domingo, outubro 10

talvez

... talvez exista em alguém, ou em mim mesmo, a pretensão de, quando em quando, se colocar em bicos de pé. Não é, pelo que me toca e posso-o assegurar com factos, por interesse próprio e pessoal e menos ainda em prol de uma qualquer e hipotética benesse.
Mas não resisto em comentar, em trocar ideias, sobre o que se escreve sobre Évora. Volto a referir o que já aqui escrevi há tempos, nem Zé Ernesto necessita da minha defesa nem a câmara tem em mim uma qualquer forma de paladino defensor ou, menos ainda, advogado.
Que Évora necessita de muito mais e muito melhor?, sem dúvida. Que há muito para fazer?, sem discussão, que a câmara PS devia ser mais ambiciosa? de acordo, que há situações que podiam ter um desfecho diferente?, obviamente.
Mas reclamar sobre quase tudo, dissertar sobre todas as maleitas, puxar do verbo e desacarregar vernacologia fácil não é suficiente para que se possam omitir anos de imobilismo, década de trabalho para turista ver, ausência de uma linha de rumo onde o cidadão se reconhece-se, onde o municípe se pudesse enquadrar.
Em 25 anos de abilismo houve retórica, simpatia, cordealidade, despesismo, futilidade, bandeiras desfraldadas. Faltou, obviamente que em minha opinião, obra feita, coisas que permitam perceber por onde cresceu e como cresceu a cidade depois do 25 de Abril. Não é à toa que a análise do Mais Évora termina nos anos 60. Branqueia todo o período que medeia até hoje.
Pura coincidência, por certo.
Como ficam por explicar ao simples eborense que sempre fui e na qual me enquadro, quais os interesses e as ligações que uniram partidos e criaram pretensas coligações políticas, entre PC e PSD, que originaram um espaço e as oportunidades para que Évora e o Alentejo esteja, hoje, onde e como está. E com quem está.