sexta-feira, junho 18

fervor

Nota-se o fervor clubístico quando analisamos a acção e a intervenção da CM Évora. Seja para que lado for, reconheça-se também.
Não sou, muito longe disso, o arauto defensor da câmara ou do seu presidente. Não sou, porque em alguns pontos divergimos e, por outro lado, nem a câmara nem o seu presidente necessitam de defensores como eu.
Mas, convenhamos, ficar surpreendidos por o programa da Feira de S. João ser o que é, não acham que é um pouco deslocado? Pretender-se ia o quê como alternativa? jazz, música clássica, bailado, dissertações sobre o desconstrutivismo, discussão do impacto europeu na construção de políticas locais, o papel dos actores sociais na construção da identidade e cultura de uma cidade????
A feira e o seu programa são isso mesmo, uma feira, onde se conjungam interesses, onde chocam culturas, onde se espraia um local, onde existe diversificação, onde a porra frita cohabita com António Chainho, onde a música estridente da pista dos carrinhos se emiscui com o fado de Carlos do Carmo.
A feira é isso, é essa mistura de ambientes, sons, odores, é a circulação sem norte dos passos em procura do que não se encontra porque está em todo o lado. A feira é isso mesmo, e ainda bem.