca, em forma de balanço, os diários da manhã. Propostas muitas, ideias mais ainda. Soluções todos temos, por medidas, à medida, à maneira e sem maneiras.
Aposte-se na livre concorrência, deixe-se funcionar o mercado, liberalize-se o funcionamento do Estado, privatize-se o Estado e de certeza que poderá existir um melhor Estado. Com a clara vantagem de, caso se falhem os objectivos, podermos despedir o gestor, sem apelo nem agravo, sem indemnização.
Os custos sociais, esses, os senhores do Beato não estão preocupados, nem têm nada a ver com isso, é uma espécie de selecção natural pela capacidade económica. Os que a têm ou herdaram safar-se-ão, os outros nada têm a fazer por aqui.
Não quero estes senhores, não quero estas ideias, não quero a tentação ditatorial de um supremo conhecedor e consciente pelos outros.
Não quero o poder da economia nem do dinheiro.
Como não estou preocupado com os centros de decisão ou de indefenição.
Estou preocupado com as pessoas do meu país, aquelas que poucas, quando nenhumas, possibilidades têm de acesso a uma consulta com alguma atenção, com o cuidado e a emoção que deve rodear uma relação humana.
Estou preocupado pela desertificação - não do interior - mas de ideias.
Estou preocupado pelo acentuar do Portugal profundo, um porque dorme, outro porque o afundam.
Estou preocupado, e exijo um compromisso para isso, com a educação que falha, com as diferenças sociais que se acentuam, com as clivagens regionais que se promovem, com o cansaço dos professores, com a ângustia de se falharem o alvo e se acentuarem as perdas colaterais, com a incúria das pessoas, com a falta de profissionalismo de muitos.
Exijo um compromisso para com a pessoas deste meu país, com as vontade de fazermos mais e melhor, com a possibilidade de haver consciência social, com o compromisso de solidariedade social.
É pedir muito?