Cenas de um quotidiano II
Ao sair da escola cruzei-me com uma colega que atarefada parecia esconder algo. Como habitualmente a minha boca é grande e a vergonha rigorosamente nenhuma, meti-me com ela.
Efectivamente escondia algo numa pequena mala. Abriu-a e mostrou-me o seu conteúdo. Logo ali, quase a cair do bordo da mala, consegui ver três ou quatro embalagens, das pequenas, de Ferrero Rocher. Diz-me, algo entre o envergonhado e o comprometido, que os trouxe para negociar com uma turma, por acaso da qual sou o director de turma, se se portarem bem ganham uns bombons. Caso se portem mal, seguem o caminho habitual, a porta da rua.
A colega tem 33 anos de serviço, 58 de idade e muita, muita mesmo, paciência para os alunos.
Os alunos é que não têm paciência rigorosamente nenhuma para as aulas.
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